No dia seguinte passei meus três períodos livres descorando falas e tive o bônus de usar o treino como estudo para o simulado sem consulta do próximo dia. Ficara tão envolvido com Harry e depois com a reunião do clube de teatro que mal tinha pensado nos simulados.
Na verdade, não foi bem isso. Tinha pensado neles o tempo todo. Só não tinha me preocupado muito. Estavam lá para serem enfrentados e eu não sentia vontade de me enfiar num buraco até que acabassem, como costumava ser o caso.
Naquele momento porém, eu estava preocupado. Menos de vinte e quatro horas para os simulados. Estava me borrando inteiro. Estaria em posição fetal, me acalentando, se pudesse fazer isso e aprender as falas ao mesmo tempo.
Tive outro ensaio do teatro logo depois da aula, então não precisei pensar nas provas por uma hora, mas depois Harry foi até minha casa para trabalharmos algumas propostas de dissertação. Quando terminamos, eu estava esgotado.
— Vai dar tudo certo.
Ele disse, me acompanhando até o sofá e, deixando o profissionalismo de lado por um instante, me abraçando.
— Pra você é fácil dizer - resmunguei me aconchegando em seu corpo. Era tão bom, os braços de Harry me faziam se sentir protegido, seguro. — Você já passou por tudo isso.
— Já vi muita gente passar - afirmou, acariciando meu cabelo. — Você vai se sair bem.
Abracei meus joelhos e senti calafrios percorrer por todo meu corpo. Não tão fácil quanto Harry fazia parecer ser.
— Odeio isso - falei. — Estou enjoado... Vou passar mal durante a prova.
Harry riu singelamente, deixando um casto e delicado beijo em minha testa logo em seguida.
— Louuuu, você não vai passar mal durante a prova.
— Vou sim!
Ele suspirou.
— Tudo bem, você vai sim.
Olhei feio para ele e Harry sorriu de novo,as depois, vendo meu verdadeiro pânico, segurou minhas mãos.
— Louis, se eu achasse que você não fosse passar, estaria tão preocupado quanto você. Lembre-se, minha reputação de professor particular incrível está em jogo. Mas não estou preocupado!
Ele desenhou um circulo no ar com o dedo, ao redor de seu rosto.
— Pareço preocupado?
— Não! - respondi contra gosto.
— Não. - ele repetiu. — Pareço muito calmo, tranquilo e confiante de que sou um excelente professor particular, com um namorado gostoso que vai se dar bem.
Um sorriso lento se espalhou por meu rosto.
— Namorado?
Harry abaixo seu olhar para seus pés e eu pude notar que ele ficou vermelho. Que gracinha, ele está coradinho.
— É. E daí?
— Nada. - respondi vagamente enquanto as borboletas no meu estômago saltavam de alegria. — Enfim. O que estava dizendo...?
Ele me olhou sério, mas não pude deixar de notar o quão fofo ele fica com as bochechas coradas.
— Eu estava dizendo que você vai se sair bem. — Me abraçou de novo. Acho que ele está carente. — Então nada de virar a noite, certo? Não vai ajudar em nada e você precisa descansar.
— Certo. - respondi, encostando o queixo no ombro dele. Harry recuou e me olhou por um segundo, aparentemente procurando alguma coisa no meu rosto. Então se levantou.
— Vamos.
Franzi o rosto.
— Vamos a onde?
— Vou preparar um banho para você. Obrigá-lo a relaxar.
Ele estendeu a mão para me levantar. Apesar de tudo, meu estômago trêmeu de emoção. Aquele era um território novo e inexplorado. Deixei que me levasse até o banheiro, onde abriu torneiras da banheira e colocou a espuma e algumas essências.
— Essas essências são da minha mãe. - falei.
— Ela não vai se importar... Vai? - hesitou, parecendo preocupado.
— Não. Tudo bem. - comecei a retirar minha camisa enquanto Harry mexia a água com a mão para igualar a distribuição das bolhas.
Maldição. Eu estava enlouquecendo. Sentei na privada por um instante, fechei os olhos e me recompus. Fique calmo. Fique calmo. Respire...
— Pronto! - A voz de Harry me despertou. Abri os olhos e o vi ao lado de uma luxuosa banheira de espuma, timidamente orgulhoso. Ele era tão lindo. Aproximei-me lentamente e comecei a beijá-lo.
Meus lábios tocaram os dele delicadamente, minhas mãos seguiram para sua nuca e não hesitei em puxar seus cachos delicadamente, ao que as mãos de Harry foram repousadas em minha cintura.
Era um beijo calmo, delicado. Apenas um roçar de lábios, vire e mexe Harry dava mordidas no meu lábio, se revezando entre o superior e o inferior. Nenhum dos dois se atreveu aprofundar o beijo, não querendo tornar aquele momento estritamente sexual.
Mas isso me incomodou de certo modo.Harry parecia inerte de meus toques, como se fosse algo comum se beijar em um banheiro. Grr...
— Enfim. - ele disse com pressa, cortando o beijo rapidamente. — Aproveite.
E saiu.
Não há nada mais brochante do que um garoto ir embora quando você mal tirou a camisa. Fiquei ali, parado, olhando para porta um tempão. O que tinha acontecido? Será que era alguma regra de etiqueta? Soltei as mãos ao lado do corpo quando me ocorreu o pensamento triste de que talvez ele não quisesse transar comigo. Mas ele vivia me beijando!
Sim, mas nunca fazia nada além disso. Nenhuma mão boba.
Tirei o restante de minha roupa e tentei me olhar no espelho, mas mesmo em pé sobre a banheira não conseguia ver o bastante para ter uma ideia geral de como eu sou nu. Olhei para baixo, para meu corpo. Nenhuma gordurinha a mais, marcado, nem nada. Tudo normal! Quase fiquei indignado. Meu corpo era normal! Qual era o problema dele?
Bem, se o objetivo era me preocupar com outra coisa além da prova: missão cumprida. Entrei na banheira deitando na água quente e cheirosa. Uma delícia. Recostei, colocoquei um pano no rosto e esvaziei a mente. Ao menos foi isso que pretendia, porém o fato de Harry estar me "desprezando" de algum modo, não saia da minha cabeça.
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Lessσηs σf Lσνe ➽ L.S
RomanceZayn ama Liam, Niall ama Edward, Stanley ama Camille mas e Louis? O ator da turma nunca viveu uma história de amor fora dos palcos. Só entregou seu coração uma vez, e no fim acabou muito machucado. Então quando seu professor particular lindo e aten...