11 - Noah, Onde Você Estava?

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Gael ouve o despertador do celular tocar e abre os olhos. Novamente, era hora de acordar. A semana de aulas tinha começado na quinta-feira, então, hoje era sexta. O menino se levanta e faz suas coisas, esperando a Samara terminar de ficar pronta pra poderem sair juntos. Quando os dois estão andando na rua, a menina pergunta:

- Então, você já conseguiu curar seus ferimentos? Seus poderes realmente são incríveis. 

Gael só se lembrara do que acontecera ontem com a fala da menina, puxando a gola da camisa pra ver seu corpo completamente curado e com... um tanquinho? Mas por que ele estava desse jeito? Ele não fazia exercícios e nunca tinha ficado daquele jeito antes. O menino mostrou seu abdômen para a Samara, indagando sua situação, em que ela suspira, respondendo.

- Desculpa Gael, mas eu não sei. Nós, estendidos,  temos habilidade pessoais únicas, que nenhum outro ser tem. Talvez a sua seja a cura rápida...

- Mas não faz sentido! Quando eu me ralava ou era espancado, eu não me curava nessa velocidade!

- Talvez seja um efeito colateral de liberar sua Madida. A Madida é uma técnica muito avançada Gael, talvez seu corpo tenha liberado habilidades que você desconhecia por que você fez algo mais "complicado", sei lá mano. - Disse a menina, se irritando no final.

- Isso pode ser problemático, e se eu quebrar alguma coisa ou fizer algo muito paranormal e me jogarem num laboratório para estudos?

- Realmente, é muito problemático. - Disse Felipe, materializando do lado deles. - Não sabemos que tipo de poderes podem ter vindo junto com esse... processo de cura rápido junto com tanquinho... nem sabemos se o tanquinho é permanente!

- Olha, eu não ligaria se fosse... - Disse Gael, totalmente apaixonado pela ideal de ter seu corpo do jeito que tanta ama ver nos homens. Noah e Jordan ambos tinham tanquinhos...

Jordan...

Gael percebeu que não tinha visto o garoto no primeiro dia de aula, o que é atípico já que ele é um dos mais populares e mais barulhentos do colégio. Ele com certeza faltara no primeiro dia de aula, mas por que?

- Gael, aquele não é seu ônibus? - Indagou Samara, apontando para o ônibus que estava chegando na estação. Ao ver ele, Gael sai correndo, e consegue pegar ele no último segundo. Passou seu Bilhete Único pelo validador e sentou-se no último assento disponível, chegando nele segundos antes de um moço que vinha da direção oposta. Olhou imediatamente para a janela e colocou os fones para evitar um confronte, técnica que sempre dava certo, que vingou novamente.

A viagem do terminal Butantã até a escola fora cheia de questionamentos e reflexões sobre o que acontecera ontem. Quem era aquele moço misterioso? Seria ele o Jonatas da visão? Como assim Samara já foi treinada? Que outros tipos de poderes conseguiria aprender? Tinha esperança de que estas e outras de suas perguntas seriam respondidas hoje quando chegasse em casa.

- Eu só não te respondo agora por que você precisa prestar atenção na aula. - Disse Felipe, voando do lado de fora da janela do menino. Gael olha pra ele já acostumado com seu jeito espontâneo e estranho de aparecer do nada nos lugares.

Se você me contar agora, eu não me concentro na aula. Se você me contar depois, eu ainda não me concentro se eu ficar pensando sem parar nisso. Nossas escolhas não são boas, não é?

- Realmente. Por isso mesmo eu espero que Helena e Noah consigam tirar isso de sua cabeça.

Se o Noah decidir dar o ar da graça, não é mesmo? Pensou Gael. Noah era conhecido por matar aula de sexta feira.

Coração de OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora