A Lu arraso

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Estava eu a navegar na internet quando....BAMMM...me deparei com esse texto q Lu(quem es lu?) escreveu
O texto e um pouco grande então eu irei separalo por cap




Quem usa Twitter e curte K-Pop deve ter visto a confusão desses dias, quando alguns YouTubers brasileiros resolveram anunciar publicamente como eles detestam K-Pop e como quem gosta do estilo e usa foto de coreano no Twitter é “fanático demais”. O resumo todo é esse, porque não cheguei a acompanhar de perto (haja paciência) e não conheço as pessoas envolvidas direito (vi uns vídeos de um deles uns dois anos atrás, se isso conta). Mas claro que a treta rodou a comunidade que tá no Twitter, indignou muita gente, rendeu bastante piada de ambos os lados, etc.
A questão aqui não é discutir quem tá certo, quem tá errado, que comentário ali foi de bom tom (porque é complicado dizer que um tweet menosprezando um certo grupo de pessoas é inocente), qual o mérito que cada lado tem pra falar alguma coisa, qual a relação entre o costume difundido de usar foto de artista no perfil e o fanatismo nocivo. Isso é irrelevante, porque é difícil convencer as pessoas de qualquer coisa esses dias, ainda mais pela internet.
O negócio é que essa discussão se resume a uma observação (maravilhosa) de uma amiga minha: fanatismo só incomoda quando é com coisa que mulher gosta. E isso me lembrou de outra discussão, em outra plataforma, sobre a mesma coisa, só que daquela vez o tópico era fanfic. K-Pop e fanfiction são duas coisas que atraem, em sua esmagadora maioria, mulheres. Mais ainda: mulheres jovens. Agora tire um minutinho pra pensar qual a opinião do público geral sobre essas duas coisas

Não muito boa, né? Porque aparentemente se uma mulher entre seus 12 e 25 anos gosta de alguma coisa, com certeza aquela coisa é irracional e infantil.
Enquanto isso, futebol é um fanatismo aceito e celebrado no Brasil, assim como são, se não respeitados, pelo menos tolerados aqueles produtos consumidos em massa pelo público masculino (desde Senhor dos Anéis até franquias de super-heróis). E ai da mulher que se meter no meio disso! É feminazi louca, é mulher fingindo gostar só pra agradar homem, é petista esquerdopata empurrando política de inclusão goela abaixo dos Verdadeiros Entendedores Do Assunto. A lógica dessas pessoas é que o que é realmente válido como obsessão é domínio deles e só deles, e tudo que fica de fora não é importante, é criancice, é burrice. Gostar de K-Pop e ler fanfic, por esses padrões, é automaticamente um atestado de idiotice.

Então o que uma pessoa (especialmente um homem) diz quando critica aqueles (especialmente mulheres) que gostam de K-Pop? Qual o conceito de fanatismo pra eles? Porque até onde eu sei, eles são fissurados em games. E eu super entendo porque games são sensacionais! E eles, ao menos um deles, conseguiu uma carreira profissional nesse mercado, e tá aí todo dia ganhando o pão dele com isso. Nada demais. Qual o problema então de alguém gostar de K-Pop, comentar sobre isso diariamente, fazer do estilo uma parte da própria vida? Onde termina o fanatismo saudável e começa o fanatismo insano, segundo esses caras?
Um dos argumentos que eu vi no meio da confusão foi que “K-Pop daqui a cinco anos morre e as fãs não vão tirar nada disso”. Mesmo que isso fosse verdade, é bem difícil achar alguém que só consuma coisa que vai efetivamente ter algum impacto concreto na própria vida. Você vê séries pra se divertir, não por algum motivo maior. Você ouve música porque gosta, relaxa, te faz sentir alguma coisa. Cinema, por mais engajado que você seja, às vezes é só uma distração mesmo. Uma sociedade 100% funcionalista não daria certo porque a gente gosta dessa distração, desse espaço pra sentir, ouvir, experimentar, mesmo que isso não seja diretamente relacionado com nossa evolução como seres-humanos.

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