Dia 38 - Tudo é questão de valor e preço

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Como sempre, esperava tranquilo no bar do Posto do quilometro 50 da rodovia. No passado, fora um posto movimentado na região, com mercado, festas, bailes e encontros. Hoje está abandonado, deteriorado e cheio de feridas, como as gentes daquele rincão. Marco risca um fósforo, acende o cigarro e pede um trago.

Um café, Marco?

Hoje estava pensando em algo mais doce...

Pé sujo?

Pode ser, respondeu e deixou que a fumaça invadisse cada brônquio de seu pulmão. Engasgou-se ao ver que quem esperava já estava do seu lado. Servido? Ofereceu o copo de vinho misturado com Coca-cola.

Não, obrigado.

Marco encarou aquele sujeito. Conhecia desde novo, o guri. Nunca imaginou que seria contratado por ele. 

Marco, começou a falar, preciso do teu serviço. Acho que minha mulher está me traindo, com o Guga. Logo com o Guga! Tu podes me ajudar?

Marco pegou o copo de vidro, ficou observando o líquido enquanto ele girava em círculos, manchando as paredes foscas do objeto. Bebeu.

Poder, eu posso. Mas o que ele fez ou deixou de fazer, não me interessa. É tudo uma questão de valor e preço. Pra ti, quanto vale a morte do Guga?


Tema: Valor

OBS: Marco é o personagem principal do meu livro NOITE ESCURA, que está sendo publicado por aqui nas segundas e quartas-feiras! Dê uma lida nessa história, também!

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