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Eu sabia que pagaria por isto, mas estava cansada de me baterem por pessoas que não conhecia e que me tratarem sem humanidade alguma, levantei enfurecida e dei um pontapé no meio das pernas de Steven que gritou xingando de dor. Helena se recuperava da surra que dei a ela, e o moço de cabelos castanhos me pegou no braço e preste acertar um soco em mim, um homem o segurou, impedindo que me machucassem.

— Dean! — Gritou Ronald que apareceu depois do outro homem. — Precisamos dela para o negócio. — Falou e não entendia.

A respiração de Steven estava ofegante, seu olhar sobre mim era de ódio, não negarei que o meu olhar sobre ele era diferente, estava com ódio de tudo naquele lugar e não baixava a cabeça para nenhum deles mesmo sabendo do perigoso em que me colocava. Ronald olhou para nós e viu Helena que estava com os olhos vermelhos e alguns machucados no rosto e sorriu. 

— Não acredito que três pessoas não conseguiram segurar uma. Essa preta é muito corajosa. Alguém vai gostar muito de lhe colocar no devido lugar. — Falou Ronald sorrindo. 

— Ronald não pode fazer isso, nenhuma outra mulher além de mim pode ficar com ele. — Disse Helena implorando.

— Isso quem decide é ele. Agora vamos, vou mandar Mirela fazer o que você não conseguiu fazer. — Disse Ronald, autoritário e saíram do quarto. mas antes, Steven e Helena me fuzilaram uma última vez antes de sairem.

Respirei fundo e me deitei no chão ofegante. Estava cansada e a única coisa que me restava era chorar de raiva, pensando em como minha familia ficaria desesperada quando Erick contar para eles o que me aconteceu. Saí dos meus pensamentos quando ouvi a porta ser aberta minutos mais tarde e quando me levantei rapidamente, i uma mulher branca de cabelos grisalho, parentava ter uns 50 anos adentrou cautelosa. 

— Oi! — Disse. — Meu nome é Mirela, não precisa ter medo, eu não farei nada a você, vim apenas ajudá-la a se arrumar até o dia do leilão, precisamos manter esse cabelo bonito e o seu rosto precisa de cuidados. — Falou tocando nele e afastei-me com o rosto enrugado. 

— Tu és brasileira? — Perguntei pelo seu português. 

— Sou! Você tem a cor da pele muito bonita, de qual país de África você veio? — Perguntou sorrindo e ignorando o meu gesto rude. 

— Angola! — Falei pouco acoada e desconfiada. 

— Sempre quis conhecer, mas aqui não temos férias, só ouvi falar de lá pelo chefe por causa dos seus negócios. — Falou mudando a expressão.

Suspirei percebendo que ela não seria um perigo e voltei a sentar-me no chão, a minha barriga rosnava e de tanta coisa que aconteceu, nem me lembrava que fazia algum tempo que não comia nada. Minha barriga não parava de reclamar de fome e Mirela me olhava com pena. 

— Deve estar com fome!— Afirmou Mirela e assenti. — Aquela porta lá, é o banheiro, tome um banho enquanto eu vou pedir se posso trazer algo para você comer. 

Mirela saiu do quarto e fechou a porta sem esperar por alguma resposta minha e fiquei confusa. Levantei-me e fui para a porta onde ela informou que era o banheiro e abri. O banheiro era muito bonito e tinha um espelho ao lado da pia e me aproximei lá de olhos arregalados quando olhava para a minha aparência acabada e meu rosto estava abatido e com manchas, meu cabelo trançado estragado. 

Era estranho e doloroso me ver naquele estado e fiquei com medo ao pensar se havia sido estuprada sem saber e corri para verificar minhas partes íntimas e não havia vestígio de que fui tocada e quase caía no chão pelo alívio e chorei por algum tempo. 

Enchi a banheira e me prepararei para tomar banho, estava com um aspecto horrível. Entrei na água e fiquei limpando o meu corpo. Findei o banho e tirei uma toalha que estava lá e me limpei. Quando terminei, olhei para o espelho e já não estava igual há uma hora atrás, estava a Suraya que normal, rosto limpo e cabelo lavado e solto cobrindo meu rosto que ainda tinha alguns manchas e que irá desaparecer com o tempo se não ferido. Ouvi a porta, alguém estava batendo e fiquei apavorada.

Traficada - [DEGUSTAÇÃO]- Kindle UnlimitedOnde histórias criam vida. Descubra agora