Sete

5.1K 491 245
                                    

Klaus

Nunca fui um santo e já dormi com mais mulheres do que possa me lembrar. Com uma boa aparência e sendo rico, as mulheres costumam se jogar aos seus pés e tudo é ainda mais fácil. Porém, desde que me tornei pai, minhas prioridades mudaram e prometi a mim mesmo que nunca mais cairia nas garras de qualquer uma como aconteceu com o filhote de capeta.

Aprendi a controlar meus impulsos e sexo tornou-se algo puramente casual com conhecidas, que não queriam saber de nenhum tipo de compromisso amoroso.

Então, quando aquela loira geniosa surgiu em minha vida como um furacão, eu não pensei em mais nada a não ser em tê-la.

Para mim, que cresci em um lar desestruturado, com pais que mais pareciam inimigos em um campo de batalha, sem nenhum exemplo de casamento feliz, tudo se resumia a simplesmente a nenhuma perspectiva de alcançar aquilo que só tinha visto em filmes em que era obrigado a assistir na adolescência quando ia ao cinema com alguma namorada.

Eu não acreditava em amor à primeira vista até conhecê-la. Achava aquilo tudo uma baboseira de livros e filmes para garotinhas tolas. Como alguém poderia se apaixonar por quem não conhece?

Pois é... Tive que ver isso acontecendo comigo para entender que tudo é possível nesse mundo.

Caroline é a completa antítese de mulher ideal que eu tinha em mente para ser minha esposa. Eu almejava um amor calmo. Só que deveria saber que nada em minha vida vem sem grandes lutas. Talvez se fosse assim eu não saberia dar o devido valor.

Caroline é dona de si mesma, sabe o que quer e para onde ir. No entanto, debaixo de toda aquela casca de garota mimada, existe uma mulher cheia de vida que deseja ardentemente ser amada.

Acredito que ser um homem de verdade requer inúmeros sacrifícios, começando por não deixar o desejo falar mais alto que a razão. Eu tive a chance de fazê-la minha, de tomar o corpo dela para mim. Mas que tipo de homem eu seria se usasse a confusão dela para fazer o que eu quisesse com seu corpo, se almejo conquistar também seu coração? Do que adiantaria viver momentos de prazer, se o que desejo é ficar com aquela mulher até os fins dos meus dias?

"Papai, tenho mesmo que ir pra escola?" Gabriel tem os olhos cheios de lágrimas e por um momento penso em dar meia volta e levá-lo de volta para casa. Mas ser pai, requer pulso firme em inúmeras ocasiões.

"Lá dentro é muito legal." Tiro-o do carro e arrumo a mochila do Homem Aranha em suas costas. Ele segura a lancheira com força e deita a cabeça em meu ombro. "Tem um monte de crianças da sua idade."

"E se elas não gostarem de mim?" O medo em sua voz é tão forte que tudo o que faço é abraçá-lo.

"Você é um bom menino. Só uma pessoa muito ruim para não gostar de você." Ele levanta a cabeça e me olha confuso.

Estamos parados do lado de fora da creche e vários pais e crianças passam ao nosso redor.

"Mamãe é má. Eu não quero morar mais com ela nunquinha na vida."

"Você vai morar sempre comigo. Até quando eu estiver de cabelos brancos e aí você vai ter que cuidar de mim."

O sorriso que ele abre é enorme ao passar as mãos em minha cabeça.

"Olha só quem encontro por aqui." Damon Salvatore está parado em nossa frente e segura a mão de uma garotinha loira bem emburrada, e senão me engano, ela é filha do irmão do Salvatore. "Seu filho?"

 "Seu filho?"

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


"Sim." Coloco Gabriel no chão e ele se agarra em minha perna, escondendo o rosto. "Hoje é o primeiro dia de aula dele."

"Que legal!" A garotinha abre um sorrisinho e puxa Gabriel para um abraço

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Que legal!" A garotinha abre um sorrisinho e puxa Gabriel para um abraço. "Eu sou a Melissa, mas pode me chamar de Mel. Como você se chama? Quer ser meu amiginho?"

"Ga... Gabriel." Meu filho gagueja vermelho e é salvo por um Salvatore ciumento.

"Já chega de abraços." Damon separa as crianças e a pequena Melissa o olha de cara fechada. "O tio já pediu desculpas por ter esquecido seu lanche. Eu vou comprar e trazer daqui a pouco."

"O meu novo melhor amigo trouxe lanche e vai me emprestar, não é Gabriel?" Ela abre a bolsa e mostra três bonecos. "Olha pra gente brincar no recreio. Você me empresta lanche e eu te empresto o boneco do Batman, que é noivo da minha bonequinha da Mulher Maravilha."

Rio da cara de desespero do Salvatore em ver malícia onde não tem. Será que não vê que são apenas crianças e o máximo que farão será brincar ou brigar até se cansarem.

Pelo menos Gabriel já arrumou uma amiga.

Rebekah está fazendo tratamento, será um processo lento e doloroso, porém, tenho fé que ela conseguirá. Minha irmã é muito mais que apenas um rostinho bonito. Ela vai conseguir porque é forte.

E ainda tenho minha Sweetheart.




Damon


Eu não posso ter ouvido certo. Só pode ter sido um grande e terrível engano.

Luciene me olha com aqueles olhos escuros cheios de segurança e me pergunto como ela mantém a calma, enquanto eu estou, aqui, a beira de um colapso.

"Não precisa ficar com essa cara como se estivesse vendo o demônio na sua frente." Ela levanta da cadeira e joga um papel em cima da minha mesa. "Não vou obrigá-lo a assumir a criança, só estou te comunicando que seremos pais."

"Como isso foi acontecer se sempre usamos camisinha?" Esfrego as mãos no rosto e também fico de pé.

"Nenhum método é 100% seguro." Ela dá de ombros e passa a mão nos longos cachos castanhos. "Eu vou ter essa criança você querendo ou não."

"Eu nunca te pediria para fazer um aborto se é isso que acha!" Digo irritado com sua fala.

Luciene me conhece muito bem para saber que posso ser um safado, porém, assumo todas as minhas responsabilidades.

Outro bebê. Meu bebê. Não adiantou nada ir naquelas sessões de descarrego. O pastor e o pai de santo juraram de pé junto que as amarras e mau-olhado tinham sido tirados da minha vida. Mas pelo visto não serviu de nada.

Já não bastavam os três casais esperando seus lindos bebês? Por que isso não foi acontecer com Stefan e Elena? Melissa está doida por um irmãozinho.

"Você ouviu o que eu disse?" Olho para a mulher irritada na minha frente. Ela esfrega as têmporas e suspira. "Na quinta-feira tenho a primeira consulta com a obstreta às nove da manhã. Se quiser ir bem, se não, problema seu."

"É claro que estarei lá." Luciene me dá as costas e sai da minha sala tão rápida quanto entrou.

Eu já tinha todo um esquema, que consistia em ajudar Stefan a criar meus sobrinhos, assim como auxiliar na criação do meu afilhado Benjamin.

Um filho meu nunca esteve em meus planos.

Desabo sobre a cadeira já sentindo uma dor de cabeça terrível com o sermão de meia hora que ouvirei do meu pai por ter engravidado minha assistente, correndo o risco de um processo sobre as costas.

Mas o que realmente me assusta é dona Lilian Salvatore. Ela vai arrancar meu couro e depois vai querer me casar com Luciene. Porque minha mãe é obcecada por casamentos e bebês.

Eu tô fud***!

Série Corações Feridos: Você nunca estará só (Vol. 2)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora