3º capitulo

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Karlie POV

-Sabe o que eu acho? -Jourdan perguntou. -Nós devemos sair hoje.
-Não é uma má ideia, sabia? -Já tinha algum tempo que eu não aproveitava a noite de Nova York.
-Ótimo. Passo aí em uma hora, esteja pronta.
-Espera, Jourdan! Para onde vamos?
-Tem essa minha amiga, Lily, ela está fazendo uma festa a casa dela hoje.
-Não é inconveniente da minha parte aparecer lá sem nem ter sido convidada?
-Você tem certeza que tem vinte e cinco anos, Karlie? -Jourdan riu. -Ninguém liga pra isso! E mais, você está comigo, eu fui convidada. Isso me dá o direito de te levar.
-Na verdade não dá não. Mas vou fingir que você está certa.
-Faça isso! Te vejo em uma hora então?
-Pode ser.
-Até lá, Klossy.

Desliguei o telefone e olhei para baixo, eu vestia minha calça de moletom mesmo não estando muito frio, apenas pelo conforto, e nos pés minhas pantufas cor de rosa. Me levantei do sofá com preguiça, sentindo meu corpo se arrepender no momento que me coloco de pé.

Em menos de uma hora eu tinha tomado um banho, secado meus cabelos, me virado com uma maquiagem básica e colocado uma roupa decente. Sorri ao olhar meu reflexo no espelho, me sentia bem melhor do que poucos minutos atrás. Me sentei no sofá com Joe embolado em meu colo enquanto esperava Jourdan, o que não durou muito tempo.

"Estou na sua porta.
-J."

Ao ler a mensagem me levantei do sofá e peguei a minha pequena bolsa, abrindo a mesma por uma última vez apenas para concluir que não estava saindo sem o essencial. Me olhei no espelho por última vez antes de sair de casa ajeitando a parte de trás do meu cabelo que estava todo bagunçado por causa da minha pequena parada no sofá.

...

A música estava alta e o lugar estava lotado, cumprimentei os amigos de Jourdan, que nos puxaram para a pista de dança. Deixei a música tomar conta da minha cabeça e do meu corpo, fazendo com que qualquer problema em minha mente evaporasse por alguns momentos. Em meio aqueles corpos animados eu me sentia mais leve do que nunca.
Sussurrei para Jourdan que iria pegar bebidas no bar quando meus pés começaram a reclamar, dançar de salto alto não é a coisa mais confortável do mundo.
O bar era improvisado nos balcões da cozinha, e devo admitir que fizeram um bom trabalho organizando aquela festa. O bar estava cheio e barulhento, a música estava mais baixa porém a mistura de vozes era tremenda, porém mesmo com o grande balcão lotado, consegui uma cadeira na ponta, ao lado de um grupo de garotas que conversavam sem parar.
O barman, mesmo tendo mais pessoas para atender ao me ver veio em minha direção sem hesitar, olhei o pequeno papel colado no balcão e me dei conta que não sabia o que eram a maioria dos drinks, optei por uma marguerita mesmo não confiando muito em mim mesma perto de qualquer coisa com tequila.
Quando meus lábios encontraram a taça deixando o líquido frio descer por minha garganta percebi o silêncio ao meu redor. Não um silêncio absoluto, obviamente, aquilo ainda era uma festa. Porém comparado com poucos instantes atrás, a conversa tinha diminuído e eu conseguia escutar a musica.
Me sentia um pouco observada e por algum tempo desejei não ter vindo ao bar sozinha. Virei minha cabeça e deixei que meus olhos percorressem cada canto do local possível, começando da esquerda para a direita. Meus olhos pararam em outros, olhos azuis me encaravam e logo um sorriso familiar foi dado em minha direção.

-Karlie! -O que eu mais queria fazer era correr. -Que surpresa te ver aqui.
-Toni...-Estampei meu melhor sorriso falso nos lábios. -O que você está fazendo aqui? -Toni tinha voltado para Alemanha depois do término do nosso namoro, eu não entendia o que ela fazia de volta a Nova York.
-Que grosseria me perguntar isso, Karls. -Talvez meu tom tenha mesmo soado grosso, mas Toni parecia querer soar brincalhona.
-Não foi a intenção...
- Decidi tentar a vida como atriz mais uma vez. A última vez. -E pela primeira vez seus olhos deixaram os meus. -As coisas em Wernigerode não estavam fáceis. Tudo piorou quando eu voltei, Karls. -Ouvindo ela dizendo meu nome assim, como nos velhos tempos, me dava vontade de vomitar, mas ao mesmo tempo um sentimento de nostalgia. -Tudo piorou desde quando terminamos.
-Não para mim. -Tudo tinha mudado desde que Toni foi embora. Eu tinha voltado a dar aulas, desenhar vestidos e até tinha voltado a fazer minhas aulas de balé. Mesmo sem uma namorada, eu me sentia mais feliz do que quando estávamos juntas.

A Professora (Kaylor AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora