VII. O MERCADO DAS SOMBRAS DE NY

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   O crepúsculo já havia chegado quando Simon e Clary desceram do Táxi  em frente ao endereço que os vampiros haviam dado a Simon.
    O local se tratava de um prédio abandonado onde no passado deveria ter sido usado para lojas de souvenirs. Mas  tendo já experiência com o mundo das sombras Simon sabia que aquilo se tratava apenas de um feitiço de disfarce.
  Ele e Clary se entreolharam, a garota também devia saber que se tratava de um feitiço de disfarce, e dos bons.Os dois caminharam em frente na direção do primeiro prédio e enquanto seus passos firmes ecoavam no chão do que poderia ser um estacionamento.Clary suspirou e começou a falar:
—  Nesses dias que se passaram. Você estava bem ?.
— Sim.
— Fale comigo. Não guarde tudo para si. Não é saudável Simon. Pode confiar em mim.
  Simon suspirou e começou a encarar o chão, se esforçando para não acabar chorando.  E então começou a falar:
— Eu gosto demais da Izzy.  Não sei o que vou fazer se ela...Você sabe. Eu não sei como é isso, mas parece que entre nós caçadores o amor é diferente sabe, é mais intenso. E agora que Isabelle sumiu, eu sinto como gosto dela de verdade Clary, é como se tudo isso fosse um teste para mim mesmo entender meus sentimentos em relação a ela, sinto medo. Sabe quando você tem uma coisa e quando perde percebe o quanto ela faz falta e assim o quão realmente gosta dela?
— Sei sim.
— Eu sou apaixonado pela Isabelle. — ele disse afinal com lágrimas nos olhos. — E eu devia ter  mostrado melhor isso a ela, mas agora é tarde.
— Vamos encontra-la Simon. E cura-la o quanto antes. — a garota o consolou , parando e envolvendo seu melhor amigo num abraço apertado.
  De súbito Simon percebeu que já estavam na frente do primeiro prédio, e com a runa de aguçar os sentidos brilhando no seu pescoço  ouviu várias vozes vindo  do interior do local.
— É aqui.
— Também estou ouvindo — Clary disse. — Mas como vamos entrar aí. E a questão.
 

Clary ficou num profundo Silêncio naquele exato  momento e Simon percebeu pelo seu olhar que ela tinha descoberto algo

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Clary ficou num profundo Silêncio naquele exato  momento e Simon percebeu pelo seu olhar que ela tinha descoberto algo. Já abria a boca pra perguntar  quando a garota começou a correr na direção do prédio e se jogou contra  a vitrine. Contudo, ao em vez de se estilhaçar contra a vidraça, ela atravessou como se fosse o vidro não existisse.
  Simon ficou impressionado, nunca tinha visto um disfarce das sombras desse tipo,uma espécie de véu mágico invisível. Fez então a mesma coisa que Clary e ao atravessar a vitrine sentiu um frio percorrer a espinha.
O garoto agora se encontrava num extenso corredor cheio de lojas onde membros do submundo ( Feiticeiros, Licantropes, Vampiros, Seelies  — Fadas, sereias, elfos, ninfas etc...) entravam e saiam indo pra lá e pra cá. Havia até mundanos que possuiam a visão do mundo das sombras.
   Simon procurou Clary com o olhar, ele estava parada olhando a vitrine de uma loja com o letreiro: KAENEE MODAS. O garoto se aproximou e percebeu que ela observava um vestido que ficava mudando de cor...uma hora estava azul marinho, depois azul celeste, azul violeta e etc. Simon coçou a garganta e a amiga de repente percebeu que ele estava ali.
— Desculpe. É que esse vestido é incrível.
— Mas estamos numa missão, querida. E já está ficando desconfortável todas essas pessoas nos olhando.
  Realmente era o que estava acontecendo. Estava todo mundo passando e olhando para eles com expressões apreensivas. Estava até quieto demais depois que os dois entraram.
— Deve ser porque...está vendo algum outro caçador de sombras aqui?. Esse lugar deve até ser clandestino. Caçadores de sombras não devem frequentar. — a garota fez uma pausa e início uma caminhada com simon pelo mercado das sombras — Quem foi mesmo que o vice presidente dos vampiros de Nova Iorque disse para procurararmos?
— Um cara chamado Johnny Rook. Ele é de Los Angeles mas parece que nessa época do ano vem fazer umas visitas ao mercado de Nova Iorque.
— Entendi. Mas como vamos acha-lo ?... Isso aqui é enorme.
— Vamos perguntar.
  E dizendo isso, Simon as precipitou até um garoto negro  Licantrope  que ia passando por  eles apressado.
  O garoto deu um salto de susto e seus olhos brilharam num amarelo vivo.
— Calma! Calma, não tô procurando briga. Só quero uma informação.
  Os olhos do garoto voltaram a ser castanho mel e ele olhou pra um lado e para um outro como se verificando se alguem estava os observando.  E então suspirou :
— Pode falar.
— Certo. Nós queríamos um pequena informação. — Simon olhou pra Clary. E então voltou os olhos para o garoto que era mais baixo que ele, parecia ter ums quinze anos — Você conhece algum Johnny Rook ?
— Conheço  sim.
— Pode dizer onde ele fica aqui ?
O garoto ficou os fitando  desconfiado.
— Oh, não se preocupe. — Clary o assegurou — Só queremos uma informação dele.
— Então é isso.Certo...
O garoto  deu coordenadas exatas de como chegar até onde a barraca dele deveria está e em menos de  minutos Simon e Clary estavam parados em frente à uma lojinha com uma placa escrita: JOHNNY ROOK, temporada Novaiorquina.
— O encontramos...— Clary comentou.
— É...vamos ? —Simon  atravessou a porta entrando na loja com Clary bem atrás. 
  O interior era apenas uma sala com uma bancada no fundo separando o local aonde devia  ficar os clientes, e o dos vendedores. Na parede, atrás balcão havia uma estante cheia de poções. E atrás do balcão um homem que aparentava ter ums 35 anos, cabelos loiros grisalhos e olhos azuis.
— Posso ajuda-los ? — ele perguntou numa voz um tanto grave.
   Simon e Clary se aproximaram da bancada  mas antes que eles pudessem responder Johnny Rook falou novamente, agora com um pouco de supresa e reconhecimento na voz:
— Clary Morgenstern...E seu melhor e amigo...Simon Lewis, o vampiro Diurno que agora é caçador de sombras. A que devo a presença de notáveis figuras do mundo das sombras aqui ?.
    Simon imaginou como aquele cara sabia tanto sobre eles dois e então percebeu porque Daniel tinha dito que ele sabia de tudo. Perguntou-se se algum dia alguém iria até Johnny Rook atrás de uma informação sobre ele  mesmo também.
— Precisamos de uma informação.— Simon falou.
— É sobre sua amiga Isabelle Lightwood ?
— Como você ?...
— No mundo das sombras a fofoca se espalha como pólvora queimando.— ele deu uma risada sem graça.
— É sobre ela sim. Queremos saber se você ouviu alguma, conversa. Que explique onde ela pode está ?— Simon falou.— Pagamos qualquer preço.
  Johnny ponderou a negociação de Simon e parecia está avaliando a situação. Até que, após alguns segundos:
— Certo. Vou conta-los como encontrar Isabelle Lightwood. Já ouviram falar no...Caminho das Fadas?.
                  
                           *      *      *

—  Vocês têm certeza mesmo que não compraram pó de fada fora da validade  no mercado das sombras ? — Magnus perguntou novamente ,enquanto se sentava no sofá de estilo  vitoriano do seu apartamento no Brooklyn

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—  Vocês têm certeza mesmo que não compraram pó de fada fora da validade  no mercado das sombras ? — Magnus perguntou novamente ,enquanto se sentava no sofá de estilo  vitoriano do seu apartamento no Brooklyn.
   Ele estava usando um roupão de seda cor de vinho e aparentava  ter acabado de acordar,  mesmo sendo 20h00.
  Simon não se sentiu nada culpado de ter o acordado. E estava , confortavelmente, sentado numa poltrona. Clary  se sentou no braço da poltrona  e já estava perdendo a paciência com Magnus.
— Não.Não compramos.  — Simon repetiu  — E você precisa nos ajudar. 
  O feiticeiro  estendeu a mão para mesa de centro olhando para os dois caçadores de Sombras,  e num breve movimento  de seus dedos uma chama verde os envolveram, e três canecas com chá quentinho apareceram de súbito.
  Magnus pegou uma. Deu um gole e voltou a falar:
— Certo. O cara do mercado das sombras falou sobre o Caminho das Fadas. Uma coisa que poucas pessoas sabem a existência. E vocês querem ir lá ?
— Já falamos isso três vezes.
— Porque simplesmente não usam um portal ?
— A Conclave tentou localizar a Izzy usando alguns pertences dela. Mas não conseguiram. Tem alguma magia bloqueando. — Clary explicou.
— O Caminho das Fadas é nossa única chance de acha-la. Johnny disse que é uma especie de portal que  nos leva para onde quiser.
— Mas já existem portais assim.
— Sabemos. Mas ,além de não sabermos onde encontrar um. A Magia Seelie é mais forte que a Shadowhunters. Temos mais chance de encontrar ela.
  Magnus suspirou.
—  Certo.  Então deixem pelo menos eu falar alguns detalhes do Caminho das Fadas. E depois vocês decidem se ainda querem usa-lo
  Os dois se entroalharam e balançaram a cabeça positivamente. Magnus prosseguiu:
—  Primeiro: O Caminho das fadas é um domínio das fadas. Ou seja, fadas são traiçoeiras. Vocês não sabem o que podem encontrar lá. Segundo: Se vocês se perderem nele, não tem mais volta. E terceiro: Só uma fada pode leva-los ate ele. E mesmo que conheçamos alguma. Vocês estariam quebrando a lei da Paz Fria.
    A Paz Fria , o nome dessa lei soava tão estranho a Simon. Há dois anos atrás o mundo das sombras  havia entrado numa grande guerra contra Sebastian Morgerstern. Que por acaso era irmão de Clary. Ele quase conseguiu destruir tudo com ajuda dos Seelies ( fadas). Depois da guerra,  como forma de punição, a clave criou uma nova lei : A Paz Fria.  Anunciou um conjunto de sanções contra o Povo das Fadas que aparentemente manteria sua relação tão amigável quanto possível. As sanções da Clave contra o Povo das Fadas incluíam as seguintes exigências: as fadas pagariam reparações pela perda dos Nephilim e a vida dos Submundanos como resultado de seus ataques aos Institutos e a Praetor Lupus , Eles não seriam mais autorizados a ter guerreiros fadas armados ou exércitos, e qualquer fada que fosse vista com armas sem aprovação da Clave seria legalmente morto e já não seriam diretamente protegidos pela Clave sob os Acordos.
  Quebrar a Paz Fria seria uma desonra depois de tudo que os Seelies fizeram, e a Clave com certeza não perdoaria quem quebrase essa regra. Simon reconhecia que essa regra era muito importante, e pensou bem. Iria salvar Izzy.
—  Nos estamos dispostos a correr esse risco, e quebrar as regras. Pela Izzy. —  O caçador disse afinal
—  Pela Izzy —  Clary replicou.
— Ainda vou me arrepender disso. —  Magnus revirou os olhos e num suspiro longo, disse:  Pela Izzy.
  Após um silêncio que deixou o hambiente do apartamento mais confortável e confiável na percepção de Simon, o caçador disse:
—  Então Magnus. Você é uma grande figura do mundo das sombras.
— De fato. A Madonna do Mundo das sombras,  por assim dizer. —  O feiticeiro sorriu.
—  E conhece muitos Seelies... 
—  Sim
— ...Nos queremos que você contate um Seelie para nos mostrar o caminho. —  Clary disse interrompendo Simon que já ia falar.
— Bem. Eu conheço um que pode nos ajudar. E não tem tanta raiva dos caçadores de Sombras.
  O feiticeiro olhou  de Simon para Clary como quem dissesse: " Já voltou". Se levantou e saiu da sala. Voltou 15 minutos depois já sem roupão e se sentou no lugar de antes. —  Nosso guia Seelie nos encontrará em duas horas.
—  Tão rápido assim ? —  Simon ficou impressionado com a eficácia.
— Esse Seelie me devia um favor. —  houve um silêncio como se  os dois caçadores ainda hesitassem e Magnus voltou a falar —  Então. Se vão ao Caminho das Fadas, precisam de armas. Essas lâminas Serafim não vão ser úteis lá. A terra das fadas carrega grande magia Fair Folk. E eles sempre hostilizaram os Caçadores de Sombras. Então, é uma missão meio suicida.

 

 
 
 

Desventuras Shadowhunters: O Veneno do VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora