Capítulo 3.

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Mesmo depois de aceita no emprego, continuo preocupada com meu futuro. Como contar para minha família que vou ter um filho? Sem pai? Que vou criar um filho tão longe de casa, sem auxílio? Minha tia com certeza me ajudaria, mais não quero desespero de ninguém. Afinal das contas, o erro foi meu. Acreditei e confiei em alguém que não merecia.
Confiei no sorriso de um cafajeste, e acabei me ferrando.
Desconfio que mesmo que eu não tivesse caído, teria sido demitida. Ele provavelmente quer enganar e roubar o próprio pai, e tendo alguém de sua confiança como secretária da Diretoria, ele conseguiria isso muito mais facilmente, pois mesmo sendo enganada, eu nunca roubaria ninguém.
Uma mês se passou e me sinto exausta e extasiada. A empresa é enorme, fora as suas filiais e terceirizadas, todos os dias, chegam pelo menos quinze solicitações de compra, vinte de venda, quarenta relatórios e por aí vai. Embora acostumada com o serviço, não estou acostumada com a tecnologia, e vivo levando pau daqueles computadores e máquinas. E o mais importante, vivo levando bronca do Senhor Styles. Ele parece me odiar particularmente. Toda vez que ele me vê, um sorriso perverso aparece em sua face e ele me diz algo estranho. Ele não é nada simpático e nem faz por onde ser.
Embora eu receba três vezes mais aqui, do que na T.C, me sinto menos importante e mais uma imbecil. É claro que o Sr. Styles não usa palavras de baixo calão, mais eu sei que ele gostaria. As duas vezes que travei a impressora 3D, eu vi seus olhos com fogo, quase me incinerou ali mesmo. Fico o tempo todo sem saber se ele quer me matar, ou só está de mal humor. Sorte que não preciso ficar entrando na sala dele, já que podemos falar tudo pelos aparelhos tecnológicos. A sala dele, e a minha, são de vidro, e ele escurece o vidro de vez em quando, eu sempre deixo o meu normal, não tenho o que esconder. Sei que em menos de seis meses, estarei completamente ferrada, pois minha barriga vai começar a crescer e serei demitida, por isso já vou começar a juntar dinheiro desde já.
Quando chego em casa, em mais um dia cansativo e humilhante, me sento no sofá e ligo a tv. Três minutos se passam e o meu lindo vizinho resolve fumar na varanda. Não seria um problema, se fosse um cigarro normal, porém é tabaco. O cheiro forte e inebriante entra pela sacada e empesteia a minha casa inteira. Logo estou enjoada e vou correndo para o banheiro vomitar. Passo pelo menos cinco minutos na privada, e me sento no degrau entre meu quarto e o banheiro. Penso em como minha vida virou esse desastre completo e o que eu fiz de errado para tudo isso estar acontecendo?
O cheiro continua entrando e vou até a varanda fechar a porta. O vizinho está com um sorrisinho no rosto e eu fico totalmente desacreditada. Ridículo.
- Você poderia parar de fumar na varanda quando eu estou em casa? Eu estou grávida, não posso sentir esse tipo de cheiro. - digo educadamente.
- errr. Não. Eu gosto de fumar esse horário. - ele diz e me dá o dedo do meio. Olho para ele furiosa e bato a porta.
Palhaço. Depois que me deito, ele começa a ouvir música. Ligo para o síndico, mais ele diz que não pode fazer nada, afinal o cara já levou uma advertência e o som não chega a ser tão alto assim. Bufo e bato o telefone.
Volto para o banheiro e vomito todo o meu almoço e café da manhã, e as rosquinhas que comi na empresa. Passo mais de uma hora no banheiro e tomo um banho. Escovo os dentes e me deito. Choro, até dormir. E sonho com Louis e Harry.
Uma luta com espadas e armaduras. Cavalos, e eu pareço uma princesa.
Harry corre com seu cavalo em direção a Louis, e sua espada corta a cabeça do mesmo.
- Bravo! Meu herói! - digo quando ele desce do cavalo e me levanta no colo. Uma criancinha loira vem correndo até nos e nos abraça.
- Papai você é meu herói. - ela diz e eu acordo assustada e toda suada.
- Mais que merda? - penso comigo mesma.
Sinto enjôo e vou correndo para o banheiro novamente. Quase não tenho mais o que por para fora, e sei que preciso me alimentar melhor.
Volto para a cama e fico acordada olhando para o relógio, já são 04:55, é sábado, não preciso ir para a empresa, mais também não posso ir para a casa da Titia. Minha vida está um desastre. Acabo cochilando e acordo com meu celular vibrando muito. Atendo.
- Alô? - digo coçando os olhos.
- Senhorita Michaels, aonde você está? - Harry diz do outro lado da linha.
- Har... Senhor Styles? Eu estou em casa. Porque? - pergunto sem entender.
- Você não está sabendo que hoje é a reunião com os diretores da Turquia? - ele diz com a voz áspera.
- Turquia? Não. Ninguém me disse nada. Eu nem me lembro de ver isso na sua agenda. - digo me levantando rápido e indo para o banheiro. Dou descarga na privada enquanto ele vai falando sobre a reunião.
- Liam não te avisou? - ele pergunta por fim.
- Não senhor. Me perdoe. Eu realmente não sabia. - digo cansada.
- Tudo bem. Pegue um táxi até a empresa e você vem com a Margareth. Faça as malas, estamos em um hotel um pouco distante. - ele diz e sei que está quase pronto para desligar.
- Senhor Styles um momento. - pego minha carteira e sei que não tenho dinheiro suficiente para pagar um táxi sem nem abrir ela, mais faço mesmo assim. - Eu não tenho dinheiro para pagar um táxi. - digo por fim.
- Use o cartão da empresa. - ele diz nervoso.
- Meu cartão da empresa só chega na segunda semana do mês que vem. - eu digo e ele parece extremamente nervoso. 
- Onde você mora? - ele pergunta e eu digo.
- No Westminster. - ele suspira.
- Me diga seu endereço completo e eu estou indo te buscar. - ele diz e eu fico surpresa mais digo.
- Moro na Emery St, entre a Pearman St e a Morley, edificio 679.
- Esteja pronta em trinta minutos. - ele diz e desliga.
- Ótimo, uma viagem só com esse ogro. Era realmente a coisa que eu mais queria.
Procuro um remédio para enjôo e tomo, começo a fazer as malas e arrumo meus sapatos. Tomo banho rápido e coloco uma roupa simples, espero que ele não reclame. Quando olho pela janela, vejo um carro vindo na direção do prédio, por ser um carro mais chique do que o normal, coloco um casaco e um gorro, pego a bolsa e coloco todos os remédios possíveis, coloco meu salto e saio do apartamento, tranco a porta e desço as escadas.
- Bom dia senhorita Chloe, você teve um visitante ontem...- o Senhor Marco me diz quando apareço.
- Bom dia Marco, eu volto amanhã a noite, e aí conversamos. Viagem a trabalho. - digo e ele sorri.
- Tudo bem. Boa viagem. - ele diz e acena para mim assim que saio do prédio. Harry está me ligando. Mais já estou na porta. Ele suspira e abre o porta-malas. Coloco minha única mala lá, e levo a bolsa comigo. Entro no carro e ele nem espera eu colocar o sinto e da partida.

O Dono do Império | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora