Como se não houvesse amanhã

Capítulo IX

Acordo assustada e sinto o colchão macio de minha cama em minhas costas. Percebendo que estava em casa e que não era só mais um de meus sonhos, me levanto faço minha higiene matinal e encontro minha mãe, Lipe e Anne tomando café.

–Bom dia!– dizem em uma o voz, sorrio e digo "Bom dia".

Tomo um gole de café e pego uma torrada, como é bom estar em casa confortável e tomar um café da manhã direito.

– Amiga já conversei com sua mãe , realmente é muito perigoso você ficar aqui, ela entendeu e está disposta a fazer isso por você e pela proteção dela mesma né.– ela olha pra minha mãe e volta sua atenção pra mim– Agora...só falta sua resposta pra mim resolver as coisas– diz em um fio de voz , minha resposta já está mais do que clara, pensei bastante naquela nossa conversa e não tem outra saída, eu vou!

– Sim!– digo e ela me lança um sorriso e quase me sufoca em um abraço extremamente apertado fazendo minha mãe rir. A mesma me larga e solto o ar que bem sabia que estava prendendo, ela sai cantarolando e pega Lipe no colo e da um mega beijo nele fazendo-o gargalhar.

– Vamos viajaaaaar– diz animando Lipe e todos rimos.

Concerteza ela está mais animada que eu, não sei porque mas sinto que vou deixar algo importante aqui. Afasto esses pensamentos negativos e continuo meu café.

                                        (...)

– Helena não se preocupe vai dar tudo certo, já conversei com minha tia e ela como é muito sozinha ficou muito feliz.– diz Anne me ajudando a por as peças de roupa na mala, mamãe e Lipe estão no outro quarto fazendo o mesmo.

Não vou dizer nada a ninguém pra não dar brecha de alguém de achar, vamos fazer tudo na calada.

Também estou animada e só o alvoroço de Anne que me intimida um pouco.

Terminamos e faltava comprar as passagens, Anne foi fazer enquanto eu e minha mãe nos programavamos pro futuro.

– Helhena, me juda aqui– diz Lipe pedindo ajuda para amarrar seu cadaço.

–Vou preparar a comida– diz minha mãe e sai nos deixando sozinhos.

– Então mocinho, está gostando da ideia de se mudar para Washington?– sorrio pra ele.

– Eu tô, a gente vai voar no céu, assim oh!?– ele faz um gesto com as mãos querendo dizer que vamos voar de avião, rio do mesmo.

– Sim!– gargalhou e dou um beijo em sua bochecha estralado. Saimos do quarto e Lipe foi pra sala e eu pra cozinha.

– A senhora quer alguma ajuda mãe?

– Sim querida. Corta bem pequeno esses bacons pra mim.

Pego a faca e faço o que ela pediu, na verdade nunca fui muito a fim de bacon mas acho que minha mãe se esqueceu um pouco disso!

– Relaxa minha filha, esses bacon são só Lipe.– ela diz e solta uma risada. Sorrio e continuo o serviço.

Colocamos a feijoada no fogo e fomos pra sala assistir desenho com Lipe.

– Olha mamãe.– ele aponta pra tv e rimos da cena para não o deixar constrangido.

Ouço batidas na porta e ficamos em silêncio, todo cuidado é pouco, vejo Anne pelo olho mágico e abro aliviada.

– Oi gente, comprei as passagens e não tava nada barato, de madrugada tem um voo pra lá e essa vai ser a hora certa pra darmos a fuga.– rimos e cada um pegou sua passagem.– Puxa vida senão fosse pelo dinheiro que minha tia nos deu junto com o que você juntou nunca iríamos conseguir sair daqui.– ele rir mais e me abraça.

– Nossa ainda bem que guardei então, eu tava querendo comprar um apartamento.

– É mais agora você não precisa mais disso, afinal agora oficialmente temos um mansão– ela sorri me fazendo refletir .

...

– Meninas está na hora da soneca do Lipe.– olhamos pra ele que estava apagado no sofá, minha mãe o pegou e levou para seu quarto.

– Helena, você ainda pretende voltar?– Anne diz.

– Sim, mas não pra esse bairro claro, para outra cidade bem longe daqui– digo pensativa.

– Ah, por mim eu morava lá pra sempre– diz dando os ombros.

– Não podemos Anne, nossa casa é aqui.

– Não mais– diz séria e depois sorri.

Talvez ela esteja certa. Talvez eu só preciso acreditar mais em mim mesma e me deixar levar pelo destino... Afinal, hoje ele promete!