Espelho

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Primeira vez que eu falo com vocês. Gente, me digam se estão gostando e se está tomando um rumo legal. Eu nunca postei no wattpad e não sei como isso aqui funciona, mas estou bem animada. Eu posto os capítulos aleatoriamente sem data fixa então cuidado.
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    - Isso é impossível. - Louis repetia seguidas vezes enquanto andavam às pressas em direção à prisão da Rainha Má. Quando Harry disse que sua mãe havia sumido o caos se instalou na mesa do jardim, Harry e Louis saíram para poder procurar mais notícias do ocorrido enquanto Gemma ficou para tranquilizar os amigos e os Rebels. Liam era o mais preocupado, ele não estava nem ligando para o mundo encantado, mas sabia como seu amigo ficava quando o assunto era a Rainha Má. Queria poder ajudar e dar suporte, mas os guardas o impediram de seguir Louis.
    - Não entendi muito bem, não existe qualquer sinal de como ela possa ter saído. - Harry explicava o que o contaram enquanto chegavam a uma parte desconhecida do castelo. Vários guardas protegiam o lugar com armas de vários tipos, Louis sabia que não era para impedir alguém de entrar, mas sim de sua mãe sair. - O único jeito dela sair é quebrando o espelho.
    - Ainda não faz sentido. - o Rebel negou acelerando os passos. Eles passaram por um detector de metais e um dos seguranças fez menção de revistar Louis, mas Harry o dispensou com um aceno e um sorriso. O filho da Rainha Má não entendia como os Royals conseguiam sorrir a todo momento mesmo que o mundo estivesse acabando. Chegava a ser falso.
    Quando chegaram a uma sala preta com luzes brancas fortes Louis parou para reparar na quantidade de seguranças; dois de cada lado de um espelho dourado, quatro espalhados dentro da sala, um ao lado de Harry (Louis reconhecia aquele, devia ser o segurança particular do príncipe), dois nas portas de saída do lado de dentro e dois ao lado de fora. Tudo isso para sua mãe.
    A porta se abriu lentamente e uma mulher, não muito alta que trajava um vestido amarelo formal, entrou. Louis a reconheceu com facilidade, era a mãe de Harry, a rainha Bela Anne Twist. Ela fazia jus ao nome, a pele era um tanto bronzeada, os cabelos castanhos parecia leves e sedosos. Ela tinha os olhos idênticos aos dos filhos.
    - Já descobriram algo? - a mulher perguntou sem perceber a presença de Louis. Ela andou até o filho que deixou um beijo em sua testa, todos os seguranças fizeram uma reverência a presença dela.
    - Acabamos de chegar, mamãe. - Harry sorriu para a mulher que estranhou o uso do plural na frase. Ela acabou por se virar para Louis e ficou um tanto surpresa com o garoto.
    - Ele é o filho da Rainha Má? - ela perguntou um tanto espantada.
    - Ele é o Louis. - o Royal apontou para Louis que estava se segurando para não revirar os olhos. - Essa é minha mãe, a rainha.
    - Eu sei quem ela é. - ele respondeu cruzando os braços, seu pé esquerdo batia constantemente no chão mostrando seu nervosismo. - Adorei as apresentações, mas quero saber da minha mãe.
    - Não se preocupem. - uma quarta voz foi ouvida. - Eu ainda estou aqui.
    Todos se viraram para o espelho assustados. Lá estava ela, a tão temida Rainha Má. Louis sentiu suas pernas fraquejarem, ela estava tão diferente, fazia tanto tempo. Seus cabelos tinham crescidos, mas continuavam brilhosos e amarrados como sempre. Ela vestida um de seus costumeiros vestidos pretos com pequenos detalhes em roxo. O mesmo sorriso maldoso e sarcástico estava preso em seus lábios, mas aquele não era o sorriso que Louis conhecia. Ela parecia tão diferente, tão má.
    Mas aquela ainda era sua mãe.
    - O que você... - Bela Anne tentou começar, mas a vilã logo cortou-a.
    - Esse é o único jeito de vocês trazerem meu filho. - a mulher dentro do espelho passou os olhos rapidamente pelo Rebel, Louis se sentia tão diferente sendo chamado de filho. Era uma sensação tão distante. - Você cresceu.
    - Já fazem 14 anos. - Louis juntou todas as suas forças para pronunciar aquela frase. Ele não sabia como se sentir em relação aquele momento. Percebeu que a Rainha Má ficou levemente surpresa, talvez ela não fizesse ideia de que tivessem passado tanto anos.
    - Você nos enganou para falar com seu filho? - Anne se mostrou levemente irritada, mas parecia que era mais consigo mesma do que com a mãe de Louis.
    - Você tem ideia do que é ficar 14 anos longe do seu filho? - a Rainha Má levantou a voz, Louis deu um passo para trás e a sala ficou em silêncio. - Eu não participei da vida dele, eu não ajudei ele a fazer amigos, nem consolei ele com o primeiro coração partido. Eu não vi ele crescer, viver, se decepcionar.
    - Você causou isso. - Bela Anne deu um passo à frente, mas era perceptível que ela estava com medo. - Você destruiu muitas vidas.
    - Você acha que eu destruí vidas? - riu sem humor. - Vocês se acham os mocinhos, mas não são piores do que nós vilões. Eu envenenei sim aquela maçã, mas sabia que o príncipe ia salvar Branca de Neve. Mas o que a mãe dela fez com... - a Rainha Má estava com os olhos cheios de lágrimas, ela cortou a fala percebendo que havia falado de mais. - Esquecem.
    - Mãe, do que você está falando? - Louis perguntou parando em frente ao espelho. Ele já não se importava de estar chorando tanto.
    - Eu sinto sua falta, Boo. - o garoto começou a soluçar, lembrava-se de quando sua mãe usava o apelido. Era tão difícil ouvir aquilo, abaixou a cabeça sem aguentar ver sua mãe naquela situação. - Eu vou sair daqui. - ela garantiu. Louis colocou sua mão no vidro, sua mãe fez o mesmo do outro lado, os dois choravam compulsivamente.
    - Você não pode. - o Rebel se machucava dizendo tais palavras. - A senhora é perigosa.
    - Eu sou perigosa Louis. - ela abriu um pequeno sorriso que não chegava aos seus olhos. - Mas você é mais.
    - Eu não sou como a senhora. - ele soluçou encarando a mãe que perdeu o sorriso. Os olhos do filho estavam em um tom vermelho intenso, a Rainha Má mostrou seus próprios olhos vermelhos.
    - Eu sei que não. - ela respirou fundo. - Você é mal, Louis. Sua história é pura maldade.
    - Não! - ele gritou se afastando do espelho. - Está mentindo, eu não sou um vilão. - Louis negava com a cabeça se afastando.
    - Filho, me ouça. - a mulher no espelho pediu, mas seu filho correu para a porta tentando se livrar das lágrimas em seus olhos. - Eu fiz tudo por você, Louis. Eu te amo!
    Essas foram as ultimas palavras que o garoto ouviu antes de correr para fora daquela prisão. Sua mente estava transbordando e doendo. Ele sabia que não era mal.
**
    Harry estava correndo por todo o castelo atrás de Louis, sabia que ele não tinha ido embora por que tinha falado com os seguranças do portão. Ele nunca havia imaginado que a Rainha Má parecesse tão, não má. Ela havia demonstrado carinho, saudades, dor. Embaixo de tanta maldade ela ainda se importava com o filho. Mesmo que ela tenha falado coisas tão cruéis para ele, ela ainda o amava.
    O Royal foi avisado por uma das criadas do castelo que o garoto que estava chorando havia entrado na biblioteca da Fera. Harry correu até lá sem pensar duas vezes, o lugar era gigante e lindo. Iluminado por luzes douradas e o fogo da lareira, os livros empilhavam-se por todos os lados, as prateleiras pareciam não ter fim.
    Era possível ouvir algumas puxadas de ar intensas, os barulhos vinham detrás de uma das últimas prateleiras e Harry seguiu para lá. O lugar era mal iluminado e pequeno, mas não foi difícil encontrar Louis encolhido virado de costas para a entrada e de frente para os livros.
    - Hey. - o Royal chamou-o usando seu tom mais suave possível, não queria assusta-lo.
    Quando o Rebel se virou ele ficou um pouco assustado, seus olhos vermelhos brilhavam no escuro daquele lugar.
    - Eu sei, eles estão vermelhos. - Louis sussurrou. Saiu do pequeno espaço parando em um lugar iluminado, seus olhos estavam levemente vermelhos e alguns resquícios de lágrimas ainda manchavam suas bochechas douradas.
    - Você sumiu, pensei que tinha ido embora. - Harry tentou sorrir, mas desistiu ao não conseguir parar de encarar os olhos vermelhos.
    - Eu precisava ficar sozinho. - Louis não sabia por que estava se explicando para o príncipe.
    - Sinto muito pelo que sua mãe disse. - Harry se apoiou em uma das prateleiras ao seu lado.
    - Eu também.
    - O que pretende fazer?
    - Eu preciso encontrar aquele livro logo. - Louis respirou fundo tentando desligar os olhos vermelhos. - Eu não aguento ver ela daquele jeito.
    - Sei que queria que ela estivesse solta. - Harry se aproximou. - Mas não é seguro.
    - Eu sei disso, não podemos confiar nela. - doía ao dizer as palavras.
    - Eu vou te ajudar. - o príncipe prometeu, sua mão direita se apoiou no ombro de Louis. Os olhos deles se conectaram e, ao se prender no sorriso do Royal, o filho da Rainha Má perdeu o tom vermelho em seus olhos.
    A porta da biblioteca foi aberta e todos que antes estavam presentes no jardim entraram em silêncio. Louis encontrou Liam no emaranhado de pessoas e o filho do Gancho logo percebeu a situação correndo para abraçar o amigo.
    - Para onde iremos, Louis? - perguntou Selena se aproximando.
    - Estamos com você no que precisar. - confirmou Perrie.
    - Vamos atrás do livro mágico. - Louis olhou levemente para Harry que não deixava de encara-lo. - Eu vou curar minha mãe.
    - A Rainha Má está doente? - Niall perguntou e Louis sorriu pela primeira vez.
    - Quase. - ele se virou para Harry. - Tem ideia de onde pode estar o livro?
    - Que livro? - Zayn se entremeteu confuso. - Do que estão falando?
    Louis hesitou em contar o plano para o Royals, mas percebeu que seus amigos confiavam neles, ou no mínimo simpatizavam.
    - Eles podem ajudar. - Louis apontou para o grupo de mocinhos ainda confusos.
    - Se eles quiserem. - Harry deu de ombros.
    E assim Louis contou com detalhes o plano para todos, explicou do que precisavam, para que precisavam. Explicou a situação de sua mãe. No final todos se mantiveram em silêncio.
    - Vão ajudar? - pediu Shawn.
    - Tá. - todos deram de ombros sem ter muito o que dizer.
    - Vocês tem alguma informação sobre o livro que possa ajudar? - pediu Harry.
    - O que é um docinho se ele não sabe voar em uma bicicleta? - Niall sorriu animado.
    - Ele tá fumado? - perguntou Anne.
    - Niall gosta de usar charadas. - Jade revirou os olhos cutucando as costelas do loiro.
    - E alguém pode traduzir o que ele disse? - Liam questionou.
    - Ele disse que sabe onde está o livro. - Ed deu de ombros.
    - E onde está? - Louis exclamou animado.
    - Na estátua. - Niall balançou a cabeça para os lados como se estivesse se entretendo com uma música.
    - Espera, acho que entendi. - Harry estalou os dedos. - A um tempo atrás algumas crianças estavam brincando com bicicletas no jardim do castelo e o filho do João, de João e Maria, acabou pegando muita velocidade e literalmente voou em direção a estátua dos meus pais. Ninguém nunca entendeu como ele voou até lá.
    Os Rebels seguraram a risada fingindo que não estavam entendendo.
    - Foram vocês? - Nick exclamou arregalando os olhos.
    - A gente apostou com o Louis. - Selena deu de ombros segurando o sorriso. - Ele só fez algo como bibidi, bobidi, boom.
    - Era uma criança. - Jade rugiu.
    - Ele se machucou? Quebrou alguma coisa? - ninguém respondeu Shawn. - Então não vejo problema.
    - Esqueçam isso. - Louis começou a andar até a porta. - Temos que pegar aquele bendito livro.
**
    Eles estavam a quase meia hora em frente a enorme estátua tentando descobrir se tinha alguma coisa que pudesse revelar o livro.
    - Niall, como que tira o livro da estátua? - pediu Harry.
    - Eu disse que sabia onde estava o livro, não disse que sabia como pega-lo.
    - Louis, por que não usa magia? - Zayn perguntou.
    - Um livro como aquele se protege de tudo qualquer encanto ou feitiço. Não vai adiantar.
    - Olha, tem um buraco aqui embaixo. - apontou Perrie para o pé da estátua. Harry observou o formato do que parecia uma rachadura e percebeu que seu colar de rosa se encaixava ali.
    - Claro, apenas alguém da família real pode abrir. - concluiu o príncipe tirando a corrente e colocando o pingente na rachadura. A rocha abriu um compartimento mediano e dentro dele havia um livro velho com uma capa grossa.

 A rocha abriu um compartimento mediano e dentro dele havia um livro velho com uma capa grossa

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    Louis pegou o livro e começou a analisá-lo enquanto Harry fechava o compartimento. Depois de algumas paginas reviradas Louis sentou-se na grama e começou a ler.
    - O que diz aí? - Liam sentou-se ao seu lado.
    - Nós estamos ferrados. - Louis sussurrou e todos se sentaram para ouvir. - Aqui diz que é possível sim reverter a maldade de minha mãe, mas precisamos de alguns ingredientes para uma poção. - ele parou para ler mais um pouco. - Alguns deles eu consigo com facilidade, mas tem quatro quase impossíveis.
    - Diga. - Harry apoiou-se para trás.
    - As quatro rosas das estações.
    - Vamos nos separar para procurá-las. - garantiu Shawn.
    - Acho que sei aonde está a rosa do verão. - Niall afirmou. - Está no País das Maravilhas.
    - Eu e Selena vamos com você. - disse Leigh Anne.
    - Então vão vocês três e Ed para lá procurar.
    - A rosa do outono está no castelo da Cinderela. Eu vou lá. - Nick se pronunciou.
    - Eu, Perrie e Jade te ajudaremos. - disse Shawn.
    - Eu e Liam vamos atrás da rosa do inverno. -   Zayn afirmou.
    - Vamos? - o filho do Gancho exclamou surpreso.
    - Vamos.
    - Vamos, então. - Liam corou.
    - Então eu e Harry procuraremos a rosa da primavera aqui enquanto eu junto os ingredientes fáceis. - Louis se levantou fechando o livro. - Vamos começar amanhã logo cedo. - Harry assentiu.
    - Precisamos de um lugar para nos encontrar. - comentou Ed.
    - Em uma semana nos reuniremos no La Belle, aquele restaurante perto das docas. - anunciou Louis. - Teremos essa semana para procurar todos os ingredientes.
    - Está bem. - todos concordaram.
    - Nós temos que ir. - anunciou Liam percebendo que já escurecia.
     Com um breve aceno todos se despediram e os Rebels seguiram para o portão para irem embora.
    - Nós vamos curar sua mãe, Louis. - garantiu Perrie sorrindo para o amigo.
    - Nunca se esqueçam: - Louis levantou o dedo indicando que viria uma frase sábia: - Carinha de mocinho, coração de vilão.

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