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Naquela noite li a peça outra vez na cama. Não era como se eu pudesse folhear facilmente, como uma revista de fofoca ou coisa do tipo — Harry não fazia mágicas, literalmente — mas li de uma maneira diferente. Assimilei devagar, para começar, e parti do pressuposto de que não iria entender.

Acordei animado e ansioso para encontrar alguma coisa incrivelmente profunda para apresentar na minha aula particular. E não podia acreditar que eu havia conseguido fazer uma relação do livro com minha vida em específico! Fiz uma dancinha ao mexer o chá. Mal podia esperar para poder contar à Styles.

Quando ele chegou algumas horas mais tarde, eu estava quase pulando de um pé para o outro para me segurar e não contar assim que ele atravessou a porta. Na verdade pode esquecer o "quase". Eu estava literalmente pulando.

— Alguma coisa está te incomodando Louis? – perguntou sorrindo ao me olhar dos pés à cabeça.

— Não – gemi. — Mas acho que mandei bem no dever de casa! – sentei e tamborilei na mesa.

— Ótimo. Vamos lá! – Harry falou, sentando ao meu lado. A coxa dele tocou a minha por um segundo antes que ele ajeitasse a cadeira.

Passei a mão no cabelo.

— É a briga entre os Montéquio e os Capuleto... – quando comecei a falar, não sabia ao certo como explicar, mas mesmo assim consegui e no fim Harry parecia ter entendido minha comparação. — E então é mais o menos como o racismo, detestar alguém só por ser diferente.

— Brilhante! – Harry sorriu.Tocou meu braço na parte exposta onde eu havia arregaçado a manga. — Ótima análise!

Pelo menos acho que foi o que ele disse, pois aquele toque tinha feito todo meu corpo estremesser. Foi como um choque erótico. Meu rosto estava pegando fogo, e eu não conseguia tirar os olhos da mão dele.

Mãos são sensuais, sem dúvidas. É uma questão de saber do que aqueles dedos são capazes, e perceber por onde eles passam. Dando conta de mim mesmo, ri alto.

— Falei que tinha mandado bem no dever. Uhu! Eu sou o máximo! – soquei o ar com a mão livre.

— Hum... Tudo bem... – ele tirou a mão do meu braço e me olhou, tipo que porra é essa? e senti alguma coisa murchar dentro de mim. Claro que eu estava afim dele. Merda, estava a fim dele. E ele me achava repulsivo.

Ele falou durante mais o menos a meia hora seguinte, e eu fiz o possível para responder as perguntas de maneira objetiva e sem mostrar afeto ou loucura. Não faço ideia de como me saí.Mas ele não me tocou mais, de qualquer forma.

— Então... Pode usar o tempo livre para treinar para a escrita do trabalho. – arrancou duas folhas sulfite do bloco, escreveu "Amor e ódio em Romeu e Julieta" e sublinhou. — Faça em duas horas, pode ser? Marque o tempo no celular ou algo assim. – entregou os papeis e se levantou. — Ligo para você depois!

E e então ele foi embora.

Amor e ódio. Era um tema bastante amplo, pensei quando deitei na cama naquela noite. Mas se Harry esperava que eu falasse das minhas próprias experiências, ficaria desapontado.

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