14 - Acabou...

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Não foi fácil para Gael o resto do dia. O garoto acabou tendo um argumento com Noah por ter brigado com a mãe por causa do que sentia pelo menino. Obviamente, ele não mandou o amigo retomar o namoro com a Prodígio, agora sabendo que o sentimento não era verdadeiro, mas também evitou falar com ele pelo resto do dia, tentando tomar uma decisão sobre o que pensar. 

Que droga! Tudo costumava a ser tão fácil quando eu só tinha minhas visões!  Reclamava o garoto em seus pensamentos, relembrando a facilidade que tinha pra tomar decisões antes de ser estuprado. Ele nunca pensava nas consequências de suas ações, apenas aceitava o que a vida iria lhe proporcionar e seguia seu baile. As vezes, quando estava se sentindo mais pessimista, assumia que algo do tipo iria acontecer, uma hora o outra, mas não imaginava que seria algo tão extremo e tão íntimo.  

A ida de volta para o apartamento foi cheia de incertezas e discussões com Helena, que, mais uma vez, iria visitar o garoto. Nesse ponto, os dois já eram mais inseparáveis do que nunca. A menina sabia de quase todos os segredos do garoto, e vice versa. Os dois estavam discutindo a beleza do céu estrelado de lugares rurais quando a menina aleatoriamente troca de assunto.

- Mas então, o Felipe já te explicou aquelas coisas lá? - Perguntou, tentando disfarçar o assunto insano, pois estavam num ônibus.

- Ah, ainda não. E hoje de manhã ele acabou mencionando uns nomes e me confundiu mais ainda...

- Ai Gael, bem que o Felipe podia ser responsável o suficiente pra te explicar isso logo... - Enquanto Helena estava terminando a frase, Felipe aparece deitado em cima do dois, olhando para eles.

- Olha, eu posso ser muitas coisas ruins, mas nunca me chame de irresponsável! - Disse o anjo, irritado.

Pelo menos ela conseguiu chamar sua atenção o suficiente pra você ter coragem de mostrar as caras aqui e explicar melhor o que é que tá acontecendo.

- Olha eu adoraria explicar, mas acho que você não quer destruir esse ônibus na metade e matar boa parte dessas pessoas inocentes - Replicou Felipe, abrindo seus braços, apontando para todas as pessoas do ônibus enquanto balançava a cabeça, numa linguagem corporal que dizia "E você sabe que eu estou certo".

- Bom Helena, eu tenho certeza que ele vai me explicar tudo quando chegarmos em casa.

- Ah, eu espero mesmo, nesse ponto até eu já tô ficando confusa!

Felipe revira os olhos e desaparece num piscar de olhos, que acaba fazendo Helena rir discretamente. Ela achava fofo o jeito que o fantasma interagia com o mundo, e queria poder fazer o mesmo as vezes: simplesmente desaparecer.

~~

Gael abriu a porta de sua casa animado. Finalmente aquele dia insano estava chegando no momento que ele tanto esperava: entender melhor seu poder e a história atrás dele. Certamente nunca pensara que um dia descobriria tantas coisas sobre sua anormalidade em tão pouco período de tempo.

- Demorou pra chegar, hein? Nem parece que realmente tá querendo saber sobre quem você é! - Disse Felipe, desafiando Gael, que obviamente caiu na armadilha.

- Eu vim o mais rápido que deu, Anjinho. Não é minha culpa se São Paulo tá sempre parada.

Felipe revira os olhos. Sabia que tinha deixado o garoto curioso mais cedo, mas estava com preguiça de ter que explicar como a magia de um estendido funcionava, e suas categorias.

- Tá, tá... então, eu vou simplificar, depois você pede pra Samara te explicar melhor - Disse o anjo, respirando fundo, procurando palavras para pronunciar. - Existem três tipos de "magia", as de Ataque, Defesa e Reconhecimento. Você, até agora, só demonstrou habilidades de Reconhecimento, Gael, o que é único na história dos Estendidos. A maioria deles descobrem por machucarem alguém, ou evitarem uma situação que iria machucá-los, fisicamente óbvio. 

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⏰ Última atualização: Mar 18, 2018 ⏰

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