Série Corações Feridos: Você nunca estará só (Vol. 2)✔

Um

Spin-off da história "Corações Feridos". Agora conheceremos mais um pouco do apaixonante Klaus Mikaelson.

Klaus

Olhando para a cara dela, a única coisa que sinto é asco por ter me deixado envolver por seus jogos de sedução e palavras doces.

Camille O'Connell. Loira, alta e dona de uma beleza capaz de enlouquecer até o mais santo dos padres; porém, por dentro ela é tão feia quanto o pior dos demônios já visto em algum filme de terror.

"Eu não quero essa criança. Nunca a quis. Ela é somente um atraso em minha vida e só a tive porque você e meus pais me obrigaram." Ela volta a repetir a mesma ladainha dos últimos vinte minutos e me controlo ao máximo para não ensiná-la uma boa lição. "Vou me casar daqui dois meses e meu futuro marido nem sonha que tenho um filho e nunca vai saber desse meu maldito deslize."

"Não chame o meu filho de maldito!" Perco o resto de paciência que me resta e me aproximo de Camille; paro a poucos centímetros dela e encaro os olhos azuis tão gélidos quanto o polo sul. "Não se preocupe que vou levá-lo comigo e você nunca mais o verá. Basta que abra mão dele judicialmente e para sempre."

"É o que sempre sonhei desde que descobri aquela gravidez." Ela rebate no mesmo tom furioso que o meu e se afasta. "Pode levá-lo agora mesmo se quiser. Sabe onde fica o quarto."

Vadia ordinária. Não é à toa que se dê tão bem com a outra vadia que me colocou no mundo. Esther planejou minuciosamente uma forma de me unir à Camille, com o intuito de voltar a me manipular, ela só não contava com o surto de Camille ao engravidar e jogar na minha cara, que se aproximou de mim por ter sido paga por Esther para me seduzir.

Subo as escadas para o segundo andar e entro no quarto de porta azul. Ao me ver, Gabriel larga os carrinhos de qualquer jeito no chão e corre ao meu encontro. Ele se agarra em mim com os braços e as pernas quando o pego no colo.

O mesmo cheirinho de bebê que me acalma e me faz lembrar que existem coisas boas na vida.

"Papai, que saudade." Ele afasta os cabelos lisos de cima dos olhos. "O senhor passou duas semanas viajando e mamãe disse que o senhor não me amava mais e tinha me abandonado."

Maldita Camille!

Meu ódio por ela só cresce quando vejo os olhos azuis de meu filho banhados de lágrimas e medo.

O mesmo medo que diversas vezes vi refletido nos olhos de minha irmã, quando Esther nos ameaçava dizendo, que se nosso pai pedisse o divórcio, nunca mais o veríamos. Éramos apenas duas crianças tendo que presenciar as brigas constantes de dois adultos, que não se importavam com xingamentos e agressões físicas na frente dos filhos.

"Eu nunca vou te abandonar filho. Você é a pessoal mais especial e importante da minha vida." Gabriel passa as mãos pelo rosto molhado e me olha atentamente. Beijo sua bochecha e o aperto entre meus braços. "O que acha de ir morar comigo?"

"A mamãe também vai?" A voz sai abafada contra meu pescoço e sinto a tensão em seu corpo.

Gabriel tem somente quatro anos, mas é dono de uma inteligência e sensibilidade que falta em muitos adultos por aí.

"Não. Só você e eu. Talvez a tia Rebekah. Em uma casa bem bonita com um grande jardim e um cachorro para brincarmos juntos."

Um lar. Algo que nenhum de nós nunca tivemos. Sempre jogados em uma casa luxuosa, mas sem o calor de uma família e pais amorosos.

"Oooobaaaa!" O riso dele me contagia e levamos quase uma hora para pegarmos algumas roupas e sapatos e seus brinquedos favoritos.

Faço duas viagens para colocar as malas no carro e na terceira, desço as escadas segurando na mão de Gabriel.

Camille deixa uma revista de lado e levanta do sofá ao nos ver.

"Eu vou morar com o papai agora, mamãe." Gabriel fala com animação, arrancando-me um sorriso, que morre ao ouvir a resposta estúpida de Camille.

"Já disse para não me chamar de mãe. É Camille." Se eu não fosse tão controlado teria voado no pescoço dela e o quebrado mil vezes. Isso é coisa para se dizer ao próprio filho? Ela pega um envelope amarelo e me estende. "Já tinha me adiantado com um bom advogado e aqui estão os documentos, já aprovados pelo juiz da vara da infância. A partir de hoje Gabriel Mikaelson é de sua inteira responsabilidade para fazer o que quiser dele. Como advogado você entende disso melhor do que eu."

Pego o envelope e o abro. Leio rapidamente e tudo parece certo. Juiz Heitor Medeiros. Um grande conhecido, hoje mesmo entrarei em contato com ele para tirar minhas dúvidas e não correr o risco disso ser alguma armação dessa vadia em querer me acusar de sequestrar o meu próprio filho.

"Eu sei o que está pensando." Ela diz. "E não se preocupe porque o que mais desejo é me livrar disso de uma vez por todas."

Pego meu filho no colo e a passadas largas deixo o ninho da cria de cobra para trás.

O coloco no banco de trás e ajeito o cinto de segurança. Não funciona como deveria por ainda ser uma criança e anoto mentalmente minha primeira missão ao chegar em Nova York: comprar uma cadeirinha para Gabriel.

"Vamos ser muito felizes filhos." Bagunço os cabelos dele já pensando em passar em um salão para fazer um novo corte. "Eu te amo."

"Eu também te amo, papai." Ele beija meu rosto e seu sorriso é o melhor presente que eu poderia ganhar.

Gabriel é o meu sangue, meu amado filho. Serei o pai que nunca tive e desejei com todas as forças ter até o dia em que Rebekah foi tirada de minha vida e jogada em um internato.

Farei por Gabriel tudo aquilo que não pude fazer por minha irmã. Ele nunca passará por nada do que Rebekah e eu tivemos que passar.

E quando minha orgulhosa Caroline se convencer que é minha mulher, aí sim seremos uma família feliz e meu filho terá finalmente uma mãe de verdade. Porque sei que aquela loira tem um coração de ouro por baixo de toda aquela capa de mulher arrogante.

Está aí o primeiro capítulo da história Klaroline. A razão para o Klaus ter aparecido tão sério na casa de Silas e Abby e não ter dado moral para Caroline.

Conto com o mesmo apoio e carinho de vocês para juntos embarcamos nessa linda história de amor e superação. E como não poderá faltar, ainda teremos as participações especiais de nossos queridos personagens.