Nosso primeiro encontro

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E novamente, eu estava muito ansiosa, mas desta vez, era muito mais! Eu estava na escola a pouquissimos dias, uma semana apenas, e eu havia me interessado por um menino e ele por mim! Me surpreende, pois era algo inusitado para mim, algo especial e lúdico, ele era o primeiro garoto que eu me interessei, e com 14 anos eu estava pela primeira vez, tão encantada e cada sorriso dele me fazia feliz.

Eu coloquei um shorts jeans, um tênis branco, uma regata e uma camisa jeans também, me maquiei basicamente e esperei ele chegar. Ele era pontual.

- Estela! - ouvi a voz dele me chamando.

- Só um minuto - Gritei da janela do segundo andar, que era onde ficava meu quarto.

Foi então que antes de mim, quem saiu foi meu pai, pude ver da escada que Dylan estava envergonhado, ele carregava um livro do Harry Potter em uma das mãos, e na outra, um pote de Nutella.

Ele nunca foi daqueles caras tradicionais, que levava flores, bombons e ursos, ele sempre inovava nos presentes e nos lugares que ele me levava.

Desci apressadamente, com medo de que meu pai ficasse bravo por ele querer sair comigo. E foi aí que eu percebi que eu havia esquecido de contar aos meus pais sobre minha saída com Dylan.

Meus pais eram muito ciumentos, e para eles eu era uma bebê ainda, a menininha de 10 anos que brincava de boneca! Por eu ser filha única, eles sempre me mimaram muito. Mas esqueceram de que eu ia crescer, e eu cresci.

- Ah, droga! - tropecei em meus próprios cadarços, e desci cambaleando a escada, com medo de cair, mas no último degrau, eu cai.

Eu sempre fui desastrada, e morar em uma casa com escadas, nunca foi meu objetivo.

Os dois olharam para mim, preocupados, ficaram esperando eu ficar em pé novamente. Nenhum dos dois foi me ajudar já que eu gargalhava enquanto eu levantava, eu não tinha me machucado, mas fiquei vermelha de vergonha e raiva, porém a única coisa que eu consegui fazer foi rir!

- Então Estela, quando pretendia me falar sobre seu namoradinho? - Papai.

Fiquei mais vermelha ainda e o pior, sem saber o que dizer.

- Ele não é meu namorado pai, somos só amigos. Você sempre me disse que eu tenho que me misturar, fazer amizades, com pessoas da minha idade né? Pois bem, estou fazendo.

Ele ficou sem fala, porque realmente, ele vivia me dizendo isso.

- Ok minha filha, você tem razão. Se divirtão e bom passeio. - Ei menino, juízo heim, estou de olho em vocês.

Dylan assentiu, ainda muito vermelho.

- Aaah, ok pai, tchau, beijo!

E logo que saimos, ele se soltou mais, na minha casa Dylan ficou travado, porque era muito timido, mas comigo ele nunca foi timido. E a rapidez com que nós pegamos intimidade foi incrível.

- Oi Dylan Browce!

- Olá Estela Watson!

Era engraçado quando nós falavamos o nome e o sobrenome um do outro.

- Tudo bem? Como foi sua manhã? - Dylan

- Ah, foi tranquilo, tirando que quase quebrei meu pé na escada! - respondi. - E a sua?

- Tirando a vergonha que eu passei na frente do seu pai, foi tudo normal.

Eu sorri.

- Ele se faz de durão. Mas é bem o oposto.

Ele sorriu.

- Ah, aqui está um presentinho para você nunca esquecer do nosso primeiro encontro.

Eu fiquei encantada, pois era um livro da minha saga favorita e eu amava Chocolate.

- Que?!! Encontro?! Então pra você isso é um encontro? - eu disse meio surpresa.

- Pra você não é?? - ele respondeu, com outra pergunta.

- Ah, tanto faz!

- Muito obrigada Dylan, eu amei muito.- Dei um abraço nele, e aquele abraço foi tão inesquecível, que eu poderia ficar ali, entrelaçada com os braços dele, durante horas. Era o melhor abraço que alguém já tinha me dado.

- Desculpa por não ter comprado nada para você, vacilo, eu sei. - eu disse

- Poxa, você não comprou nada Estela, mas que decepção!

Olhei para ele envergonhada e assustada, não imaginei que essa seria a reação dele.

Quando ele me encarou e viu minha cara de desespero, caiu na gargalhada e falou:

- Você ter aceitado ver o sol se pôr comigo, foi o meu maior presente, princesa!

Eu sorri, e fiquei mais feliz ainda por dentro. Ele parecia ser o namorado perfeito, mas acima de tudo, ele era um amigo perfeito.

Caminhamos até um ponto alto da cidade, já que ambos eram menor de idade e nenhum podia e nem sabia dirigir.

O sol estava quase se pôndo, chegamos e sentamos em um pequeno banquinho de madeira, que provavelmente foi colocado lá, para verem o sol de um ângulo perfeito.

Foi o melhor encontro da minha vida, ele levou uma cesta de pequinique enorme, cheia de gordices, e eu amei. Comemos, e observamos o sol se pôr lentamente, era a vista mais bonita que eu já tinha admirado.

- É lindo né? O sol, a natureza, as plan...

Fui interrompida, por ele me dizendo:

- Você.

- O que? - eu disse confusa, pois eu realmente não tinha entendido.

- Você Estela, é a coisa mais linda daqui.

Fiquei vermelha e muito, muito, muito feliz!

- Ãn, valeu! - Eu achava ele maravilhoso, mas não ia ser tão fácil e elogiar ele tão cedo, não estava nos meus planos.

- Caraca, esse doce é muito bom! - eu disse.

Ele sorriu e eu fiquei confusa!

- Ué, que foi? Ele é bom mesmo!! Come!

- É que você é diferente. - ele disse.

- Diferente, como??!

- Todas as outras meninas, brigariam comigo, por trazer tanto doce, já que elas vivem fazendo dietas.

- Bom, nesse caso, sim, sou diferente, não faço dieta por ninguém, a não ser que eu queira, e no momento o que eu quero é comer! - eu sorri.

- Admiro esse seu lado Estela! Tão original e decidido.

- Só esse lado? Poxa!

- Claro que não, mas eu estou conhecendo seus lados, e estou cada vez mais admirado!

- Entendi! Boa sorte. Poucos me conhecem totalmente!

- Creio que eu posso ser uma dessas pessoas!

{...}

Conversamos mais um pouco e após o sol se pôr totalmente, fomos para casa, Dylan me levou até a minha, e foi embora para a casa dele.

E Se Eu Não Fosse?...Onde histórias criam vida. Descubra agora