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Acordei com o toque do meu celular, o que nunca acontecia. Nenhum dos meus amigos acordava antes de mim, e Lottie, Fizzy e minha mãe sabiam que não deviam me ligar cedo.Resmunguei alguma coisa esperando que soasse como um "alô".

— Oi, é o Harry Styles. Liguei muito cedo?

Tentei ficar mais o menos sentado.

— Ah, oi. Não sei... Que horas são?

— Nove e pouco. – Ele não soou como alguém que se incomodaria se fosse cedo demais.

— Não, tudo bem. – Contive um bocejo. – Normalmente acordo a essa hora.

— Ah, ótimo! Desculpe por ter te acordado, de qualquer forma. Posso ir ai hoje às quatro, e amanhã no mesmo horário, se não tiver problemas.

Mais uma vez o profissionalismo repentino. Então ele não gostava de jogar conversa fora. Tudo bem, eu também não.

— Por mim tudo bem! – respondi.

— Ótimo. Até mais tarde então.

Comecei a me despedir, mas ele ja tinha desligado. Então os planos para aquele dia já estavam feitos. Uma manhã virando páginas e dizendo a mim mesmo que estava estudando, almoço com o pessoal no centro; Harry a tarde.

Seria interessante.

Chutei o edredon e coloquei os pés no chão, mas congelei quando ouvi vozes vindas do andar debaixo.

Daniel. Porquê eles não estavam no trabalho?

Batuquei os dedos dos pés no carpete por um segundo, hesitando. Saí da cama e cambaleei até o banheiro. Pelo menos estava vazio, certamente havia um bom tempo.

Detestava quando Lottie vinha tomar banho no banheiro do meu quarto.Ela sempre deixava um vapor com aroma de sabonete orgânico de aveia. Eu fazia questão de abrir a janela quando entrava, mas ela ainda não havia captado a indireta.

Então tomei banho, me vesti, assumi uma expressão extremamente ocupada e desci correndo, como se perder um único minuto da minha agenda lotadíssima pudesse determinar a diferença entre passar e repetir.

— Oi Louis! – Dan entoou. Ele estava à mesa, tomando uma bebida verde de aparência horrível e lendo o jornal. Já minha mãe estava vestindo o roupão que eu me recordo ser dele e, ao que me parecia, mais nada. Eca.

Passei por ele e fui para a cozinha, dando um "oi" monótono sobre meu ombro. Não acredito que ele transa com minha mãe, urgh é tão nojento pensar nisso!

— Ah já ia me esquecendo. – Daniel pronunciou em voz alta. – Encontrei um ótimo professor particular para você!

— Não precisa – gritei de volta. – Já tenho um.

Minha mãe que estava colocando leite no cereal se trigo, me lançou um olhar sério, então acrescentei um nada sincero "mas obrigado".

Ouvi o som de uma cadeira raspando o carpete e um segundo depois ele apareceu na porta da cozinha. Não sabia dizer com que expressão, porquê o ignorei.

Como eu já disse, não é como se eu não gostasse de Dan. Eu apenas odiava quando ele tentava colocar as ordens por aqui.

— Como assim já tem um? – mamãe perguntou com a boca cheia.

Fixei os olhos nela.

— Como eu disse...

Ela levantou a colher.