Capítulo 2

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Após deixar Melissa em sua casa fui caminhando em direção a minha. Eu estava sempre com aquela sensação que alguém estava me observando e não sabia bem o porque disso. Chegando em casa fui conversar um pouco com minha mãe.
- Mãe. Acabei de chegar.
- Como foi a aula, filho ?
- Foi ótima. Aprendi coisas novas.
- Vocês saíram pra algum lugar depois da aula ? - Imaginei que ela perguntaria isso.
- Sim mãe. Nós fomos à sorveteria.
- Você vai querer jantar ?
- Acho que não. Estou bem cansado, vou tomar um banho e deitar.
- Tudo bem. Seu pai disse que vai chegar amanhã só após o horário de almoço.
- Entendi. Será que você consegue passar essa noite sem ele? - Falei em tom zombeteiro.
- Tá me chamando de medrosa? Ah menino! Vai tomar banho logo.
Então simplesmente comecei a rir e fui caminhando pro andar de cima da casa.
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- Pai! Acredito que ele agirá.
- Mandem anjos vagar naquele local.
- Sim, Pai!
- O dia está chegando, meu filho Lúcifer!
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Assim que sai do banho me joguei na cama e coloquei os fones de ouvido, estava tocando um rock bem calmo e logo comecei a ficar com sono, então tirei os fones e coloquei o celular pro lado e rapidamente adormeci.
Naquela noite tive um sonho meio estranho. Sonhei com uma caneta, vários seres estranhos e o planeta explodia e então... voltava ao normal através de uma luz, a luz era tão forte que parecia ser real, tão real que me fez acordar e eu estava bem ofegante.
- Minha nossa! O que foi esse sonho? - Então olhei rapidamente e vi uma sombra atrás da porta do meu quarto, aí me assustei bem mais. Então a sombra se foi. Respirei fundo levantei da cama e fui lá olhar.
- Deve ser minha mãe- Ao abrir a porta não vi ninguém, fiquei mais assustado ainda, mas respirei fundo - Melhor eu voltar pra cama. Que horas devem ser? - Ao olhar o relógio eram 5:40 da manhã e eu só me levantava as 6:30 - Espero conseguir voltar a dormir.
Infelizmente não dormi nem um pouco sequer, levantei da cama, tomei um banho e me arrumei pra escola. Ao sair do quarto vejo minha mãe vindo no corredor.
- Filho! Levantou cedo ?
- Sim mãe!
- Você dormiu bem essa noite? - Estava pensando em falar meu sonho com ela, mas decidi ficar quieto.
- Sim! Dormi como uma pedra.
- Como sempre. Mas você está meio abatido. Aconteceu alguma coisa ?
- Não. Eu estou bem, é só impressão sua.
- Tudo bem. Vá tomar seu café para podermos ir.
- Sim senhora! - Falei fazendo posição de sentido e depois começamos a rir.
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- Mestre Lúcifer, já sabemos onde ele mora.
- Tudo bem. Amanhã vamos fazer uma visita à escola dele. Espero que você não me faça perder tempo, ou então... já sabe das consequências.
- S... Sim senhor!
- Então vá!
- Sim.
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Ao chegar na escola fui direto procurar Lucy, ela era a única pessoa que eu podia confiar esse sonho.
- Bom dia Grant!
- Lucy, preciso te contar uma coisa.
- O que aconteceu ?
Então expliquei o sonho que tive, falei sobre a forte luz que me fez acordar, à sombra atrás da minha porta e tudo o mais.
- Isso é bem estranho.
- Eu sei. Mas eu estou falando a verdade.
- Eu acredito em você. Mas o que você pretende fazer ?
- Não sei. Pelo que vi nada foi roubado lá em casa. Não sei... estou confuso.
- Fica calmo! Foi só um sonho.
- Mas parecia bem real pra mim.
- Entendo. Vamos logo pra sala que a aula já vai começar.
- Vamos!
Não estava conseguindo me concentrar nas aulas. Não estava entendendo nada do que o professor estava falando. Então ele me chama:
- Grant! - Eu não respondi - Grant!
- Ah... é... Sim professor, o que quer?
- Em que mundo você está ? Vamos acordar meu caro.
- Me desculpe professor - Então senti meu rosto queimar.
- Tudo bem. Poderia resolver aquele exercício para mim ?
- Ah... Posso tentar.
- Eu acabei de explicar a matéria. Como assim "tentar" ?
- Tudo bem.
- Se concentra meu parceiro- Falou Matt.
- Tá... é... Acho que consigo.

Na hora do intervalo me isolei num canto, não queria falar com ninguém, nem mesmo com Lucy. Mas então ela me encontrou.
- Ah! Você está aqui. Finalmente te encontrei.
- O que você quer ?
- Nossa! Não precisa falar assim.
- Me desculpa. Mas eu tive uma noite horrível, não consigo me concentrar em nada, aquele sonho não sai da minha cabeça.
- Tenta se acalmar um pouco - Então ela veio e me abraçou.
- Obrigado Lucy! - O abraço dela foi um tanto reconfortante. Me senti um pouco melhor naquele momento.

Ao sair da escola tive um sentimento estranho, estava sentindo que algo iria acontecer, só não sabia o que e porque eu estava sentindo isso. Olhei em todos os cantos, duas pessoas que estavam em frente a escola me chamaram a atenção.
- Nunca vi eles por aqui- Um deles era alto, com cabelos negros e bem cortados, estava com um terno preto, o outro ao seu lado era de estatura mediana, usava um chapéu e um terno branco. Então escuto alguém me chamar:
- Grant!
- Axel ?
- Vem logo! Matt se meteu numa briga, lá no pátio da escola.
- Droga! Mais essa pro meu dia.
Então fui correndo ver o que era. Matt estava brigando com o valentão da escola, um cara alto, com cabelos longos e cor de mel, bem forte, o nome dele era Josh Muller, e estava dando uma surra em Matt. Não pensei em nada, apenas cheguei separando os dois.
- Matt! Se acalma. Pare com isso- Eu não tinha noção de como Matt era bem forte, mas consegui controlar ele.
- Ei, você! - Falou o valentão.
- O que quer? - Perguntei.
- Me deixa resolver as coisas com ele.
- Já chega de briga por hoje.
- Ou eu bato nele ou em você- Eu olhei para Matt e vi que ele estava um pouco machucado. "Droga! Vou ter que brigar com ele" pensei.
- Tudo bem- Eu poderia vencê-lo facilmente, afinal, eu fazia kung fu.
- Vai querer brigar comigo ?
- Grant, não precisa fazer isso, eu posso cuidar dele sozinho.
- Cale a boca Matt! Você está todo machucado, não vou deixar você brigar mais- Falei em um tom bem severo.
- Me desculpe- Falou Matt- Mas você não vai conseguir.
- Eu tenho que tentar. Se é isso que ele quer.
- Então vem logo- Me coloquei em posição e esperei ele dar o primeiro golpe. Ele tentou me dar um gancho de direita, simplesmente segurei o braço dele e girei ele sobre minhas costas, e ele se chocou contra o chão. Então ele se levantou e tentou outro gancho de direita, novamente segurei o braço dele, mas dessa vez desferi dois socos em sua barriga e um no queixo. Ele caiu todo duro no chão. Então chegou o diretor da escola e todos começaram a ir embora.
- Josh, Grant e Matt! Estou envergonhado.
- Diretor... é...é... Eu posso explicar.
- Não fale nada Matt. Amanhã quero vocês acompanhados de seus pais.
Eu apenas me virei e fui embora.

Chegando em casa fui conversar com minha mãe:
- O QUE ? Você se meteu numa briga ?
- Eu estava defendendo meu amigo, mãe.
- Não quero saber! Vá para o seu quarto e fique lá o resto do dia.
- Mais...
- Mais nada, vá logo! - Minha mãe estava bem irritada, mais ela sabia que eu não era de entrar em brigas e coisas assim. Apenas obedeci a ela e subi pro meu quarto.

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