🏴 109° Dia

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Jimin

Me encolhi na coberta macia, pressionando as pálpebras com mais força. Abri os olhos, relutante pelo conforto que me fazia falta depois de tanto tempo. Olhei a pequena janelinha alta com os olhos entreabertos, bocejando de sono e esticando os braços, para enfim, espreguiçar-me.

Levantei o tronco, sentando-me com as pernas cruzadas sobre a cama. Cocei as pálpebras, sonolento, varrendo os olhos por todo o quarto minúsculo, mas ainda sim, acolhedor e aconchegante.

Levei os olhos até a mesa simples próxima à porta e curvei os lábios num sorriso curto, focalizando uma bandeja cheia de comida em cima da madeira. Salivei, colocando os pés no chão e caminhei até ela, com os olhos brilhantes de desejo e a língua umedecendo os lábios.

Agarrei uma maçã incrivelmente saborosa, mastigando-a com vontade. Varri os olhos pela bandeja e sorri aberto, e suspirando surpreso ao olhar o monte de bolinhos em um prato relativamente grande.

Eram os meus favoritos.

Peguei um com a outra mão, sentindo sua maciez antes de colocá-lo na boca, fechando os olhos e resmungando do quão gostoso aquilo estava.

Passei longos minutos saboreando tudo o que havia ali, suspirando satisfeito no final. Fui até a pia, abrindo a torneira para lavar o rosto ainda sonolento. Olhei-me pelo espelho e me peguei surpreso de como em poucos dias, minha aparência voltara a ser como antes, tirando por pequenos cortes. Olhei pelo reflexo e suspirei satisfeito com os suaves músculos que voltavam a aparecer sobre meus braços e coxas, afinal, tinha que me recuperar para voltar ao batalhão. 

Passei as mãos pelos cabelos um pouco longos, sentindo necessidade de cortá-los. Talvez devesse pedir uma tesoura a Jeon.

Jeon.

Depois daquele dia, nunca mais o vi. 

Hoseok foi quem me trouxe para cá, saímos do subsolo no meio da noite. Enquanto o Tenente carregava uma mala nas costas e iluminava um caminho desconhecido por mim com uma lamparina, o ruivo sussurrava meias palavras, tentando explicar a situação. 

Depois de avançar por entre a grama um tanto crescida que dificultava nossa passagem, Hoseok iluminou uma porta de um pequeno casebre de madeira construído nos limites do terreno correspondente à Divisão. Ali, o verde, intocado, começava a esconder a pequena construção pelas paredes. 

Tive que ajudar o ruivo a limpar as ervas-daninhas que insistiam em atrapalhar nossa entrada no pequeno quarto. Lá dentro era estranhamente úmido e frio, mas depois de alguns minutos ficara fácil se acostumar, nada poderia ser pior que as paredes imensamente frias e claustrofóbicas do subsolo. 

Aqui parecia o paraíso. Móveis caindo aos pedaços, mas ainda sim, dava para se viver ali.

Recordei-me das palavras do Tenente enquanto organizava, rapidamente, os poucos móveis existentes no quarto. Colocou uma das mochilas sobre a cadeira, e tirou de lá um cobertor que parecia ser extremamente macio aos meus olhos. Andou até a cama, encostada na parede com os pés para a porta, e passou a arrumar a mesma, passando as mãos para limpar o pouco de pó que havia sobre o colchão. 

Tentei pará-lo ou até mesmo ajudá-lo, mas ele não me permitiu, dizendo que não era necessário e que não queria que eu me esforçasse tanto, por hora. 

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⏰ Última atualização: Feb 10, 2023 ⏰

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