Capítulo 11

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Milly

– Gêmeos? – eu e Gabriel falamos ao mesmo tempo e Max confirma.

– Sim, é certeza. São dois bebês.

Eu fico olhando para o monitor enquanto Max continua a falar, informações sobre o feto, mas eu apenas me sinto estupefata demais pra prestar atenção.

Eu estou esperando gêmeos. Vou ter dois bebês.

Quer dizer, Gabriel vai ter dois bebês. Não eu, me corrijo.

Então eu apenas respiro fundo, esmagando qualquer sentimento que esta novidade pode me causar, seja ele bom ou ruim, porque no final de nove meses, isto não fará a menor diferença para mim e encaro Gabriel.

– E então? O que acha disto? – indago curiosa e ele me lança um de seus sorrisos perfeitos.

– Acho incrível.

– Sério? Porque, bem... Você queria ter um bebê, dois eu acho que é diferente.

– Eu não pensei sobre isto, mas... confesso que estou achando a ideia maravilhosa.

– Está tudo correndo bem com a gestação. – Max termina, cortando nossa conversa, e eu me pergunto se a esposa de Gabriel também achará a ideia de ter dois filhos tão boa quanto Gabriel.

Mas como sempre, em se tratando deste assunto, algo me faz me calar.

Max e Gabriel saem da sala e a enfermeira me ajuda a sair da maca e me arrumar para ir embora.

Eu encontro Gabriel no corredor e nem sinal do médico.

– Achei que já tivesse ido embora. – digo, contente por ele ainda estar ali.

– Queria perguntar a você sobre a casa, se tomou uma decisão.

– Eu adorei, claro. Foi sem dúvida a mais perfeita que eu visitei.

– Então vai fazer negócio?

– Você me disse que seu corretor ia me ligar, lembra?

– Ah sim, eu me esqueci. – ele passa os dedos pelos cabelos. – Andei muito ocupado estes dias, mas eu pedirei para ele entrar em contato, não se preocupe.

– Não tem problema. Mas já que anda tão ocupado, acho melhor eu ir andando e não tomar mais seu tempo.

– Sim, eu preciso voltar ao escritório. – nós seguimos juntos até a calçada.

– Precisa de carona?

– Não, eu vou pegar o metrô.

– Claro que não. Eu te levo pra casa.

– Não quero te atrapalhar, Gabriel.

– Não atrapalha.

– Não disse que estava ocupado?

– Não tão ocupado que não possa te dar uma carona.

– Tudo bem. – eu acabo concordando e o sigo até o carro.

– E como está se sentindo? Muito enjoada? – ele indaga quando estamos no trânsito.

– Um pouco ainda.

– Espero que esteja comendo direito.

– Claro que estou.

– Eu espero mesmo que sim.

Eu rolo os olhos, entre irritada e divertida.

– Por que não coloca câmeras na minha casa pra me vigiar?

Por um sonho -DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora