Estes foram os piores. Doeram, doem-me, doerão.
Os dias que demoravam para passar até o dia da gente se ver, os dias que nós não nos falávamos por brigas que nem eu conseguia entender... os dias tristes, frios e cinzas que eu vivi quando dei por conta que, de fato, estava sem você.
Foram tempos difíceis, não há como negar.
Eu sentia um buraco aumentando dentro do meu peito. Cada dia maior. Buraco este formado por pedaços de você que iam embora, lentamente.
Começou pelo tom da sua voz, o que eu tanto, tanto amava, este foi o primeiro a ir. Depois, o seu sorriso, e então o seu jeito, suas piadas, seu caminhar... os traços mais marcados do teu rosto e até a forma que seus cabelos costumavam ficar. Tudo começou a ir, ir embora pra bem longe...
Mas ainda guardo em mim o teu olhar, e como você me olhou a primeira vez, como olhou-me como se visse o mais profundo de mim, como se visse meus pecados, meus desejos e o quanto eu te amava. Este olhar ainda guardo dentro de mim e me pergunto quantos dias levará até que se vá embora; como todo o resto de você.
Ao todo, são 152 dias vendo você partir, lentamente, de dentro de mim.
E acredite: é mais complicado ver partes de você me deixando, do que ver você me deixando por completo, como, em teoria, você fez.
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Uma Saudade Sua
Non-FictionAmanheceu. Meus dedos cansados seguram a caneta que uso para escrever estes versos. Meus olhos sonolentos encaram o papel de carta e em meu pensamento passam-se inúmeras coisas, dentre elas o fato de que eu deveria estar dormindo. Mas o que posso f...