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Acordei no meio da noite ouvindo batidas fortes na porta, me sentei na cama e me levantei

A chuva estava fraca e os trovões trovões me incomodavam um pouco, caminhei pelo corredor e passei pela porta do quarto do meu pai

Ele não está aqui, não dá pra acreditar...

Caminhei rápido até a porta e abri, vi ele todo molhado, tentando se segurar nas pernas com uma garrafa de pinga

- Pai... - murmurei chateada - você bebeu de novo? - olhei pra ele que me encarou bravo

- Cala a boca cachorra! - gritou e bateu na minha cara indo pra cima de mim

- Para pai, você tá me machucando! - disse tentando sair se baixo dele enquanto ele tentava me bater

- Sai...sai da minha casa agora! - ele disse com uma voz de bêbado

- Pai, o senhor ta bêbado, espera... - pedi tentando o ajudar enquanto ele caía

- Não me estressa vagabunda! - ele tirou uma faca do bolso

Andei pra trás já sentindo a chuva tocar minhas costas e me arrepiando por completo

- Isso cachorra, dá o fora! - se levantou ainda cambaleando e me empurrou na chuva

Cai e ralei a perna

- Pai, espera, não fecha! - me levantei rápido tentando segurar a porta

Ele bateu a mesma na minha cara e eu gritei de raiva

Chorei de raiva, chorei porque queria socar a cara dele, e chorei por Deus ter escolhido logo eu pra ter que aguentar isso

Odeio a minha vida

Eu não sabia pra onde ir, a chuva foi ficando forte e eu comecei a expirar, eu já estava completamente encharcada

A primeira pessoa que me veio foi Priscila, mas será que ela me aceitaria?

Tomara que sim

Subi o morro exausta, a chuva não me deixava ver direito porque estava bem forte agora

Me aproximei da porta de sua casa e bati, demorou, mais logo uma luz se acendeu e a porta se abriu devagar, Mb apareceu com a arma na mão e se assustou quando me encarou

- Ta fazendo o que aqui thaylla? - olhou pra mim - Tá doidona fia? Olha a chuva! - disse

- Não me deixa aqui por favor... - pedi querendo chorar

- Mb quem é que... - ouvi a voz da Priscila - Thay? - ela correu até a porta a abrindo mais - Ai meu Deus, entra! - ela me puxou pra dentro e Mb deu espaço fechando a porta

- Me desculpa por isso... - falei olhando pra ela, minha vista já estava embaçada por causa das lágrimas

- Porque você saiu nessa chuva? - ela me encarou - A essa hora Thaylla? - falou olhando pro relógio que marcava 3:30 da manhã

- Eu não saí, meu pai me tirou de casa! - falei chateada

- Aquele desgraçado, ele tava bêbado não tava? - ela me encarou brava

- sim - respondi

Ela negou brava

- Vamos, eu vou te emprestar uma roupa antes que você fique gripada - falou me puxando escada a cima

**

- Desculpa por ontem a noite - falei pra Priscila enquanto ajudava ela com o café

Ela sorriu

- Amiga é pra essas coisas, você sabe - sorriu

- Achei que não fosse mais minha amiga... - olhei pra ela - Por um momento pensei que fecharia a porta na minha cara - fui sincera

Ela me encarou séria e tocou meu braço

- Eu nunca faria isso! - falou me olhando - Eu sei, depois que eu comecei a namorar com o Mb a gente se afastou um pouco... - tentou explicar

- Um pouco? - olhei pra ela que suspirou negando pra si mesma

- Muito - falou - Eu fiz outras amizades, e eu sei thay, eu estou errada - falou me olhando - Podemos nos aproximar novamente? - olhou pra mim - Eu sou uma idiota! - disse e fez careta

Ri

- Você é uma idiota! - concordei - Mas ainda sim é a minha melhor amiga - abracei ela que riu

Ficamos conversando enquanto tomávamos café

- O mais gostoso chegou! - ouvi uma voz grossa vindo da sala

- Você me assusta com esse seu amor próprio! - Mb riu entrando com ele na Cozinha

- Sentiu saudades? - ele olhou pra Pricila que riu

- Nem um pouco! - abraçou ele

Ele se virou me encarando, provavelmente não me reconheceu, só depois de olhar bem pra minha cara

- Eu tinha mesmo uns assuntos pra tratar com você - falou me olhando sério

Engoli seco e encarei seu olhar

Naipe de Patroa Onde histórias criam vida. Descubra agora