Desconfiança

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Fico calada olhando para ele, como se ele fosse um estranho, afinal ele era um estranho.

-por que só decidiu mostra-lo agora?

-por que ele não estava pronto, filha é sua chance de recomeçar!

-impossível!

Ele vem caminhando até mim e me abraça, não consigo imagina-lo sendo meu pai, estava tudo muito óbvio!

-mãe, onde esta o Ben?

-na escola.

-ele já era pra estar aqui!

-ele sabe o caminho.

-mãe!

-sim.

-preciso falar com você, vem até mim.

Fomos até a cozinha onde conversamos, o clima estava totalmente tenso.

-o que foi filha, não acredita em mim?

-eu não acredito nele, quem estava no sótão?

-era ele, o tempo todo.

-e a Blair nunca iria desconfiar?

-eu nunca mais a vi.

-mãe, qual é a maldição que foi lançada em nossa família?

-não sei.

Ela não estava em si, vou até a sala e fico de cara com o tal "Luck", olhamos um para o outro e enfim, não sei o que aconteceu apenas falei.

-onde está meu irmão?

-não sei, ele já deveria estar aqui para receber-me.

-quem...

-o que?

-esquece.

Caminho até ele e me sento ao seu lado, olho em seu pescoço e vejo dois pontinhos, como agulhas, mais eram mordidas, eram recentes, paro de falar e observo seu pescoço, ele era o caçador que eu mordi, ou era apenas um equívoco meu.
Não tinha assunto para falar com ele, estava cheia de coisas na minha cabeça, meu novo relacionamento com o Wesley, a tal maldição que até agora não sei o que é, e o treino vampiresco para minhas habilidades.

-Luck.

-me chama de pai.

-não, não tenho obrigação em chamar você assim, e nem sei se você é mesmo ele.

-por que não?

-bem, vou direto ao ponto!

-ótimo.

-você tem uma mordida, essa mordida é bem parecida com a minha ainda tenho dúvidas de que você pode ser o caçador no qual me manteve em cativeiro!

-nossa.

-então?

-meu nome não é Luck, usei o nome de seu pai para aprender mais sobre sua família, sou o Victor.

-bem, um caçador!

-tenho assuntos inacabados com seu pai, e você vai pagar!

Ele pula em cima de mim onde reviramos o sofá, caio no chão e não sei o que fazer, ele pega uma estaca e tenta jogar em mim, derrepente minha mãe lança um feitiço que o faz voar longe.
Ele nos encara.

-ainda não acabamos!

Ele foge pela janela e observamos ele sumir na noite.

-mãe, esta bem?

-sim, ele apenas usou algo que me deixou fora de mim mesma.

-onde esta o Ben?

-deve estar no sótão.

Subo as escadas e vou no sótão, o vejo amarrado e o solto.

-o que aconteceu lá em baixo?

-nada demais, vem.

Descemos e ele vai direto para o banheiro, vou até minha mãe e pergunto tudo a ela.

-mãe, chega de segredos!

-o que foi filha?

-quem é esse caçador, e que maldição é essa?

-ele é seu tio.

-o que!

-sinto muito, não sabia que ele estava no nosso sótão.

-não sabia?

-quer dizer, eu sabia, mais tudo começou depois que você virou Vampira, e isso meio que ativou a maldição.

-me explica a merda da maldição!

-quando eu namorava seu pai, minha irmã lançou uma maldição nele, mais antes eu não sabia de nada, a maldição diz que qualquer homem da família ao completar 20 anos irá se tornar un caçador, onde não vai querer conviver com Vampiros.

Fico chocada ao ouvir isso, então praticamente estávamos convivendo com um caçador, o meu irmão, claro que falta 3 anos até os 20 dele, mas isso já era um risco.

-não tem como quebrar a maldição?

-seu pai foi embora para achar a Blair, e até hoje não retornou.

-e por que escondeu isso de mim, e o Ben que não sabe de nada?

-não sei o que?

-nada, mãe preciso sair, volto já.

-mas já são oito horas.

-mãe, agora não!

Estava quase saindo e então quando abro a porta a Bruna entra com os dentes do lado de fora e morde o pescoço de minha mãe.

-Bruna não!

Tento puxa-la mais não consigo, a Nina e a Emily entram e injetam algo nela fazendo com que ela desmaie.

-que merda, meninas e agora?

-calma, vamos leva-las até o Mausoléu.

Olho para a escada e vejo o Ben gritando e chorando, como se aquilo fosse algo louco, afinal era.

-Podem ir.

Peço para as meninas irem.

-Emma pra onde elas a levaram, Emma me responde!

-Ben, olhe para mim.

Ele olha e observo seu olhar de choro, estava me preparando para hipnotiza-lo, mais derrepente uma mão segura meus pés e me arrasta até o quintal.

-Emma!

-vai ficar tudo bem, não saia de casa Ben!

Olho para cima e vejo um homem, ele abre as asas e voa me carregando com ele, vou observando a minha casa e o Ben ajoelhado no gramado gritando por mim.
Estava besta, estava sendo carregada por um monstro de asas, estava convivendo um inferno naquela noite!

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