A Professora (Kaylor AU)

6º capítulo

ooi gente!!! antes de começar com o capítulo leiam aqui que é importante.
um tempo atrás eu postei o 5º capítulo sem querer, era pra ele ter ficado nos rascunhos, então como eu não sei se o wattpad avisa quando a história é editada, dêem uma conferida no capítulo anterior pra vocês não ficarem confusos.
é só isso mesmo, vamos ao capítulo ♡

---------

Taylor POV;

Karlie parecia tranquila em frente ao seu pai morto, nem mesmo desconfortável. Sua expressão era serena. Seus cabelos estavam amarrados em um rabo de cavalo no topo de sua cabeça, ela usava uma saia vermelha que ia até abaixo dos joelhos, a única das irmãs que vestia algo que não fosse preto, fazendo ela se destacar das mesmas.

;;

Minha mãe conversava com as pessoas da cidade sobre a trágica morte de Kurt enquanto eu mandava mensagens para Diana perguntando onde ela estava, já que não tinha visto minha amiga durante o enterro e tínhamos combinado de ir até a cafeteria de seu pai. Não me surpreendi quando sua mensagem dizendo que não poderia ir chegou após uns dez minutos do fim do enterro.
Deixei que meus olhos passeassem pelo cemitério, parando em minha professora que estava sentada em uma lápide desconhecida olhando para o nada. Mas assim que meus olhos repousaram nela, quase que automaticamente seu rosto se voltou para mim, e pouco tempo depois a vi levantando-se e vindo em minha direção, para a minha surpresa. Ela trazia o mesmo sorriso doce nos lábios e um olhar tranquilo.

-Então o nosso motivo para cancelar a aula é o mesmo. -Ela disse estendendo sua mão para mim, a qual eu peguei apoiando para me levantar da cadeira de plástico que eu estava sentada.
-Como você está? Karlie, eu sinto muito pelo seu pai.
-Ele era jovem, não?
-Muito...nem imagino como deve estar sendo para você e sua família. -Observei o seu rosto de pele bronzeada que aparentava não ter maquiagem, me dando uma vista quase celestial.
-Meu pai nunca foi muito presente. Eu só vivi com ele até meus três anos de idade, desde então nunca mais o vi. Nós estamos bem.
-Ah, eu não sabia.
-Eu sei...meu pai era bem popular, não era? -Ela sorriu, se referindo ao grande número de pessoas que estavam no cemitério.
-Ele era um médico muito respeitado por aqui. Mas em Reading enterros são como eventos, todo mundo aparece.
-É uma cidade adorável. Se eu tivesse sido criada aqui nós teríamos nos conhecido mais cedo.
-Nós provavelmente teríamos frequentado a mesma escola. Você estaria alguns anos na frente e não me deixaria andar com você no recreio por eu ser mais nova. -Falei em tom de brincadeira.
-Eu nunca faria isso!
-Vamos fingir que não...Onde vocês estão ficando?
-Na casa da minha avó. Ela não mora mais aqui, mas a casa continua. -Ela apontou para trás, supus que fosse a direção da casa.

Eu e Karlie conversamos por quase uma hora, já que suas outras irmãs estavam ocupadas recebendo os pêsames das pessoas e meus pais ocupados conversando com qualquer ser humano que passasse perto dele.
Quando Austin me chamou senti que talvez Karlie não quisesse que eu fosse embora. Talvez ela só não quisesse ficar sem nada para fazer naquele cemitério, mas eu gosto de pensar que na verdade eu estava sendo uma boa companhia.
Acabamos combinando de nos encontrar para comer alguma coisa mais tarde. Eu tinha ficado encarregada de escolher o lugar já que Karlie não conhecia a cidade muito bem. Por algum motivo tomar essa decisão me deixava nevosa. Queria escolher algum lugar legal mas não muito chique, afinal, não estávamos indo em um encontro. Apenas duas amigas se encontrando para comer.
Sem pensar muito decidi que iríamos na Harry's. Uma hamburgueria famosa da cidade, o dono é meu amigo de infância e faz um dos melhores sanduíches que eu já comi em minha vida.

Karlie POV;

-Karlie! Eu sinto muito pelo seu pai. -Toni dizia ao telefone, não sabia como ela tinha conseguido meu número. Pouco tempo depois que ela se mudou, eu tinha mudado o meu celular, mas por algum motivo ela tinha dado seu jeito de descobrir.
-Obrigada?

Eu não poderia estar mais confusa. Meu pai nunca foi presente em minha vida, em pé em frente ao seu caixão, me sentia em um velório de um desconhecido. Após o nascimento das gêmeas eu, minha mãe e minhas irmãs nos mudamos para St. Louis, lugar onde todas minhas lembranças da infância foram feitas.
No enterro, pessoas que eu não faço ideia de quem são vinham falar comigo como se fôssemos amigos de anos. Não me leve a mal, eu aprecio toda essa hospitalidade. Mas a verdade é que parecia que todas as pessoas esperavam uma outra reação vinda de mim e também de minhas irmãs.
Eu deveria chorar? Ficar emburrada? Dar de louca e me jogar no caixão? Tudo que eu sabia era olhar o defunto em minha frente e tentar me convencer que era o meu pai e que talvez eu devesse ter uma reação mais emotiva, digamos.
Tudo ficou melhor quando fui falar com Taylor, eu já tinha avistado-a quando estava na frente das cadeiras, e quando a vi me encarando depois do velório agarrei a oportunidade perfeita de ir conversar com ela e tentar fazer a sensação de desconforto que tomava conta de meu corpo ser amenizada pelo menos um pouco.
O que surpreendentemente funcionou. Em questão de segundos eu já estava mais relaxada e a tensão que parecia apertar meus ombros tinha sumido completamente. Quando ela disse que iria embora, tive que pedir para marcarmos de nos ver novamente, Taylor estava me trazendo um sentimento de Nova York, um sentimento de casa, que foram minutos após ela desaparecer de minha vista para que esses sentimentos também desaparecessem.

-Você deve estar achando estranho tudo isso.
-Você me conhece tão bem. -Forcei o deboche em minha voz. -Como conseguiu meu número novo?
-Contatos. -Conseguia ver Toni sorrindo do outro lado da linha. -Quando vamos nos encontrar para conversar? Eu quero acertar as coisas com você.
-Sério que você quer falar sobre isso agora? Meu pai acabou de morrer. -Falei como se o fato de meu pai ter morrido me deixasse sensível de alguma forma.
-Ok, podemos falar sobre isso depois então. Mas já deixo claro minhas intenções. Acertar as coisas com você. Quem sabe não podemos ser amigas novamente?
-Como você mesma disse, falaremos sobre isso depois. Acho difícil sermos amigas depois de tudo, Toni.
-Você está certa, falaremos sobre isso depois. -Tocar no passado incomoda Toni e eu sei disso, foi o suficiente para ela querer fugir da situação. -Tenha uma boa noite, Karl. Me liga quando chegar em Nova York?
-Boa noite, Toni.