As Características Sociais do Capitalismo e as Causas Psicológicas de ..

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As Características Sociais do Capitalismo e as Causas Psicológicas de seu Descrédito

Capítulo 1 do  livro A mentalidade anticapitalista

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O Consumidor Soberano

A característica essencial do capitalismo moderno é a produção em massa de mercadorias destinadas ao consumo pelo povo. O resultado é a tendência para uma contínua melhoria no padrão médio de vida, o enriquecimento progressivo de muitos. O capitalismo desproletariza o “homem comum” e o eleva à posição de “burguês”.

No mercado de uma sociedade capitalista, o homem comum é o consumidor soberano, aquele que, ao comprar ou ao se abster de comprar, determina em última análise o que deve ser produzido e em que quantidade. As lojas e fábricas que suprem exclusiva ou predominantemente os pedidos dos cidadãos mais abastados em relação a artigos de luxo exercem apenas um papel secundário no cenário econômico do mercado. Elas nunca atingem a dimensão da grande empresa. As grandes empresas servem sempre — direta ou indiretamente — às massas.

É esta ascensão das multidões que caracteriza a radical mudança social efetuada pela “Revolução Industrial”. Os desfavorecidos que em todas as épocas precedentes da história formavam os bandos de escravos e servos, de indigentes e pedintes, transformaram-se no público comprador por cuja preferência os homens de negócios lutam. Tornaram-se os clientes que estão “sempre com a razão”, os patrões que têm o poder de tornar ricos os fornecedores pobres, e pobres os fornecedores ricos.
Na estrutura de uma economia de mercado não sabotada pelas panaceias dos governos e dos políticos, não existem grandes nem nobres mantendo a ralé submissa, coletando tributos e impostos, banqueteando-se suntuosamente enquanto os servos devem contentar-se com as migalhas. O sistema de lucro torna prósperos aqueles que foram bem-sucedidos em atender as necessidades das pessoas, da maneira melhor e mais barata possível. A riqueza somente pode ser conseguida pelo atendimento ao consumidor.

Os capitalistas perdem suas reservas monetárias se deixarem de investir no tipo de produção que melhor satisfaz as solicitações do público, no plebiscito diário e contínuo no qual cada centavo dá direito a um voto, os consumidores determinam quem deve possuir e fazer funcionar as fábricas, lojas e fazendas. O controle dos meios materiais de produção é uma função social, sujeita à confirmação ou à revogação pelos consumidores soberanos.
O conceito moderno de liberdade é isto. Todo adulto é livre para moldar sua vida de acordo com seus próprios planos, não é forçado a viver de acordo com o projeto de uma autoridade planejadora que impõe seu único esquema através da polícia, isto é, o aparato social de compulsão e coação. O que restringe a liberdade do indivíduo não é a violência ou a ameaça de violência de outrem, mas a estrutura fisiológica de seu corpo e a inevitável escassez natural dos fatores de produção. É óbvio que o critério do homem para moldar seu destino jamais poderá ultrapassar os limites estabelecidos pelas chamadas leis da natureza.
Estabelecer esses fatos não equivale a uma justificativa da liberdade do indivíduo em relação a padrões absolutos ou noções metafísicas. Não expressa qualquer julgamento quanto às doutrinas em voga dos defensores do totalitarismo, seja “de direita” ou “de esquerda”. Não tem nada a ver com as afirmações de que as massas são muito estúpidas e ignorantes para identificar o que melhor atende as suas “verdadeiras” necessidades e interesses e de que necessitam muito de um protetor, o governo, a fim de não se prejudicarem a si próprias. Tampouco procura discernir se há super-homens disponíveis para exercer tal proteção.

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A premência de Aperfeiçoamento Econômico

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