Cap. 02: Por que você falou o meu nome?

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Glasgow – Escócia - Novembro de 2013

Mary olhava para a janela do seu flat em Glasglow e não conseguia ver absolutamente nada com a pesada neblina que cobria toda a sua rua. Era madrugada de sábado para domingo e ela não conseguia dormir, se sentia especialmente sozinha aquela noite.

Desde que ela havia conseguido o papel da protagonista Claire Randall na série Outlander, a sua vida havia dado uma guinada de 360 graus. Ela deixou os EUA após 05 dias que havia feito o teste para o papel e simplesmente se mudou para a Escócia. Ela foi instalada pela produção em um flat em Glasgow numa área relativamente central. Porque os estúdios onde eram filmadas as cenas internas ficavam em Glasgow. E também porque Glasgow ficava bem mais perto das áreas onde eles gravavam as externas do que a cidade de Edimburg.

Roland o seu co-star e também o amigo mais próximo dela desde que havia chegado à Escócia, também morava em um flat a cinco minutos a pé do dela. Roland havia morado com a mãe dele em Edimburg, Chrissie, que tinha um ateliê na cidade de Edimburg e que Roland a havia levado para conhecer em um dos muitos passeios para que ela conhecesse a Escócia.

Mary sentia falta dos seus amigos, dos seus pais e principalmente da sua gata Eddie que ainda estava com a sua amiga Domenica nos EUA. Mas logo chegariam os feriados e ela traria Eddie para viver com ela. Sorriu ao olhar no celular as fotos da sua gata gorda e temperamental, e sentiu as lágrimas caírem ao lembrar-se dela roçando o corpo quente e peludo em suas pernas quando chegava em casa. Ou quando, Eddie a acordava na cama a lambendo no início para logo depois dar pequenas patadas exigindo a sua refeição matinal. Mas o que Eddie mais fazia era ficar aconchegada junto a ela lhe dando calor e amor também.

Mary limpou os olhos cheios de lágrimas e ao olhar para cima viu uma enorme aranha no alto da parede quase no limite do teto. Ela subiu no sofá e deu um pequeno grito. Mary sentia um pavor absurdo de insetos rastejantes, peludos, cascudos e com perninhas. Ela não conseguiria matar aquele bicho asqueroso e nem tampouco poderia dormir com ele ali no mesmo lugar que ela. Olhou para o celular e chamou a única pessoa que pensou que pudesse socorrê-la.

- Alô? – Mary ouviu a voz sonolenta do outro lado da linha e sentiu-se mais envergonhada ainda, mas ela não tinha o que fazer, precisava de ajuda.

- Roland?- fez um silêncio de alguns minutos e Mary pensou realmente em desligar porque ela devia estar atrapalhando algum encontro romântico, afinal era madrugada de sábado para domingo e um homem como Roland não deveria estar sozinho. – Desculpe... foi engano.

- Mary? Aconteceu alguma coisa? – Agora a voz mostrava mais atenção e também que o dono acordara totalmente. Roland pigarreou e voltou a falar. – O que aconteceu? Você vai falar ou terei que ir até aí agora?

- Roland... desculpe... eu não quis te acordar ou atrapalhar a sua noite... – Mary estava realmente constrangida com aquela situação e por ter agido assim sem pensar. – É que tem uma aranha aqui e eu tenho pavor!

- Aranha? Você viu se é venenosa? – Roland falou com humor na voz. – Então, quer dizer que a fortaleza Balfe tem medos como qualquer outro ser humano?

- Como é que eu saberia se é venenosa, por acaso ela vem com uma etiqueta? – falou bufando Mary. - Olha foi um erro eu ter ligado para você, desculpe e vou desligar porq...

- Mary, eu já estou acordado, estou só brincando com você, não precisa ficar toda bravinha desse jeito. – ele falou sorrindo do outro lado da ligação. – Chego aí em minutos e levo a minha espada! – disse desligando com humor na voz.

Roland e Mary Balfe-HeughanWhere stories live. Discover now