No dia seguinte acordei com o barulho infernal do meu despertador como já era hábito, mas desta vez era um pouco mais tarde porque não tinha que tomar banho nem comer. Arrastei-me para fora da cama e abri o guarda-fato. Como é óbvio optei por umas calças de montar com um polo. Quando acabei de me vestir saí para ir à casa de banho mas a porta estava fechada. Bati.
- Está alguém?-perguntei encostada à porta. Ninguém respondeu mas a porta abriu-se. Espreitei lá para dentro e vi Harry com uma toalha à volta da cintura enquanto escovava os dentes. Vi-o chegar-se para uma das pontas do lavatório e decidi entrar. Comecei a escovar os dentes ligeiramente debruçada sobre o lavatório.
Harry terminou e saiu da casa de banho mas ao passar por mim sinto-o raspar no meu rabo, rapidamente me voltei. A sua toalha tinha caído. Admirei o seu corpo por uma fração de segundos focando me a seguir no seu rosto, nos seus olhos que estavam escuros e as pupilas dilatadas, e a boca entreaberta. Escorriam-lhe pela cara gotas de água do seu cabelo encharcado. Estava sensual e calmo. Tivemos assim durante segundos a olhar-nos. Algo na sua expressão mudou e ele apressou-se a apanhar a toalha do chão e a sair da casa de banho mesmo sem se enrolar na toalha.
Já era a segunda vez que o via nu. E era capaz de ficar a admira-lo durante séculos, tinha um corpo esculturar com músculos trabalhados. Era pena ter tantas tatuagens, era algo que não achava sexy. E quais seriam os significados? Teriam significado sequer?
Esforcei-me para abandonar estes pensamentos e despachar-me.
Finalmente chegamos à herdade, aquele silêncio dentro do carro estava a sufocar-me. Hoje a primeira coisa que fizemos foi tomar o pequeno-almoço e não o tomamos sozinhos, havia mais gente no refeitório aquela hora. Estive sempre calada. Oque é que eu ia dizer a pessoas que não se esforçavam para falar comigo, que nem falavam a mesma língua que eu. Se eles não queriam falar comigo e não se esforçavam para isso eu também não me ia esforçar. Nem parece teu estares assim…oque se passa? É ele? Não! Não é nada. É assim nem toda a gente pode gostar de mim e eu compreendo, tenho que compreender. Isto é tudo por causa dele! Não! Ele não me disse bom dia, não falou comigo a viagem toda, ainda pôs a música rock aos altos berros! E continua a não falar comigo! Que irritante! Oque é que eu lhe fiz? Calma! Não fizeste nada…só que nem toda a gente tem de gostar de ti…
Resolvi deixar a conversa com o meu subconsciente para mais tarde, estava a irritar-me ainda mais.
Lavei a loiça que sujei no meu pequeno-almoço, ou seja, a caneca porque só bebi leite. Sai do refeitório ainda antes de Harry e fui logo começar o meu trabalho.
O tinha chegado ao fim e foi tal como ontem, o Harry foi para o almoço sem esperar por mim e o Liam foi buscar-me para almoçar comigo. E acalmou-me bastante, ele descontraia-me e era tão querido. Mas não lhe contei porque é que tava assim, limitei-me a dizer que eram coisas de mulher e ele deve ter pensado que estava com o período ou qualquer coisa desse género. Como é que a Danielle lhe pode ter dado uma tampa. Por falar em Danielle, hoje ia conhecê-la. Como será que é?
A aula hoje não tinha corrido tão bem, o cavalo era outro e não nos entendemos muito bem, quer dizer, o problema era meu não estava muito bem. E quando não se controla a besta de cima (nós) também não se controla a besta de baixo (cavalo).
- Vamos?- disse Liam sorrindo.
- Sim.- Sorri e caminhei ao seu lado até ao carro. Já tínhamos ido a casa tomar um duche e mudar de roupa. Ele levava umas calças de ganga pretas justas com uma t-shirt cinza que dizia: «girl nº 101» e uns ténis cinza a condizer. Eu optei por umas calças de ganga justas com uma t-shirt dos Ramones e uns vans pretos. Só por precaução levei também um casaco preto de cabedal preto.
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Wounded souls
FanfictionEla chega a uma nova terra onde tudo e todos lhe são desconhecidos e la encontra um par de olhos verdes que a captam. e esses olhos verdes vem nos seus azuis algo, algo profundo, algo que tras de volta os seus demonios, algo que o assusta. e quanto...