Raberg - Séculos de Desumanização.

CAP 1 O começo de uma Boa'Ventura...

"Meu nome é Rhyan Bamberg e o que você acredita está prestes a mudar, eu sou um Bamberg e essa, é minha história..."

"Saint-Vincent, Itália Junho de 1630"

-Pai o que está acontecendo? - perguntei assombrada.

-Honolanda entre e vá e leve seus irmãos ao porão - ele ordenou em um tom preocupado.

-Mas pai?

-Honolanda! Rápido!

"Não tinha como saber o que acontecia, rapidamente nós entramos e fechamos o alçapão daquele velho porão... pelas brechas era possível se ver parte do que acontecia..."

-Sr. Pietro - Um guarda o cumprimentou acenando com a cabeça

-Sim! -respondeu com o mesmo gesto.

-Eu venho a mando do Império e ao comando da igreja Católica, pois tenho denúncias de práticas de bruxaria nesta fazenda e isso infere nas leis impostas na Europa.

-Pois essas acusações são falsas, isso não existe por aqui. - Afirmou.

- Mas onde estão sua esposa e seus filhos, pois sei que és casado? - perguntou o soldado olhando ao redor.

-Minha esposa desapareceu há alguns anos, houve até uma cerimônia na cidade. - Afirmou.

-E seus filhos? -perguntou com um ar de dúvida.

-Não estão em casa. - Respondeu rapidamente

-Desculpe, mas vamos ter que conferir.

-Sim, entre! - estendeu-lhe a mão em direção a porta...

-Guardas! Entrem e vasculhem tudo! -ordenou o guarda.

"Nesse momento um frio subia pela minha espinha , me juntei com meus irmãos em um canto daquele porão, os passos e os "baques" dos móveis sendo arrastados eram ouvidos por toda a casa, eles tremiam, até que nossos olhos se arregalaram, era um deles , ele abriu e foi descendo com uma tocha em sua mão iluminando aquele local escuro, mas algo incompreensível aconteceu, ele não nos via, chegou a menos de quatro passos de onde estávamos , olhava fixamente para os mínimos detalhes mas não nos via, um ar de dúvidas nos rodeou , eu não entendia o que acontecia , saiu ele e afirmou:

-Não tem nada aqui, está vazio!"

E saiu para fora... Quando tudo terminou e os guardas foram embora, meu pai nos tirou de lá..."

-Está tudo bem com vocês? - perguntou.

- Pai, o que foi isso? -o Willian perguntava...

-Acalme queridos, isso não vai mais acontecer, eu prometo a vocês. -Ele nos abraçou, beijando a cabeça de cada um...

-Você fez um feitiço, não foi pai? - Honolanda indagou.

- Pois um guarda entrou no porão e não nos viu.

-Sim filha! Antes deles entrarem em casa eu selei o porão com aquela vela que acendi, é partir do momento que ele entrou ele via tudo, menos vocês, estavam literalmente invisíveis aos olhos deles. -explicou, mostrando a vela em cima da pequena mesa no canto...

-Mas você nos proibiu de fazer magia. - Afirmou Sabine.

-Sim filha, mas não tinha escolha, eu tinha que protegê-lo, mas agora vi que era tudo besteira, vocês não precisam se esconder mais, quero que arrumem suas coisas, temos que sair da cidade. - Afirmou.

-Por que pai? -eu o interroguei.

-Estão nos caçando, estão caçando pessoas como nós, querem nos matar e nos privar do dom da vida, mas vocês sabem o que fazer, arrumem o necessário que partiremos ao anoitecer...

"-Estou com medo mamãe, o que está acontecendo?

 

-Acalme minha filha, isso é normal, olha, só vou te contar um segredo... Eu sou especial como você, nós temos um dom, eu vou te ensinar e te ajudar em tudo, sempre estarei com você... "

"Essas lembranças invadiam novamente minhas memórias, enquanto eu arrumava minhas coisas, Eu encontrava as poucas memórias que restavam de minha mãe naquele pequeno retrato feito a mão que eu guardava com grande recordação e amor... me lembrava do dia que meus poderes surgiram e eu fiquei assustada, ela estava lá, minha mãe me acalmando me fazendo ter uma nova perspectiva de vida, eu guardava os poucos momentos vividos com minha amada mãe em minha vida, mas algumas lembranças do que ocorria agora a pouco vieram em minha mente , me lembrei do que meu pai mais cedo tinha falado...E quando estávamos na estrada, a lua já se encontrava no meio do céu iluminando a nós com um belo tom de prateado e meus irmãos cochilavam, eu enfim poderia entender melhor a história..."

-Pai?! -Eu o chamei!

- Está acordada minha filha? -perguntou.

-Sim o trote dos cavalos não me deixa dormir, posso lhe perguntar algo?

-Sim filha!

-Mais cedo um guarda interrogou você e falou ...

"- Mas onde estão sua esposa e seus filhos, pois sei que és casado?

-Minha esposa desapareceu há alguns anos, houve até uma cerimônia na cidade.

-E seus filhos?

-Não estão em casa. "

-Você afirmou a eles que minha mãe havia desaparecido, mas o que me contou foi que ele faleceu? -perguntei desconfiada

- Eu... tive que mentir filha, eles não acreditariam em mim. -Afirmou desconversando a história...

"Eu sabia que algo estava errado, mas não queria mais tocar no assunto, estava desconfortante, eu acho que ele sofre com a morte dela e não quer mais lembrar desse assunto... Vozes começaram a ser ouvidas, só que quando avistamos era difícil escapar, o exército real estava na estrada e uma fila já estava a se formar, estavam fiscalizando quem saía da cidade para poderem ter nas mãos os bruxos e feiticeiros..."

-Honolanda, filha! Eu te amo, mas não tem como escapar eles estão com aquela planta, as folhas dela murcham e nos enfraquecem ao encontrarem com um corpo com magia. - Afirmou olhando nos meus olhos.

-O que vamos fazer? -perguntei assustada

-Eu consigo me proteger e a seus irmãos que ainda não desenvolveram a magia completamente, mas você ainda não consegue fazer esse feitiço, você vai ter que fugir. -falou entristecido.

-Você pode me esconder com aquele feitiço, lembra ?! -perguntei.

-Não, só poderei sustentar um feitiço e você ainda tem chances de fugir vá! Por favor. -falou com lágrimas nos olhos.

-Sim, eu te amo pai! - sai chorando e agachada por trás da charrete.

-Ei, temos uma fugitiva! -gritou um guarda chamando aos outros.

-Honolanda! Corra! - gritou meu pai da charrete...

"Eu corria, mas os cavalos começaram a me alcançar, só que me lembrei...

-Não preciso mais me esconder. -Pensei..."

 

"-Inv'Sibile"! Eu sumi dos olhos dos guardas , enquanto estava invisível me escondi atrás de um pinheiro, mas os cavalos se aproximavam, o cheiro invadia meus pulmões e me contaminava, minhas vistas ficavam escuras , então pude perceber , eu estava situada em cima de uma moita daquela planta infernal que me enfraquecia, meus olhos se fecharam me tornei visível de novo, caindo desmaiada no chão e chamando a atenção dos guardas...E eles me pegaram ...