VEINTE DOS: Presa em um sonho ruim

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CONTAGEM DE PALAVRAS: 2826


Lizzie se encontrava diante de um espelho, mas em vez do seu próprio reflexo, o espelho lhe mostrou uma jovem mulher de longos cabelos loiro escuro e doces olhos castanhos. Cada movimento e expressão que a ruiva fazia, a mulher do outro lado do espelho fazia também. Lizzie rapidamente reparou que cada gesto e expressão feitos por ela eram fielmente reproduzidos pela mulher do outro lado do espelho.

A analisando, Liz estava certa que aquela mulher lhe era familiar; suas feições se assemelhavam às de Camilla e a postura de seu corpo, bem como a cor de seus olhos e cabelos, se equiparavam aos de Amelia. Contudo, a expressividade de seus olhos era a mesma dos de Lizzie, e a dúvida sobre quem era aquela mulher se dissipou lentamente.


— Mãe? — Ela perguntou, mas os lábios da mulher não se moveram. Seu olhar permanecia vago, perdido, como se não a visse. 

— Mãe? — Liz chamou novamente, tocando o vidro com a ponta dos dedos, mas a mulher do reflexo não se mexia mais. 

 Mãe, estou com medo. — Ela choramingou, mas a figura da mulher do outro lado do reflexo começou a se afastar como se seu corpo estivesse sendo puxado ou o espelho estivesse se afastando dela. 

 Mamãe, por favor, não me deixe!


O espectro então parou e agora Lizzie podia ver todo o seu corpo. Sua mãe estava usando um vestido hospitalar e, gradualmente, uma mancha avermelhada começou a se espalhar por sua barriga. A mulher olhou para baixo e novamente olhou para Liz, desta vez apontando um dedo acusatório para ela com as mãos cobertas de sangue e gritando a plenos pulmões.


— MONSTRO!



Elizabeth acordou assustada, suor escorrendo por suas costas, e as batidas de seu coração aceleradas a ponto de sentir cada pulsar em seus ouvidos. Os malditos pesadelos haviam retornado, todavia, desta vez, ela conseguia recordar-se deles. Contudo, Liz optou por ignorar o seu sonho, considerando a possibilidade de ser apenas uma manifestação da tensão que vinha enfrentando ultimamente.

Com uma virada rápida da cabeça, Lizzie percebeu que Cora ainda estava deitada ao seu lado, adormecida. Sentindo-se agitada devido ao seu sonho, Liz optou por sair do quarto e dirigir-se ao quintal para respirar um pouco de ar fresco.

A noite estava fresca e serena; nada parecia anunciar a luta que se avizinhava em poucas horas. O silêncio sinistro parecia segurar uma mão em torno de seu peito, enquanto as lágrimas ameaçavam sair. Ela estava com medo; Liz se recusava a admitir isso em voz alta, mas a cada minuto que passava próxima à batalha, Liz temia não ser tão forte quanto dizia ser.


— Lizzie? — A voz de sua irmã mais velha soou atrás dela, e a ruiva se virou para ver Amy com uma caneca de café nas mãos. — Você está bem?


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