01. 예술을 사랑하는 소년

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Boa leitura <3

O frio daquela manhã chuvosa adentrou meu quarto pela pequena fresta que abri na grande janela de madeira, fazendo encontro à minha pele descoberta e quente do banho tomado agora pouco. Estava me preparando para, enfim, viajar para o sudeste de meu país para tentar uma vida independente de universitário.

Terminando de pôr minha camiseta branca de manga longa e colocando-a dentro de minha calça social, pude ouvir a voz aveludada e doce de minha mãe ecoar no cômodo:

— Já está pronto, Tae?

Virei-me para a direção da porta e encontrei-a encostada sobre a lateral de madeira com um sorriso acolhedor sobre seus finos lábios. Vendo-a daquela forma, fez-me sentir uma paz esquisitamente boa internamente.

— Creio que sim. — Olhei ao redor, procurando algo importante fora da mala. Pus minhas mãos no bolso de minha calça, reparando, então, que meu celular não comparecia no mesmo lugar de antes. — Onde...

Ouvi a risada arrastada de minha mãe, levantando minha cabeça rapidamente.

— Está aqui. — Balançou o aparelho em sua mão. — Precisa ir.

Chequei pela última vez meus itens dentro das bolsas e sacolas e observei também meu pequeno quarto com uma certa nostalgia adiantada antes de sair.

Descendo as escadas, encontrei meus melhores amigos esperando-me em frente a grande porta de madeira de minha casa para podermos nos despedir, infelizmente. Ambos fariam a mesma faculdade e na mesma cidade, enquanto eu havia optado em fazer fotografia.

Hoseok correu até mim e pulou sobre meu corpo, passando os braços por cima de meus ombros e suas pernas ao redor do meu quadril como um tipo de garra humana ambulante. Jungkook permanecia distante, esperando a sua vez chegar.

Os dois estavam em um relacionamento há mais de um ano e nunca brigamos ou houve uma separação dos três, muito pelo contrário, eles eram tão bobinhos um pelo outro que nem chegam na fase de brigar para quase terminar. Quando Jungkook me disse que estava gostando de Seok mais que um simples amigo, eu ajudei os dois a irem em lugares sozinhos, conversarem sozinhos, até um abrir-se para o outro. Eu nunca tive problema com suas orientações sexuais e, muito menos, com seu namoro, mesmo que Jeon fosse ciumento acima do dito “normal”.

Meus pais sempre souberam sobre minhas rodas de amigos, próximos ou não, e, talvez, deduziram minha sexualidade através disso, mesmo que, na minha cabeça, andar, abraçar, conversar etc com homossexuais não me torna um e, sim, por quem me interesso sexualmente e romanticamente; afinal, sempre fui aberto para as pessoas se aproximarem, sem excluir nenhum gênero — ou excluir as pessoas com ausência de um. Hoseok até me chama de “borboletinha social”.

Entrei finalmente no carro depois de me despedir de verdade de meus pais — minha mãe não sabia se chorava de tristeza por seu filho estar indo embora ou se chorava de orgulho pelo mesmo motivo — e de meus amigos com muitos beijos e abraços apertados.

Jungkook aproximou-se da janela aberta do antigo carro de minha mãe:

— Tem certeza que não quer que a gente vá contigo? — Pensei sobre sua proposta por longos segundos, mas optei em deixa-los quietos onde estavam pelo simples fato de que morávamos no centro do país e minha faculdade era longe, então, não queria que se deslocassem apenas para me acompanhar.

— Está tudo bem — respondi. — Creio que seria perda de tempo. — Ele ouviu com cuidado minhas palavras e assentiu com a cabeça, afastando-se do veículo.

honeykitten ➛ taegi ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora