DIECINUEVE: Você está no jogo?

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CONTAGEM DE PALAVRAS: 2499


— Não! Você não pode fazer isso! — Cami gritou incrédula com a decisão do pai de tirar as filhas da Instituição dos Caçadores e se mudar para outra cidade.


— Não tem o que discutir, Camilla Rose Jones! — Seu pai gritou de volta, fazendo seus olhos se arregalarem.


Ele nunca havia levantado a voz para ela antes, sempre tentou ser paciente, explicando seu lado das coisas sempre que uma de suas filhas não concordava com suas exigências. Mas, desta vez, ele se recusou a contar qualquer coisa e apenas fez exigências para que Camilla não pudesse aceitar sem um bom motivo.

Havia um motivo, Camilla sabia disso, mas não podia concordar que tinha que renunciar a seus sonhos, seus planos, todo o seu futuro.


Lizzie estava escondida atrás da porta do escritório de seu pai, ouvindo tudo com lágrimas nos olhos e um tremor em seu pequeno corpo, sem entender por que sua irmã e seu pai estavam brigando. Amelia aproximou-se atrás dela e envolveu um braço nos ombros da menina, fazendo-a assustar e soltar um pequeno gritinho. Isto chamou a atenção de Camilla, que abriu a porta e olhou para a irmã mais nova com um olhar furioso.


— Eu te odeio! — Camilla cuspiu as palavras venenosas para Lizzie, caminhando a passos pesados até seu quarto.


— CAMILLA! — Seu pai gritou, correndo atrás dela para fazê-la pedir desculpas à irmã mais nova por suas palavras. Mas antes que ele pudesse entrar no quarto, o adolescente bateu a porta no rosto de Matt e se trancou. 

— Abre essa porta nesse instante, Camilla. — Ele tentou forçar a entrada, sem sucesso, a menos que realmente quisesse destruir a moldura da porta.


— Você sempre faz tudo por ela, desde que ela nasceu, nossas vidas nunca mais foram as mesmas. Ela roubou a mamãe da gente, e agora ela está roubando o que eu mais amo de mim! — Camilla gritou atrás da porta, soluçando alto em conjunto.


O homem virou os olhos para a mais nova com um olhar triste e depois olhou para Amelia, que entendeu que era melhor tirar a pequeno de casa por um tempo. Matthew sentiu-se conflituoso e comovente ao ouvir sua filha do meio chorar tão dolorosamente. Ele até reconsiderou por um segundo deixá-la para ficar, mas pensar em deixá-la sob as garras de seu avô, era a única coisa que o impedia de voltar em suas decisões.


— Você não está sendo justa, Milla. Por favor, vamos conversar, você precisa entender por que estou tomando essa decisão. — Matt tentou argumentar, baixando o timbre para um tom mais suave e condescendente.

Seguiram-se alguns segundos de silêncio antes de Cami decidir abrir a porta para o pai e dizer o que queria à cara dele, em termos claros.


— Não há nada a entender. Ela já tem 11 anos e já devia ter ingressado na Instituição. Mas, como sempre, você está apenas disposto a zelar por sua garotinha, sua protegida, sua favorita. Elizabeth é como porcelana aos seus olhos, intocável e preciosa, e você está decidido a garantir que nada de mal aconteça a ela. 

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