capitulo 21 quem é vivo sempre aparece parte final1

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Eu sabia que aquela conversa seria definitiva e não estava disposto a enrolar. Ele ficou parado diante da porta, sobressaltado com o tom da minha voz. Vi nos olhos dele que ele tinha consciência que não poderia mais fugir daquele assunto. Sentou no sofá e eu sentei ao seu lado.

– Kadu, vamos esclarecer as coisas. Eu quero que você seja absolutamente sincero comigo, assim como eu prometo que serei com você. Certo?

– Tudo bem.

Olhei mais uma vez para ele e então comecei a falar:

– Eu sei que o que rola entre a gente é bom, gostoso e pode ter certeza que eu gosto muito, mas eu acho que as coisas estão fugindo ao nosso controle. Você tem estado estranho comigo, com atitudes suspeitas e eu por minha vez estou me tornando possessivo contigo, o que eu sei que não tenho o menor direito.

Parei de falar e olhei nos olhos dele. Ele me encarava, sem dizer uma palavra sequer.

– Eu não quero estragar a nossa amizade, a leveza da nossa relação, a cumplicidade que a gente sempre teve. Por isso eu vou te fazer uma pergunta e quero a verdade. O que você sente por mim, Kadu?

Ele olhou pra baixo e depois novamente tornou a me fitar.

– Eu te amo, Biel.

Aquelas palavras me causaram calafrios que percorreram todo meu corpo.

– Me ama como amigo?

– Sim. Sobretudo como um amigo, mas te amo como homem. Eu te amo como eu nunca amei ninguém.

Eu olhei pra ele com os olhos arregalados, como se aquela revelação tivesse me acertado como um soco no estomago.

– Fica calmo, Biel. Não vai mudar nada. Eu te amo, sim. Porém não quero nada além da sua amizade. Eu não quero um relacionamento sério e acho que isso só estragaria a nossa relação. E eu sei que você ainda nutre sentimentos pelo Bernardo e eu nunca quis ficar entre vocês. Vamos deixar tudo como está.

Eu olhei para baixo, esfregando a cabeça com as mãos. Eu era o primeiro a não querer que as coisas mudassem, mas admitia que eu mesmo não sabia ao certo o que sentia por ele. Só tinha uma solução para aquela situação.

– Kadu, eu vou embora.

– Hã? O que? Não! Você ta louco?!

– Não, eu não estou. É o melhor pra nós dois e você sabe disso. A gente precisa se distanciar e colocar a cabeça no lugar. Não quero colocar tudo a perder.

– Não vai, Biel. Eu já te falei. Eu te amo, mas não te quero. Fui bem claro? Não quero nada contigo. Vamos manter a nossa amizade como sempre tivemos.

Confesso que ouvir ele falar daquele jeito, tão categoricamente que não me queria, me causou uma sensação desconfortável. Porém eu sabia que era o melhor pra gente.

– Eu não sei, Kadu… Ainda acho melhor a gente manter distância até as coisas esfriarem.

– Não é necessário. Você mora aqui, essa casa já é sua também. Nós dois somos adultos e podemos tomar as rédeas da situação.

Eu nao sou gayOnde histórias criam vida. Descubra agora