Soldier🗡️[JiKook]

🏴 43° Dia

[00h24]
[Taean, Coreia do Sul]
[Base nas Colinas]

Jimin

"Venham aqui." - escutei a voz baixa de Jeon e parei de arrumar as granadas nos coldres em meu peito. Levantei-me e fui em direção à ele, sendo seguido pelo resto do grupo.

Jeon se encontrava em pé, no centro da elevação em que estávamos, cercado pela luz das fracas lamparinas, mas que o iluminavam em meio ao céu escuro e sem estrelas.
Tirou um papel dobrado em seu bolso, abrindo-o sobre a grande rocha em sua frente, usando-a como suporte.

Começou a traçar linhas rápidas, que em poucos pousos no papel, se conectaram e formaram a planta de um local, a construção abandonada à poucos metros de nós.

Observei o desenho improvisado, mas fácil de compreender, terminando de afivelar o feixe do capacete.
Jeon pegou uma das lamparinas e a colocou próxima ao papel, dando-lhe maior visibilidade.

"Sugiro que prestem atenção, e guardem o que eu disser." - espalmou ambas as mãos na superfície rochosa. - "Fui claro?" - questionou, intercalando o olhar severo sobre nós.

Céus, vê-lo assim me dava calafrios.

"Há três áreas de entrada. Uma na frente e duas atrás." - rabiscou o papel, indicando os locais equivalentes. - "Será uma flanqueada, então usaremos as detrás. Contornaremos a costa, eu invadirei pela frente, e vocês virão pelas laterais no sentido da costa, em duplas." - passou os indicadores sobre o papel, mostrando que deveríamos nos mover da costa para as paredes laterais da construção.

Anotei tudo mentalmente e balancei a cabeça em concordância à tudo que Jeon exigia. Em um minuto de epifania, lembrei-me do que estava prestes a fazer, e o abalo que viria como consequência seria inevitável.

Eles eram do Norte, afinal. Éramos iguais, nascidos sobre o mesmo berço.

Contive um resmungo de lamúria entre os dentes mordendo a carne dos lábios. Não havia necessidade de tanto melodrama, eu já havia tomado uma decisão, por mais ignorante que fosse.

Choi havia parado as ameaças, mas eu estava dando-lhe informações falsas, teria que tomar cuidado para não causar-lhe desconfianças. Minha mãe estava em jogo, e eu não me perdoaria algo acontecesse com ela.

Mas eu não conseguia escapar daquelas orbes profundas, todas as vezes que as encontrava, meu coração palpitava intensamente. Era mais forte do que tudo o que havia sentido, era uma emoção nova, única. Fazia-me querer passar o resto de minha vida ao seu lado, mesmo sendo um sentimento tão ingênuo. A irracionalidade e a traição parecia tentadora uma hora dessas.

A emoção venceu a razão, eu diria.

"Lee Minhyuk e Park Jimin à esquerda, Byun Baekyun e Kim Wonsik à direita. Kim Jongin, comigo." - disse, autoritário. - "Yook cuidará da frente, de longe." - riscou com a caneta sua localização.

"Me sigam." - pegou o desenho e a lamparina na mão, caminhando até o declive da colina, camuflando-se entres os arbustos e árvores volumosas.

Agachou e fez um sinal para que o acompanhassem, pousando o papel em sua perna flexionada. Pegou o binóculo, observando a construção à alguns metros longe de nós. Podia ver alguns alvos à distância.