Soldier🗡️[JiKook]

🏴 85° Dia

[6h24]

[Incheon, Coreia do Sul]

[Gabinete do General]

Jungkook

"Como assim alguns escaparam!?" - cuspi as palavras, espalmando a destra na mesa.

Cravei as unhas sobre a madeira maciça, segurando-me para não atirar uma taça de vidro na parede. O silêncio no outro lado da linha fez-me ficar mais irritado a ponto de tontear de ira. Pressionei os dedos sobre a ponte do nariz, negando com a cabeça, desacreditado.

"Eu te dei a porra de uma ordem simples e você me fala que tem foragidos!?" - vociferei, sentindo as veias quase explodindo sobre a pele.

"Me diga algo que não me faça ir aí e quebrar a sua cara, imbecil do caralho." - rosnei, massageando os cantos dos olhos com rudeza nos movimentos.

Não ouvi nada mais que suspiros nervosos e mecanizados, fazendo-me soltar um riso debochado, célico.
⁷

duas horas para encontrá-los. Quero todos mortos dentro dessa merda de tempo, deu para entender?" - senti meus dedos doerem pela tamanha força em que segurava o walkie-talkie. - "Termine a porra que está fazendo e passe a liderança para Kyuhyun, você está exonerado." - terminei de falar, sentindo-me tonto. - "Estou esperando o aviso de recepção."

"Senhor-" - interrompi a chamada, fazendo com que a voz sumisse abruptamente.

Resfoleguei, trincando o maxilar, atirando o aparelho em minhas mãos na parede, fazendo-o estilhaçar. Irreparável.

Segurei um grito na garganta e caí sobre a cadeira, fraco. Pendi os braços nos encostos e deixei a cabeça pesada cair para trás, fechando os olhos, perdido. A fadiga nunca reparada fazia tudo piorar, transformando-me, alterando ainda mais os efeitos colaterais.

Fechar os olhos parecia pior do que lutar em permanecê-los abertos, mesmo consciente da ilusão de que conseguiria dormir. Ficava zonzo toda vez insistia por um descanso, nos poucos segundos de escuridão, minha mente girava agonizantemente como se eu fosse um adolescente embriagado tomando seu primeiro porre. Haviam me tirado tirado o bem de adormecer, agora, me parecia um privilégio que eu nunca mais resgataria.

Meneei a cabeça em negação, crispando os lábios, desconsolado. A cada dia desabava-me em um abismo sem fim, e agora, tornava-se cada vez mais inegável desconsiderar o caos que se solidificava dentro do meu peito, calcificando-se como uma rocha. Perdendo o controle de sua proliferação desmedida.

Abri os olhos e fixei minha visão turvada em um dos poucos quadros que restavam na parede, até que conseguisse focalizar nem que fosse o mínimo possível.

Puxei na memória as ordens que deveria por em prática pelo resto do dia. Organizar a força tática já treinada, checar os mantimentos a serem levados para as trincheiras, criar novas rotas para os comboios que carregavam os armamentos, dar ordens para bombardeios aéreos pré-programados.

Os ataques de ambos os lados não paravam de acontecer, as vitórias estavam a nosso favor. Todavia o receio estava enrustido, mas às vezes, parecia estar à flor da pele. Eram tempos nebulosos, incertos.

Tudo estava ficando vago demais, concentrar-me no meu trabalho parecia uma tortura, mas se ficasse remoendo o que perturbava-me no coração talvez não aguentasse. Desmoronaria.