Capítulo 14 - P.O.V. HARRY

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Não conseguia dormir, e pelos vistos a Sophie também não, convidei-a a ver um filme e ela aceitou. Pedi-lhe para ir buscar a minha pen e quando ela esticou o seu braço encontrei os seus cortes.

Quando vi os seus cortes, passaram-me mil e uma coisas pela cabeça, eu queria saber a razão de ela os fazer, eu queria saber o porquê. Nunca imaginava que ela escondia tal coisa.

Perguntei a razão para ela os fazer, e ela soltou uma lágrima e eu não resisti a abraçá-la.

Assim que ela reparou que eu notei nos seus cortes tapou-os, custa-me tanto saber que ela sofre, sim porque se ela os faz é porque sofre e só de pensar nisso dá-me uma pontada no coração.

Ela não merece sofrer, ela é um pessoa tão atenciosa, tão querida.

A minha cara foi-se aproximando da sua, os meus lábios estavam cada vez mais perto dos seus e eu não resisti a beijá-la. Ela correspondeu o beijo, senti-me tão bem, tão vivo, e aquele beijo teve bastante significado, eu gosto dela, e gosto da Sophie, não posso dizer que é amor, porque não é, mas eu gosto realmente dela.

Gosto de quando ela dorme comigo, gosto da maneira que ela fica corada quando a trato por princesa, gosto da forma que ela come, da forma que ela anda, gosto dos seus beijos, de sentir os seus lábios nos meus, gosto do seu abraço, eu gosto dela.

Peguei nela ao colo, fiz com que ficasse cada perna dela em volta da minha cintura, dei-lhe outro beijo e meti-a na cama, já não queria ver o filme, apenas queria ficar a noite toda abraçado a ela, em silêncio, ou apenas a ouvir a sua voz, apenas eu e ela, na cama a conversar.

Deitei-me ao seu lado, e puxei-a para cima de mim de modo a ficar em cima do meu corpo com a cara em frente à minha, deu-me um beijinho na bochecha e tenho de admitir, aquele beijo foi super fofo, tal como ela.

Saiu de cima de mim, e deitou-se ao meu lado de barriga para cima. Virei-me para ela, ela era linda, muito. Vi que ela olhou para os seus cortes.

“quando eu era mais nova...” vi que ela soltou uma lágrima.

“Sophie, se não quiseres, não precisas dizer já” e não precisava, não a queria ver triste, não a queria fazer chorar.

“quando eu era mais nova” ela repetiu, ela ia-me contar agora “era a excluída, aliás, sempre fui a excluída, sempre fui gozada pela maneira como antes me vestia” realmente ela com o novo visual fica muito melhor, tenho de admitir, ela fica linda, com as suas roupas antigas e sem maquilhagem fica sonsinha demais “e por ser a melhor aluna da turma, sempre fui tipo a nerd por ter grandes notas” isto não era razão para ela ser gozada, ela não merecia realmente “então comecei a cortar-me praticamente todos os dias, era uma forma de me sentir aliviada” já tinha ouvido dizer que os cortes aliviavam, mas saber que ela sofria de modo a usá-los para tal, custa bastante “depois o Niall, o meu atual melhor amigo, descobriu que eu os faço e decidiu ajudar-me a parar, e por uns tempos conseguiu, mas agora com a distância devido a ele ter ficado em Portugal, voltei a fazer” agora entendia tudo, quando ela falou no Niall, senti ciumes e gostava de ter sido o primeiro rapaz a saber de tudo isto, mas ele ajudou-a, então tenho de agradecer a ele, eu sinto que ela gosta mesmo dele, e agora está a chorar.

One More Chance || H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora