A garota da feira e o viajante

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"Eu tenho flashbacks de memória, da minha infância, na minha estrela....."

Estrada após estrada, atalho após atalho, aos poucos a pequena cidade das flores como era chamada ia ficando mais perto, parecia um lugar acolhedor, um lugar de paz, poderia ser o destino final ou apenas uma paragem, uma estadia, seja o que estivesse esperando na pequena cidade banhada pelo sol da manha parecia ser o local onde o jovem andarilho resolveu investigar alguns acontecimentos estranhos, talvez não encontrasse nada de importante mas poderia pelo menos conseguir algo para comer, beber ou um lugar para dormir um pouco, conhecia entretanto apenas uma cafeteria que ouvira falar.
Apesar de estar alguns dias na estrada, não apresentava aparência maltrapilha, parecia até elegante na calça jeans e jaqueta marrom, carregava uma mochila pequena,carregava só o necessário.
O gelido ar da manhã de outono soprava, enquanto Gai se aproximava da entrada da cidade.
A feira parecia mais movimentada que o normal naquela manhã de domingo, talvez por que as pessoas queiram fazer suas compras aproveitando o sol da manhã para após o almoço se recolher e esperar o ar gelido do fim da tarde noite.
Nessa feira encontramos uma garota simples, uma feirante, vendia comida colonial, frutas e verduras com seus pais.
Mas não se deixe enganar pelo semblante simples, antes de tudo é uma garota linda, daquelas de dizer:Nossa que garota linda,longos e lindos cabelos cacheados da cor castanho claro, da mesma cor seus olhos eram de cativar, um olhar curioso, ansiado por conhecimento, era contudo uma garota muito inteligente, suas notas eram as mais altas da escola, dominava alguns assuntos extra curriculares que a faziam se destacar sobre os demais alunos, mesmo não tendo feito nenhum curso dominava quatro idiomas, não era fluente, mas tinha grande conhecimento.
Parece que desta vez não poderá ler o livro que havia trazido junto para a feira, pois o movimento era grande, atendia um, dois, três clientes ao mesmo tempo sempre com agilidade e simpatia era impressionante para uma garota de 17 anos mas assim era a vida de Sophia, envolvida entre a escola, ajudar seus pais no trabalho e seus hobbies um tanto peculiares, afinal, não é todo mundo que se diverte estudando.
Uma pausa, finalmente, sentou-se e para tomar um copo de café, o movimento deu uma acalmada, aparecia um ou que outro cliente comprando uma fruta ou legume ou alguma das especiarias extras que vendiam mas eram atendidos por seu pai ou mãe.
Uma brisa gélida soprou, o sol já ia para o meio do céu quando Gai entra na rua onde a feira está instalada, caminhando, olhando, vendo o que poderia comprar, se tivesse condições de comprar, carregava um pouco de dinheiro consigo, havia ganho da senhora que o havia criado desde metade da infância, supostamente poderia comprar muitas coisas mas conseguiu apenas um saco de maçã, seus olhos chegaram até algo desconhecido e delicioso pela aparência e cheiro, pão de queijo,parou em frente a barraca e fitou, o feirante ficou imaginando o que aquele jovem tinha na cabeça para encarar um pão de queijo daquele jeito.
-Posso ajudar jovem?
-O que é isso?
O homem olhou surpreso com a pergunta e respondeu
-Pão de queijo!
-Aaaahhh então é um pão!
Sophia que estava sentada logo atrás de seu pai com um livro na mão observava Gai com um misto de pena e curiosidade, ele lhe despertara atenção.
-Acho que meu dinheiro não vai dar!
O feirante apenas o fitou e não disse nada então Gai comprou apenas uma garrafinha de água, agradeceu e seguiu seu caminho.
Jacomo era um próspero produtor na cidade mas também era conhecido por sua generosidade, ao ver Gai se afastar pensou consigo:
-Pobre rapaz, deve estar faminto!
Tomando alguns goles de água, Gai caminhava, uma cafeteria chamou sua atenção fazendo parar, ora, afinal estava na cidade certa.
-Hey moço! !! Gritou Sophia atrás dele.
-Olá moço, isto é pra você!
A garota estendeu a mão com um pacote de papel, dentro havia pães de queijo, por um instante Gai ficou sem reação, apesar de haver muita maldade e egoísmo na terra ainda havia pessoas boas.
A garota ainda alcançou um copo fechado de café, seu sorriso simples cativou Gai,parecia que uma galáxia se abria em seu olhar, Sophia era de algum modo especial e poucos podiam sentir isso e os que sentiam eram tomados por seu jeito.
-De onde você vem moço? Não parece ser um morador de rua tão bem vestido assim apesar de estar com pouco dinheiro.
-Sou como o vento, venho e me vou, não tenho destino.
-Nossa você está tentando encontrar seu "eu" interior ou algo do tipo?
Gai não entendeu e a ficou olhando.
-Desculpas, não é sempre que converso com uma pessoa nova então fico perguntando demais.
-Tudo bem!
-Eu me chamo Sophia, e você?
-Gai....
-Então você está só de passagem pela cidade?
-Até chegar aqui sim.
-Esta sem um lugar pra ficar?
-Tenho onde ir.
-Se precisar meu pai pode ajudar.
-Obrigado. ..
Se olharam por uns instantes.
-Vou seguir em frente, obrigado moça.
-De.... nada.... ! Respondeu Sophia
Observou Gai ir embora, mas não foi embora de sua mente.
Não tem como não ficar sonolento após o almoço, deitada em sua cama vendo as nuvens brancas passarem no céu azul, Sophia pensava se Gai já havia almoçado ou se já havia chegado ao seu destino, não é sempre que um andarilho bonito e bem vestido passa pela cidade .
Apesar da experiência nova de conhecer alguém de fora, logo o cansaço e o sono foram tomando conta da garota e dormiu até metade da tarde.
Sophia não podia imaginar, mas o andarilho veio na sua vida para ficar, pelo menos por um bom tempo.

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