Jimin
Me encolhi na coberta macia, pressionando as pálpebras com mais força. Abri os olhos, relutante pelo conforto que me fazia falta depois de tanto tempo. Olhei a pequena janelinha alta com os olhos entreabertos, bocejando de sono e esticando os braços, para enfim, espreguiçar-me.
Levantei o tronco, sentando-me com as pernas cruzadas sobre a cama. Cocei as pálpebras, sonolento, varrendo os olhos por todo o quarto minúsculo, mas ainda sim, acolhedor e aconchegante.
Levei os olhos até a mesa simples próxima à porta e curvei os lábios num sorriso curto, focalizando uma bandeja cheia de comida em cima da madeira. Salivei, colocando os pés no chão e caminhei até ela, com os olhos brilhantes de desejo e a língua umedecendo os lábios.
Agarrei uma maçã incrivelmente saborosa, mastigando-a com vontade. Varri os olhos pela bandeja e sorri aberto, e suspirando surpreso ao olhar o monte de bolinhos em um prato relativamente grande.
Eram os meus favoritos.
Peguei um com a outra mão, sentindo sua maciez antes de colocá-lo na boca, fechando os olhos e resmungando do quão gostoso aquilo estava.
Passei longos minutos saboreando tudo o que havia ali, suspirando satisfeito no final. Fui até a pia, abrindo a torneira para lavar o rosto ainda sonolento. Olhei-me pelo espelho e me peguei surpreso de como em poucos dias, minha aparência voltara a ser como antes, tirando por pequenos cortes. Olhei pelo reflexo e suspirei satisfeito com os suaves músculos que voltavam a aparecer sobre meus braços e coxas, afinal, tinha que me recuperar para voltar ao batalhão.
Passei as mãos pelos cabelos um pouco longos, sentindo necessidade de cortá-los. Talvez devesse pedir uma tesoura a Jeon.
Jeon.
Depois daquele dia, nunca mais o vi.
Hoseok foi quem me trouxe para cá, saímos do subsolo no meio da noite. Enquanto o Tenente carregava uma mala nas costas e iluminava um caminho desconhecido por mim com uma lamparina, o ruivo sussurrava meias palavras, tentando explicar a situação.
Depois de avançar por entre a grama um tanto crescida que dificultava nossa passagem, Hoseok iluminou uma porta de um pequeno casebre de madeira construído nos limites do terreno correspondente à Divisão. Ali, o verde, intocado, começava a esconder a pequena construção pelas paredes.
Tive que ajudar o ruivo a limpar as ervas-daninhas que insistiam em atrapalhar nossa entrada no pequeno quarto. Lá dentro era estranhamente úmido e frio, mas depois de alguns minutos ficara fácil se acostumar, nada poderia ser pior que as paredes imensamente frias e claustrofóbicas do subsolo.
Aqui parecia o paraíso. Móveis caindo aos pedaços, mas ainda sim, dava para se viver ali.
Recordei-me das palavras do Tenente enquanto organizava, rapidamente, os poucos móveis existentes no quarto. Colocou uma das mochilas sobre a cadeira, e tirou de lá um cobertor que parecia ser extremamente macio aos meus olhos. Andou até a cama, encostada na parede com os pés para a porta, e passou a arrumar a mesma, passando as mãos para limpar o pouco de pó que havia sobre o colchão.
Tentei pará-lo ou até mesmo ajudá-lo, mas ele não me permitiu, dizendo que não era necessário e que não queria que eu me esforçasse tanto, por hora.
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Soldier🗡️[JiKook]
FanficO norte-coreano Park Jimin só tinha um único objetivo a cumprir: se infiltrar no quartel do renomado e autoritário General sul-coreano, Jeon Jungkook, e arrancar todas as informações que conseguisse para ajudar seu país. Mas ele não sabia que essa...