Mais uns dias se passaram, tudo corria normalmente, eu e a Eve estava-mo-nos a dar bastante bem, costumava mos almoçar juntas em todos os dias de aulas, sabia que podia confiar nela, e ela em mim. Graças a ela já me relaciono mais com algumas pessoas da nossa turma, o que até é bom por vezes, sabe sempre bem ter o nosso espaço, mas conhecer mais alguém, faz me sentir que de certa forma estou em “casa”.
Já passaram duas semanas desde que aquele homem me tentou... me tentou, violar. Nunca mais o vi, felizmente, muita sorte tive eu por o Harry ter aparecido. E por falar em Harry, nunca mais voltei a falar com ele, nem ele comigo, melhor assim, a sua arrogância irrita-me, confesso. Vi-o com uma rapariga no outro dia, suponho que seja a sua namorada, custa-me acreditar como é que alguém consegue namorar com um ser tão irritante, tão frio como ele. Ele podia até ser incrivelmente bonito por fora, mas por dentro, parecia uma pessoa misteriosa, cruel.
As aulas de hoje foram cansativas, cada vez são mais exigentes. Como é sexta feira, convidaram-me para ir a uma festa que ia haver numa discoteca, não sou de sair, mas como a Eve e algumas pessoas da turma me convidaram, aceitei, melhor que ficar em casa sozinha a deprimir. Não sabia o que vestir, sabia que de certeza que todas as raparigas iam de saias, e com decotes, mas eu não tenho roupa assim, por isso limito-me a vestir umas calças, e uma blusa simples de manga comprida.
Fui jantar a um restaurante, e agora preparo-me para sair de casa, não sei porquê, mas hoje estou incrivelmente bem disposta.
Alguém bateu à porta, deve ser a Eve a chamar-me para irmos. Fui a abrir a porta. Wow, ela estava linda, com um vestido super preto justo e curto, não era decotado, mas ficava-lhe mesmo muito bem, tinha o cabelo arranjado, estava mesmo bonita. Senti-me mal por eu na realidade estar como todos os dias, tão simples, tão ... feia.
“uau, estás linda” elogiei-a.
“obrigada” ela olhou para mim “vamos?”
“claro”
Sentia-me mal, sentia-me feia, sempre foi assim que me senti, mas hoje piorou, pirou quando vi a Eve, piorou quando a vi toda produzida a minha frente. Queria ter metade da beleza que ela tem, isso já me deixava contente. Estávamos a ir para a discoteca com mais pessoas da nossa turma, estavam todos muito produzidos, muito arranjados.
Começava a ouvir uma musica ao fundo, era a discoteca, já estava perto, nunca fui a uma discoteca, não sei qual é a sensação, nem sequer sabia dançar, mas o que me passou pela cabeça para vir nesta “aventura”? só eu, o que eu faço comigo própria...
Chegámos a discoteca, e estava já bastante gente lá, por sorte tinha um sofá livre, ainda bem, não me imaginava a dançar no meio daquela gente toda. Dirigi-me para a casa de banho, senti-me a ser puxada, era aquele homem, o que tentou me violar, porquê? Ele estava bêbado, eu estava com medo, muito mesmo.
“por aqui boneca?”
“larga-me!”
“não boneca, devíamos ir concluir o que não acabamos no outro dia” ele olhou-me de alto a baixo “quer dizer, podias estar um bocadinho mais produzida, essa roupa não se usa há séculos, e maquilhagem,e com óculos? Que simples. Mas não importa, serves”
Não sei porque aquilo fez-me sentir mal, realmente mal, a opinião de um estranho não me devia de importar, não devia de querer saber da opinião dos outros, muito menos da dele, aquele tarado, porquê a mim? Porque não foi chatear outra?
Senti alguém a puxar-me dali, era o Harry, ainda não tinha notado a presença dele, parecia que estava sempre cá presente quando eu precisava, parece que sentia quando eu estava em apuros ou algo assim.
“não precisas de agradecer” o Harry disse irónico.
“pelo quê? “ estava um bocado confusa.
“por te ter tirado do lado daquele homem outra vez”
“obrigada” eu disse.
Afastei-me e dirigi-me a um balcão perto da Eve, ela perguntou-me se eu queria beber alguma coisa, não sabia bem ao certo se realmente queria, mas aceitei. Ela deu-me uma bebida azul, e wow, aquilo era bom. Fui dançar com ela para o meio da pista, nem sei como fui capaz de fazer isto, não sou nada assim, mas na verdade, estou me a divertir, e é isso que importa.
Senti-me a ficar cansada, a minha cabeça começou a doer, e via tudo a andar à roda, senti os meus olhos a fechar.
Acordei numa cama que não era a minha, não sabia onde estava, isso preocupou-me, mas não me consegui levantar, a minha enorme dor de cabeça não o permitiu. Ouvi uma voz, a falar ao telemóvel, não era de todo estranha, eu conhecia aquela voz. Alguém bateu à porta.
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Está bastante pequeno, mas foi o melhor que consegui fazer hoje. o próximo será maior.
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One More Chance || H.S.
Hayran Kurgu"eu amo-te" "mas eu não te posso amar" ; "não sou rapaz de uma só rapariga" Sophie era uma rapariga triste, não estava habituada a ter amigos e nunca antes teve uma relação, mudou-se para Londres para ir para a universidade e acaba por conhecer Harr...