Soldier🗡️[JiKook]

🏴 41° Dia

[3h21]
[Incheon, Coreia do Sul]
[Quarto do General]

Jungkook

"Dormitórios..." - sussurrei, com os olhos vidrados no conjunto ordenado de números, o único que não terminava como os demais.

Um turbilhão de pensamentos tomaram minha mente, e senti a irritação ressurgir, ainda mais forte.
Estava cansado demais para encher a cabeça com novas preocupações, pelo menos não agora. Conseguia sentir a raiva voltar à tona, furtivamente se alastrando pelo meu corpo fatigado.
Explodiria se continuasse pensando em um norte-coreano infiltrado, e que poderia estar obtendo informações secretas bem debaixo do meu nariz.

Simplesmente odiava a sensação de perder o controle, tudo devia caminhar conforme minhas ordens, e ninguém deveria contrária-las. Sempre fora assim.

Talvez Hoseok estivesse se equivocado, a ressonância poderia vir de um aparelho que não fora certificado oficialmente, ou simplesmente de um transmissor antigo que fora restaurado, justificando a ausência do código de verificação em seus números.
Obviamente não seria tolo de deixar a suspeita de um espião embaixo dos lençóis, não dessa vez. O vagabundo deveria ser muito bom para esconder-se debaixo dos meus olhos, mas iria rastejar que nem um verme quando o encontrasse.

Merda.

Soltei a folha sobre o criado-mudo, passando a mão em meus cabelos, puxando-os, desgostoso. Caminhei até a cômoda, abrindo o único frasco cheio entre os vários vazios, colocando algumas pílulas na mão, engolindo-as na esperança que surtissem algum efeito, e que me ajudassem a dormir bem pelo menos uma vez. Mas a ignorância me cegava, e me fazia acreditar que a medicação tranquilizaria meu sono. Engolia as cápsulas todas as noites, e no final, sempre acordava na madrugada, encharcado de suor e resfolegando como um animal. Essa repetição me incomodava, mas fazia-me acostumar com os sonos interrompidos. Talvez fosse a hora parar de tomá-las, e me acostumar de vez com os pesadelos. Como já havia dito à Jimin, talvez fosse uma punição a meu fracasso do passado, e por isso, era forçado a relembrar das mortes mais dolorosas que presenciei.

Alcancei o maço de cigarros no criado-mudo, soltando um suspiro descontente ao vê-lo vazio, jogando-o em um canto qualquer do cômodo. Parei em pé, próximo à cama, observando a figura adormecida sobre os lençóis. Senti meu coração menos apertado ao olhá-lo, como se Jimin drenasse meus problemas. Comprimi os lábios em um sorriso torto, ao vê-lo resmungar durante o sono.

Tirei os tecidos que cobriam meu corpo, ficando somente com a peça íntima. Sentei-me sobre o colchão, cobrindo nossos corpos com o cobertor de lã que estava dobrado na lateral da cama. Deitei-me sobre o lençol macio, puxando Jimin para perto, fazendo nossos corpos se encostarem. O loiro automaticamente se aninhou em meu peito, abraçando minhas costas com suas mãos pequenas, e entrelaçando suas pernas nas minhas.
Senti sua respiração quente em minha pele, e abracei seu corpo sereno, acariciando sua cabeça.

Fiquei assim por longos minutos, escutando o barulho da chuva e sentindo Jimin se remexer em busca de mais contado.Foram longos minutos passando a mão em seus cabelos, até sentir meus olhos pesarem, e o sono me dominar.

[5h17]

[Incheon, Coreia do Sul]

[Quarto do General]

Jimin

Escutei o assovio dos pássaros, espreguiçando-me, sentindo meus ossos estralarem de um modo satisfatório. Abri os olhos, piscando algumas vezes para acostumar-me com a claridade do quarto, olhando as cortinas levemente abertas, mas ainda estrategicamente colocadas em uma posição que impedia que o interior do quarto fosse visto. Virei meu corpo, coçando os olhos pesados, vendo costas musculosas tomarem minha visão, Jeon estava sentado na beirada da cama, concentrado em algo que eu não conseguia ver.