"A vida segue acontecendo nos detalhes, nos desvios, nas surpresas e nas alterações de rota que não são determinadas por você. " -Martha Medeiros
[SEM REVISÃO]
[Mark Sloan]
-Por que acha que ela não aceitaria? -perguntei inconformado ao completar a décima volta na sala de estar do quarto de hotel da senhorita Gilbert.
-Ahm... Com todo respeito, senhor, mas a garota não parecia muito inclinada a sequer ouvir a proposta uma segunda vez. -ela contestou de modo tímido.
-Porque ela teve um dia ruim, só isso. -rebati pronto para defender meu ponto de vista.
-Bem... -senhorita Gilbert ajeitou seus grandes óculos sobre a ponte do nariz.
-Além do mais, ela deve estar... Você sabe. -deixei a frase morrer antes de completar.
Gilbert franziu as sobrancelhas sem compreender aonde eu queria chegar.
-Acho que não sei ao que o senhor está se referindo, senhor Sloan. Se puder ser mais específico.
-Estou dizendo que ela deve estar naqueles dias... que vocês mulheres passam por todo mês e essas coisas do tipo, senhorita Gilbert.
-Aaah, sim! Entendo agora o que o senhor diz. -ela prendeu uma risadinha que subiu a sua garganta.
-Pode rir a vontade, senhorita, você é livre para reagir como bem entender. -bufei com desgosto por virar motivo de chacota diante dos olhos da minha própria secretária.
Exausto de tanto quebrar a cabeça durante a noite com pilhas e mais pilhas de documentos para folhear, contratos para avaliar, assinar ou dar uma resposta contrária, e pendências a serem resolvidas, deixei meu corpo cair sobre o sofá de dois lugares e pequeno de mais para meu tamanho, que ficava no centro do local, e tombei a cabeça para trás.
-Ela poderia ao menos dar uma resposta, não acha, senhorita Gilbert? É muito deselegante sequer dar a devida atenção a um assunto, ainda mais... Já sei! -eu disse empolgado pela primeira vez em horas.
-Perdão, senhor Sloan. Mas sabe o que?
-Como iremos resolver essa questão, minha querida. -respondi colocando-me de pé e alinhando o terno meio amarrotado sobre meu corpo. -Vamos, levante-se. Terei a resposta que desejo ainda hoje, mais especificamente agora mesmo.
-É sério? Quer dizer, sim senhor. Estarei pronta em dez minutos para acompanha-lo.
-Ótimo. -sorri recobrando o ânimo.
-Hum, hum. -Gilbert pigarreou um tanto sem graça e fitou-me com seus grandes e intensos olhos castanhos em um pedido silencioso.
Ela parecia constrangida demais para dizer as palavras, porém eu não era nenhum tipo de advinho ou telepata, então não compreendia o que aquela criatura queria no momento.
-É... O senhor poderia me dar licença. É que eu gostaria de trocar de roupa e me aprontar para sairmos. Se não se importar, é claro. -disse torcendo as mãos em um ato de nervosismo.
-Ah, é claro. Me desculpe, Gilbert. Estou meio desatento desde que tenho esse assunto para resolver. -me desculpei por minha indiscrição.
-Sem problemas, senhor. Estarei pronta em pouco tempo, posso garantir.
-Então irei esperar-la lá fora. -avisei me dirigindo rumo a saída.
Dez minutos depois e minha secretária já estava saindo do quarto vestindo uma roupa social de trabalho, composta por um conjunto de saia e camisa um tanto quanto... sem graça em estilo, uma bolsa escura no ombro esquerdo e algumas pastas de negócios nas mãos. Estávamos prontos para partir.
-Podemos ir agora. -ela ofereceu um sorriso cansado e me seguiu até o local onde o carro alugado nos esperava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Como eu me meti nessa roubada -Degustação
ChickLit[livro 2] O que fazer quando uma simples ajuda a um desconhecido faz com que sua vida mude de curso? Gabriela Paixão não previra que um simples ato de bondade, livraria a imagem de um homem muito importante no mundo dos negócios de um enorme escânda...