L'amygdalite • RM

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• categoria: Sweet
• 2978 palavras
• Rap Monster

Baseado em um dos diálogos do maravilhoso livro "Um dia". Quem ainda não leu, ou não viu o filme: recomendo.

(Ficou meio grande glr... foi mal! Kissus~)

— Pronto. Aqui estamos!

Abri a porta do meu apartamento talvez desesperada demais. Namjoon me deixava nervosa, e o clima entre nós dois ficava a cada minuto pior. Eu ficava me perguntado quando ele iria tocar no assunto, quando ele iria me parar e falar "sobre aquilo...". Meu coração parava só de pensar em ter essa conversa com ele e isso me preocupava. Fazia meu suor ficar frio, fazia minha respiração pesar.

Da última vez que eu e Namjoon nos vimos, nós falamos coisas, fizemos coisas e talvez não tenha sido um bom jeito de fazer minha festa de despedida ser especial. Logo depois me mudei para Paris. Com minha bolsa na faculdade de Artes garantida, não pensei duas vezes em comprar minha passagem, alugar um pequeno apartamento e fazer as malas.

Deixar Namjoon foi difícil. Sempre fomos amigos, mas sempre tivemos aquele sentimento de querer algo a mais entre os dois. Por mais que nos evitássemos e tentássemos apenas manter a nossa amizade, algumas vezes isso se complicava. E quando recebi a ligação de Joonie dizendo que viria me visitar em Paris, pensei seriamente em escrever minhas notas de suicídio.

— É ótimo. - Ele respondeu com um sorriso amigavel.
— É legal. A cozinha é ali.

A subida e o estado de nervosismo me deixaram com sede, fui até a geladeira e peguei uma garrafinha de água com gás. Tinha começado a beber, em grandes goladas, quando de repente senti a mão de Namjoon em meu ombro, e de algum jeito ele já estava em minha frente, beijando-me.

Com a boca ainda cheia de água gasosa, fechei os lábios para não esguichar no rosto dele com o sifão de refrigerante. Afastando-se de mim, apontei para as minhas bochecha, absurdamente inchados, como um baiacu, agitei as mãos e fiz um som que poderia ser entendido como "espere um pouco". Como um cavalheiro, Kim Namjoon recuou para deixar que eu engolisse.

— Desculpa o mau jeito.

— Tudo bem. Você me pegou de surpresa. — enxuguei a boca com as costas da mão.
— tudo bem agora?
— Tudo bem, mas eu tenho algo a dizer...

Mas ele já estava me beijando de novo, desajeitado, apertando-me com bastante força na mesa da cozinha, que de repente arrastou no chão com ruído, fazendo com que eu me contorcesse para o vaso de rosas não cair.

— Oops.— ele disse soltando uma risada nasalada.
— Então...
— Desculpe o mau jeito, eu só... - ele coçaria a nuca ainda se apoiado sobre meu corpo.
— Mas é então, Namjoon... - tentei novamente.
— Estou me sentindo um pouco inseguro...
— Eu meio que conheci uma pessoa.

Namjoon retirou de seu rosto todos os vestígio de um sorriso e, dando um passo atrás, me encarou.

— Você conheceu uma pessoa. - ele repetiu sério.
— Um homem. Um cara. Estou saindo com um cara.
— Um cara. Certo. Tudo bem. E daí? Quem?
— O nome dele é Jean-Pierre. Jean-Pierre Dusollier.
— Ele é francês?
— Não, Namjoon, ele é de Marte.
— É que estou surpreso, só isso.
— Surpreso por ele ser francês ou pelo fato de eu ter um namorado?
— Não, é que... bem, foi rápido, não? Quer dizer, faz só algumas semanas que você chegou. Deu tempo de desfazer as malas ou...
— Dois meses! Estou aqui há dois meses, e conheci Jean-Pierre um mês atrás.
— E onde vocês se conheceram?
— Num pequeno bistrô aqui perto.
— Um pequeno bistrô. Certo. - ele cruzou os braços desviando os olhos levemente - Como?
— Como?
— Como vocês se conheceram?
— Bem... hã... eu estava jantando sozinha, lendo um livro, e esse cara estava com uns amigos e me perguntou o que eu estava lendo... — Namjoon deu um gemido e balançou a cabeça, um artesão desdenhando o trabalho de um rival.

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