Capítulo 95 - Memorias

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A semana seria difícil para todos.
Caroline chegou a esta conclusão na manhã seguinte quando levantou sentindo as pernas pesadas e doloridas.
Já fazia dois dias que haviam descoberto sobre a gravidez de Elena, e a morena ainda não tinha tido o momento certo para dar a noticia a Damon.
Caroline escovou os dentes e penteou os cabelos, cogitando a possibilidade de mudar de visual... já estava cansada de ser sempre a mesma. Amarrou bem o roupão em volta da cintura, por cima da calça de abrigo e da blusa branca de algodão.
Naquela manhã fazia frio, e o vento não estava nada agradável.
Desceu as escadas bocejando e um grito morreu em sua garganta quando viu Klaus de pé na cozinha. Tinha o cabelo totalmente bagunçado, e o roupão não estava bem amarrado. Seria uma imagem extremamente sexy e provocativa, se Caroline não houvesse reparado no nariz e nos olhos vermelhos, e nas olheiras que denunciavam a noite mal dormida.

- Bom dia. - ela disse com a voz mais rouca que o normal por ter acabado de acordar – Caiu da cama?
Ele não sorriu. Mal sinal.
O dia de Caroline realmente não havia começado bem... ou melhor nem se quer havia começado a julgar que o seu dia começava apenas depois de ver o sorriso de Klaus.

- Café? - ele ofereceu indicando a térmica em cima da pia

- Sim. - ela disse estreitando os olhos e o analisando – Esta tudo bem?

- Porque não estaria? - o tom da sua voz soou frio

- Não sei.. - ela disse tomando o primeiro gole de café – Você parece abatido. Triste.

- Eu apenas não dormi bem esta noite. - ele deu de ombros sem encará-la

- Você sente-se doente? Porque não dormiu?

- Não creio que esteja doente. Apenas não consegui dormir.
O silencio que se seguiu tirou uma boa parte da paciência dela e quando ela estava prestes a gritar ele falou:
- Vou subir. Não precisa se preocupar com o meu almoço.
Caroline arregalou os olhos:

- Você vai passar a tarde aqui? Não vai trabalhar ? Digo, não vai para a empresa? - ela se sentiu estupida por parecer tão perturbada com a ideia dele ali o dia todo.

- Não. Hoje não. - ele disse já no alto da escada, e logo o barulho da pesada porta do quarto dele foi ouvido.
Caroline piscou uma, duas, três vezes, e continuou atordoada.
Klaus nunca faltava ao serviço... podia té se atrasar mais faltar nunca!
Ele estava estranho naquela manhã e disso ela tinha certeza. Estaria ele doente e tivesse mentido? Mas Klaus era forte como um touro...
A curiosidade de Caroline impediu que ela continua-se ali parada no meio da cozinha. Respirou fundo enchendo os pulmões de ar e largou a xícara em cima da mesa, começando a subir as escadas decidida a desvendar o terrível mistério que rondava seu marido.
Sendo levada por uma onde de adrenalina e coragem ela abriu a grande porta do quarto do Mikaelson sem bater, porem nem toda a coragem do mundo poderia deixar seu coração imune e preparado para aquela cena.

- Nick... - ela disse com a tão doce que até ela mesma estranhou.
Ele virou-se pra ela percebendo só agora sua presença. Não escondeu o rosto. Era Caroline que estava na porta o olhando com aqueles grandes olhos brilhantes... Não tinha o que temer.
- Você esta chorando? - ela perguntou sentindo-se idiota dois segundos depois.
Ele secou o rosto e respirou fundo.
Ela não pode mais aguentar, terminou com a distancia que existia entre eles sentou-se na cama e o abraçou. Ele não a afastou como ela previa, apenas deixou-se ser abraçado.

- O que houve? - ela perguntou de novo – Fale comigo Nick, por favor.

O quarto ficou em completo silencio até ele indicar com a cabeça o porta-retratos ao lado da cama em cima do criado mudo.

- São seus pais? - ela perguntou analisando o casal da foto. Ele apenas assentiu.
Ela não falou nada... estava emocionada de mais para isso.

- Hoje esta completando mais um longo anos sem eles. - ele disse com a voz baixa.
O olhar de ambos se encontrou e ela por algum motivo, sentiu como se algo fosse conectado, e graças a essa conexão pode interpretar a dor contida nos olhos vermelhos dele. Aquilo a emudeceu, e ela sentiu os olhos marejando. Querendo ou não, ela sabia a dor que Klaus estava sentindo.

- Pode parecer idiota, - ele disse com um sorriso fraco - mas nenhum homem é forte o suficiente quando se trata da saudade de alguém que ele ama em condicional. Sinto falto de uma família...

Caroline surpreendeu-se quando uma vontade insana de chacoalhar os ombros do homem a sua frente e gritar que ela era sua esposa e que era sua família
a preencheu. Mas não o fez, apenas o abraçou com força.

- Você sabe que pode contar comigo.
Ele retribuiu o abraço sentindo o cheiro doce dos cabelos soltos dela.
- Eu sei. - ele disse parecendo mais controlado.
Ela não soube dizer ao certo em que exato momento o abraço deixou de ser reconfortante e tornou-se sensual, mas soube quando Klaus ainda lhe abraçando sussurrou seu nome:

- Caroline...

- Klaus…
Ele beijou-lhe o nódulo da orelha, e trilhou um caminho de beijos até a boca dela. Os lábios macios de Caroline se abriram pedindo uma caricia mais ousada, e ele atendeu invadindo sua boca com a língua.
Ela sentiu-se derreter... já fazia tanto tempo!
As mãos apressadas de Klaus se detiveram em seus seios e ela gemeu entre o beijo.
Ele precisava de consolo.. estava em busca de consolo e ela queria lhe dar isso. Queria confortá-lo mais que nunca. Por mais que parecesse egoísta ela queria fazê-lo esquecer de tudo, até do seu próprio nome. E foi isso que ela fez.
 



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