4º capitulo

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Taylor POV;

Parecia que um trator tinha passado pela minha cabeça, na verdade não só pela minha cabeça, pelo meu corpo inteiro. Ainda sem abrir os olhos, me virei na cama, sentindo todo meu corpo doer e deixando um pequeno gemido de dor escapar de minha boca. Afundei meu rosto no travesseiro macio e inalei o cheiro da fronha o suficiente para perceber que eu não estava em casa. Medo percorreu o meu corpo e eu abri os olhos imediatamente, fitei o quarto ao meu redor, não conseguia ver muito por causa das cortinas fechadas mas eu não me atreveria a abrir as mesmas, luz não faria bem para minha ressaca.
Deixei o cobertor e senti meu corpo arrepiar, eu ainda usava meu vestido da noite anterior e consegui ver meus sapatos jogados ao lado da cama. Entrei no pequeno banheiro anexado ao quarto, onde lavei meu rosto e escovei os dentes com a escova e a pasta que guardo em minha bolsa. Não sentia vontade de me apressar, fazia tudo em câmera lenta.
Ao abrir a porta do quarto reconheci a escadaria e a sala que eu conseguia ver enquanto descia, e tudo veio em minha mente. Eu fiquei bêbada e dormi na casa da minha professora, esse é um jeito ótimo de causar uma boa impressão. Tudo estava claro, iluminado pela luz do sol que entrava pelas grandes janelas que tinham as cortinas abertas, o que fez meus olhos demorarem um pouco para se acostumarem.
O barulho vindo da cozinha indicava que Karlie já estava acordada, me posicionei na porta do cômodo e observei enquanto ela se movimentava do fogão para a geladeira, da geladeira para o balcão. Não sabia o que dizer, eu estava envergonhada com o que tinha acontecido.

-Você vai ficar aí parada até quando? -Karlie finamente se virou em minha direção me lançando um sorriso, eu pensava que ela não estava me vendo.
-Karlie...Me desculpa por ontem, eu não deveria ter bebido tanto. Me desculpa
por tudo isso. -Eu não sabia o que dizer e não sabia o que Karlie esperava que eu dissesse, a única coisa que se passava pela minha cabeça era um pedido de desculpas.
-Ei! -Ela desligou o fogo e vejo em minha direção. -Não foi problema nenhum, na verdade eu acho que tenho que te agradecer por me dar uma desculpa para sair daquela boate. -Ela disse me fazendo rir.
-Eu normalmente não bebo tanto assim. Desculpa se eu tiver falado alguma besteira.
-Tá tudo bem, Tay. -O apelido saiu da boca de Karlie sem que ela percebesse, mas eu gostei. -O café da manhã já está quase pronto. Se você quiser eu posso te dar uma carona pra casa depois que comermos.
-Não vou mais te dar trabalho, Karlie. E acho que eu não consigo comer nada...
-Você não me dá trabalho, Taylor. É até bom, me mantém um pouco ocupada. -Ela sorriu novamente e pude sentir meu coração pular alguma batidas. -Vou pegar um remédio pra ajudar essa sua ressaca.

Ela saiu da cozinha, me deixando parada na porta da mesma, lugar de onde eu não tinha saído. Karlie estava sendo tão gentil comigo, eu não conseguia ver o motivo de ela estar fazendo tudo isso, não era como se fôssemos grandes amigas. Mas a ideia soava muito bem para mim, aumentar o meu número de amizades seria bom.
Karlie adentrou o cômodo novamente e me entregou a pequena capsula vermelha, em seguindo me dando um copo com água. Tomei o remédio e rezei mentalmente para que a dor passasse logo.

-Eu sei que você disse que acha que não consegue comer nada, mas você vai fazer o descaso de recusar uma xícara de chá de uma senhora gentil que por acaso também é sua professora? -Eu ri e observei Karlie pegar uma xícara e ir em direção a chaleira. Ela tem um rosto tão jovem e radiante, era como olhar para o sol.
-Ok, senhorita gentil que também é minha professora. Eu vou aceitar o chá.
-Ótimo. -Ela posicionou a xícara no balcão em minha frente.

Peguei o recipiente cor de rosa e soprei o líquido para esfria-lo um pouco antes de dar os primeiros goles. Mesmo que sem perceber, meus olhos estavam fixos na professora, ela exalava juventude e confiança, tudo nela parecia interessante e de certa forma despertava minha curiosidade de um jeito por pouco não inocente. Quando ela percebeu meu olhar sobre ela, me encarou de volta, por algum motivo aqueles olhos verdes me deixaram muito intimidada, fazendo com que eu abaixasse meu olhar, fitando o chão.
Terminei o chá e assim que posicionei a xícara de volta no balcão Karlie me pediu que eu a acompanhasse até o porão. A ideia de entrar lá novamente me animava, o lugar parecia ter sido retirado de algum filme parisiense dos anos oitenta.
Ela me entregou o mesmo vestido do dia anterior e pediu que eu o experimentasse mais uma vez, pois ela tinha feito alguns ajustes. Fiquei apreensiva ao saber disso, quando o experimentei da última vez pensei que nada poderia ficar mais bonito do que já estava, mas ao me olhar no espelho vestindo o vestido pela segunda vez percebi que a peça tinha ficado mais justa ao meu corpo, como se tivesse feito sobre medida, o vestido também estava maior, cobrindo os meus pés descalços.

A Professora (Kaylor AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora