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É difícil escolher para onde olhar nas ruas da Coréia, é tudo tão brilhante e lindo.

São 7 horas da noite, não é tão tarde, não pra mim. Não acho que corro perigo a essa hora da noite, pois a rua está cheia, lotada, completamente recheada por coreanos e turistas.

Cheguei hoje, e se acontecer algo comigo, nunca vou me perdoar por ter Saído a essa hora, e ter sido morta ou sequestrada antes de pelo menos pegar um boy coreano.

Planejo vir morar aqui desde os 16 anos, não pode dar absolutamente nada errado. Deixei meu namorado no Brasil. Quer dizer, meu ex. Ele não aceitou minha mudança, MAS QUE SE DANE. Agora posso pegar tudo e todos. Também deixei meus pais e 2 irmãos lá, e eles vão vir me visitar ano que vem, se der tudo certo, no caso.

Vi um cara que aparentava ter uns 20 anos me olhando, com um sorrisinho de canto que me fez ficar com as pernas bambas. Me aproximei dele, e não vi problema algum, já que todos ali estavam bêbados, e se pegando, pois estávamos numa rua cheia de boates, bares de festas +18.

- Oi! - Me sentei ao lado dele.

- Olá, moça bonita. - Ele riu, me deixando envergonhada. Ele não parecia estar bêbado.

- Tudo bem? - Perguntei tentando ser gentil.

- Sim, e com a senhorita? - Ele parece ser tão cavaleiro. Cadê minha mãe pra vir me falar "minha filha, corre que é ilusão!"

- Bem melhor agora. - Fiquei envergonhada com minhas próprias palavras. Mas ele? Nenhuma expressão de vergonha.

- Hm... - Ele tomou um pouco da bebida que nem tinha notado em sua mão. - Quer? - me estendeu o copo.

Não quero ser rude logo de cara, então aceitei. Mas aquilo me deixou tonta depois de tomar. Quando percebi estava desmaiando. Acordei com a cabeça em algo espinhoso, mas continuava no mesmo lugar que estava antes. Levantei a cabeça que estava em cima de... uma rosa? E um bilhete!

"Me perdoe pela bebida moça bonita (que gostaria de saber o nome.), não sei porque você desmaiou, eu fiquei bem. Deixei esse bilhete porque recebi uma ligação que minha mãe estava no hospital, e não pensei muito e achei que estava brincando. Ou você estava, quer dizer, nem sei. Se puder me esperar na frente de uma casa azul aí perto, logo volto."

Oooown, que fofo. Quer dizer, que estranho.

Esperei uns 10 minutos na frente da casa azul que ele citou, e logo ele aparece correndo como um louco.

- Me desculpa! Demorei, não foi?

- Não, magina.

- Está melhor? Você estava brincando comigo? - ele parecia estar preocupado.

- Sim. Vamos andar um pouco? Ainda são 7 e meia da noite. - dei um sorriso simpático.

- Claro! - ele andou na frente.

- Quantos anos você tem? - perguntei e viramos em uma rua um pouco mais escura que as outras.

- 20, e você? - sabia! Não me engano nunca.

- 18. - Sorri chutando uma pedrinha da rua.

Antes que eu perguntasse mais alguma coisa, ele pegou minha mão e me puxou pra uma beco mega escuro.

- O que você está fazendo? - Perguntei quando ele pegou uma barra de ferro na mão.

- Algo que você tem que escolher. - Ele me jogou no chão, me fazendo raspar os braços.

- O que? Pare com isso! - eu sabia que era cilada.

- Você tem que escolher se quer viver na mesma vida de nós, ou morrer. O seu destino é como uma pétala de uma rosa, uma hora vai ter que ser escolhido se cai, ou apodrece. - então a dor na cabeça veio, e minha cabeça bateu contra o chão. Não vi mais nada.

Rosas do Tráfico || mygOnde histórias criam vida. Descubra agora