Guarda Real

Perigo na sala do trono

   Maiu estava prestes a chegar a seu destino. A chuva começava a cair e o vento soprava com força as árvores do jardim real, fazendo com que as folhas voassem para todos os lados. Uma tempestade se aproximava.

   Ao adentrar o salão principal ela se deparou com seu pai sentado no grande trono de cristal. Ele era feito de cristais azuis e brilhantes. Segundo a lenda aquilo não eram cristais e sim escamas do próprio Leviatã que foram dadas de presente ao primeiro Imperador deste continente. Lá estavam também Kass e sua noiva, a jovem Pricila L. Born. Enquanto Maiu era recebida por sua família, os representantes de Surt também adentraram o salão. Nenhum dos seis homens chamavam atenção, todos pareciam soldados de baixa patente. Então de traz destes homens surgiu o representante do imperador Surturiano, Leroy Humbert. Um homem alto de cabelos longos e dourados.
-Desculpe o atraso nobre Imperador, meus homens tiveram problemas para chegar a capital. Por favor perdoe a falha destes serventes desatentos.
-Tudo bem, isto deu tempo para que minha querida filha se juntasse a nós. Ela me pediu de última hora para vir a esta reunião. Ela está empolgada com sua futura função na diplomacia.
   Maiu estranhou o fato de nenhum capitão da guarda real estar presente no recinto.
-Pai, onde estão os capitães?
O Imperador então sussurrou para Maiu:
-Não quero mostrar desconfiança quanto aos nossos convidados. Não precisa se preocupar, se for necessário eles aparecerão de imediato.-O Imperador segura a espada em sua cintura.-Não se esqueça que eu tenho isto aqui.

   Leroy se ajoelha perante o Imperador a alguns metros de distância.
-Como o senhor sabe, estamos aqui para propor uma aliança. Encerramos nossos negócios com Alexander por eles estarem lidando com tecnologia proibida. Agora precisamos de outra aliança para nos ajudar a se defender não só mais do povo de Bahamuth, mas também de nossos antigos aliados que desejam nossa vasta produção de minérios.

   Maiu sabia que seu pai aceitaria está aliança sem pensar duas vezes. A vantagem de tirar o suprimento de metal de Alexander era extremamente importante para o rumo de uma possível guerra.
- Muito bem nobre amigo.-O Imperador se levantou do trono e caminhou vagarosamente em direção ao diplomata.-Eu já vim para esta reunião com a minha mente feita e será um prazer me aliar a seu povo.-O Imperador então olhou para o guarda de surt que estava a direita de Leroy.-Porém, seu guarda não parece gostar de minha decisão.

   O guarda então partiu na direção do imperador enquanto sacava sua espada.

   O golpe foi rápido, mas o Imperador foi mais. Sacou sua espada e bloqueou o golpe inimigo. No mesmo instante o guarda que estava a esquerda de Leroy sacou sua espada e a colocou no pescoço do diplomata o segurando como refém. Maiu e os demais se esconderam atrás do trono de cristal. O Imperador então riu e chutou seu oponente para trás. No mesmo momento, Reinrard entrou no salão através de uma janela no alto do local. Ele entrou voando e ao tocar o chão desferiu um golpe que separou o braço direito do atacante de seu corpo.
-O que diabos está acontecendo?-Gritou Leroy.

   Em um movimento rápido Reinrard balançou sua espada, fazendo o sangue nela voar e cair aos pés de Leroy.
-Eu achei que você poderia responder esta pergunta.
-Eu não tenho nada a ver com isso. Minhas ordens eram de assegurar a aliança. Aliás, não sei se notaram, mas também estou sobre ameaça aqui.

   O Imperador riu novamente:
-Este aí com a espada em seu pescoço é um dos meus espiões.

   Repentinamente mechas castanhas surgem nos cabelos do guarda que teve seu braço arrancado e em um movimento com a mão que lhe restou ele faz com que uma pilastra de pedra na esquerda do salão se parta, fazendo seus estilhaços voarem para a direita, na direção de Reinrard.

    Aparando a maior parte dos estilhaços com a espada, Reinrard pule para traz. Mais um dos guerreiros de Surt aproveita a abertura e lança quatro adagas que estavam em seu sinto na direção do Imperador. O Imperador tenta se esquivar para a sua esquerda, na direção de Reinrard, mas o assassino parecia ter previsto isso. Uma das adagas acerta a cocha esquerda do imperador, outra no seu ombro direito e as demais passam ao largo do seu alvo.

   Então pela porta principal adentra Jarâmir, com sua lança flamejante em mãos. Ele arremessa a lança que vara o peito do lançador de adagas e incendeia seu corpo imediatamente, que então voa até o trono e grita em desespero. Reinrard então avança em direção ao guarda sem braço e o finaliza decepando sua cabeça.
-Pai! Você está bem?!-Maiu sai de traz do trono aos gritos.-Um médico, rápido!

   Reinrard então se aproxima de Leroy e aponta sua espada para o rosto dele. Os guardas de Surt restantes jogam as armas no chão e levantam as mãos.
-Tem algo para me dizer, Senhor Leroy?
-Eu já disse que não sei de nada. Achei que fosse apenas uma missão para assegurar uma aliança. Meu imperador não me disse nada sobre este ataque. Eu inclusive não vejo um motivo para ele planejar algo assim.
-Deixe ele em paz Reinrard, ele diz a verdade.-O Imperador diz enquanto os médicos adentram o salão.-Porém, ele e os guardas restantes passarão a noite na prisão.
-Como o senhor desejar.-O guarda que fez Leroy de refém até então o leva para fora do salão junto aos outros guardas.

   Jarâmir vai até Reinrard enquanto a lança que ele arremessou volta voando para sua mão.
-Você foi meio descuidado em não matar o primeiro guarda rapidamente.

Reinrard mais uma vez balança a espada para se livrar do sangue e a imbainha em sua cintura.
-Queria mante-lo vivo para o interrogar mais tarde. Acho que fui Ingênuo. Não contei que haveria mais um deles.
-Proteger o Imperador é nossa função e nós falhamos hoje.-Jarâmir estava irritado consigo mesmo. A demora dele para responder ao dever custou dois ferimentos ao Imperador.

   A alguns quilômetros dali, dois homens encapusados conversavam em um beco.
-O nosso teste foi um sucesso. Pelo visto a espada do Imperador realmente chama os capitães ao ser sacada. Reinrard estava no pátio, ele não pode ter ouvido o barulho dentro do salão com o som da chuva.

   O outro homem então acende um charuto.
-As informações de hoje serão valiosas no ataque definitivo.

   Existe um grupo de pessoas planejamento o assassinato do imperador. Neste ritmo uma guerra é eminente.