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Thaylla

Desde o dia em que o maldito filho do Alecsandro está preso no forno eu tenho sentido coisas estranhas dentro de mim
Sensações que me causam náuseas, tremedeiras e certos ataques de nervo

Pedro fica mais na boca agora, ele e os meninos, estão armados até os dentes prontos pra qualquer ataque
Eles conseguiram alguns aliados e formaram isso aqui em um verdadeiro campo de batalha

Não consigo acreditar na reviravolta que nossas vidas tomou, eu tento acreditar que todo vai ficar bem mais parece que nada se encaixa

Eu tenho tanto medo, tenho medo de perde-ló, tenho medo do que pode acontece se ele não estiver mais aqui
O que eu faço ? Eu não sei !

Perguntas e mais perguntas passam em minha cabeça como se cada uma delas me atormentasse. Saí dos meus pensamentos quando ouvi passos vindo do corredor

Passos pesados e firmes como se alguém procurasse algo, ou alguém, talvez seja eu...

Eu queria chamar por Pedro mais sentia um intenso medo de chamar a atenção do que quer que esteja lá fora para o meu quarto. Minha respiração estava acelerada e eu não me movia, parei em frente a porta tentando entender meus próprios pensamentos

Não abra a porta !

Aquilo ecoava na minha cabeça como um pedido de socorro do meu corpo, implorando para que eu não fosse idiota o suficiente para abrir a porta e encarar o que quer que esteja lá fora

Talvez por extinto ou por pura burrice minhas mãos que agora estamos geladas e molhadas com um suor frio, tocaram a maçaneta da porta e eu a abri rápido. Caminhei devagar me pondo em frente a porta, me virei ainda com medo encarando o corredor vazio e meio escuro por estar de noite

Apenas a luz da lua que atravessava a janela iluminava o corredor, o que me deixava mais tensa ainda. Caminhei até a janela e encarei a rua, os vapores que cuidavam da casa conversavam calmamente enquanto encaravam a rua

Senti um cheiro estranho, um cheiro de coisa morta, o que me deixou com um certo enjôo

Me virei e me desesperei quando vi um rastro de sangue por todo o corredor, caminhei com medo até onde o sangue ia, ele parava perto da escada

Com cuidado, me segurei com força no batente da escada e olhei lá pra baixo

Não conseguia acreditar no que via, meus olhos se encheram de lágrimas e eu estava completamente desesperada, o corpo de Pedro jorrava sangue por toda a sala enquanto alguém estava parado de frente para ele com uma faca nas mãos

Gritei desesperada chamando a atenção da pessoa lá em baixo. Senti dois braços me segurando e me sacudindo com força, encarei a pessoa que me sacudia

Pedro?

- Calma amor, você precisa acordar, acorda Thay - pisquei umas três vezes e percebi o estado que eu estava

Pedro me encarava assustado enquanto segurava em meus braços, eu estava toda descabelada, meu rosto completamente encharcado de lágrimas e eu soluçava como um bebê

E foi aí que eu percebi, um pesadelo, um maldito pesadelo que me desmoronou por completo. O abracei apertado e ele mesmo sem entender me abraçou apertado também, chorei mais ainda

- Você estava morto Pedro... Bem na minha frente... - chorei como uma criança

- Tudo bem, eu estou aqui, calma... - ele sussurrou ainda me abraçando - Foi só um pesadelo Thay, eu tô aqui ta vendo, tô aqui... - tentou sorrir mais aquilo não estava adiantando muito

Foi tão real que poderia jurar que estava realmente acontecendo

Naipe de Patroa Onde histórias criam vida. Descubra agora