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Talvez morrer fosse a melhor opção que tenho para me livrar disto. Quero tanto voltar para a minha casa, ver minha mãe e meu irmão, se pelo menos saber se estão bem, aguentaria tudo isso por eles, mas não tenho nenhuma notícia deles. O que faço? Ouço passos se aproximando, levanto meus pés para não verem que estou aqui, alguém para a frente da porta e tenta abrir a maçaneta, mas não consegue porque tinha trincado.

— Suraya! — ouço a voz de Anne do outro lado. — Saia daí por favor.

Coloquei meus pés de volta ao chão, limpei meu rosto e abri a porta, olhei para Anne que fica tão linda com a barriga, e vi Brittany que estava a sua atrás. Passei por elas e fui lavar o rosto. Olhei no espelho e meus olhos estão avermelhados, chorei muito. Anne e Brittany se aproximaram de mim e me conformaram com um abraço.

— Todos os casamentos da organização são arranjados, no princípio, é sempre difícil aceitar, mas no fim, você acaba gostando do seu marido. — disse Anne

— Você verá que depois estarão felizes juntos. O Taylor gosta de ti, Theo me garantiu isto. — desta vez Brittany falou.

— Duvido muito que isso aconteça. — respondo com a voz rouca devido o choro.

— Chega de tristeza, por favor. Você borrou toda a maquilhagem, vamos repor isto e voltar para o jantar. Você é a estrela desta noite. — disse Brittany pegando sua maquilhagem da bolsa e me maquiou. — Seu sorriso é mais bonito que a sua tristeza.

Voltamos para o salão, Taylor estava conversando com Theo e Harry e a conversa morreu assim que chegamos. Taylor olhava para mim desde que caminhava até a mesa, fui ao seu lado e me sentei, coloquei as minhas mãos nas minhas pernas que tremiam muito, senti olhares em mim e isso me deixava desconfortável, Taylor colocou sua mão na minha e apertou leve, olhei para ele e sorriu leve. 

— O seu jantar ainda não foi tocado. — Taylor falou apertando minha mão. — Mandei seu remédio, tens que te alimentar.

Olhei para Taylor sem mostrar nada, olhei para o prato na mesa e comi. A comida daqui é muito diferente do meu país, até sinto a falta das nossas comidas de Angola. Término de comer e um garçom trouxe meu remédio e tomei. 

O resto da noite foi passando e as pessoas nos cumprimentavam e desejavam felicidades — algo bem impossível — os homens me olhavam com malícia e alguns com nojo, mas o que tem com essa gente? Apenas fazia tudo o que Taylor pedia para manter as aparências, todos achavam que éramos apaixonados.

Uma mulher de cabelos ruivos me chamou a atenção, ela se aproximou até a nossa mesa com um sorriso enorme nos lábios, trajada com um vestido curto da mesma cor, os peitos delas são grandes, olhei para Brittany e Anne que faziam cara feia assim que a viram se aproximar, os rapazes fingiam que não a viram se aproximar, até que ela chegou a mesa.

— Oi! — disse sorrindo. Taylor e eu nos erguemos, cada vez que alguém se aproximasse para nos saudar. Ela beijou Taylor na bochecha bem próximo da boca. Percebi que os dois são bem íntimos pelos que vejo.

Taylor se afastou dela e olhou para mim, a ruiva apertou minhas mãos cumprimentando, se apresentou como Nicole, não pude entender o que ela falou porque falava outro idioma, e nos desejou felicidades, mas antes de ir, sussurrou algo no ouvido de Taylor, não ouvi e nem me importo com isso, também não entendo nada mesmo. 

A noite finalmente acabou e estamos saindo daquele hotel, saímos pela porta traseira, havia vários soldados fazendo escolta e carros em fileira. Anne se despediu de mim dando um abraço e foi com seu marido.

Traficada - [DEGUSTAÇÃO]- Kindle UnlimitedOnde histórias criam vida. Descubra agora