Tempo

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Com tudo que estava acontecendo me torno incapaz de pensar, ou em resolver mais algumas coisas naquela noite, havia acabado de anoitecer mais eu precisava descansar.
Tudo girava em torno de mim e eu estava cansada de tudo aquilo, como se tudo fosse minha culpa, o que na verdade era.
Bruna com certeza deve estar em um lugar feliz no Clã do Sul com seu irmão e seus pais, para ela não ter voltado tudo estaria dando certo.
Tinha medo de olhar na cara do Wesley, praticamente eu descontei toda a minha raiva nele, como uma Ex com problemas que ainda gosta dele mais não quer admitir por que esta tentando tocar a vida com outro, e mais uma vez magoar os sentimentos do não amado "atual namorado".
Depois de muito refletir em meus sonhos eu acordo.
Tudo estava diferente, não era um sonho, todo o ar estava com partículas meio brilhosas e todos estavam paralisados como estátua.
Vou para o centro deles e começo a gritar, tentando acordar um deles, mais nenhum se movia.
Então ouço alguém chamando meu nome na Floresta, corro na direção do grito mais a medida que ia me aproximando ele ia diminuindo.
Ao chegar no meio da Floresta ele para e não escuto nada, o vento que balançava as folhas das árvores foi totalmente congelado.

-Emma.

Me viro e encontro a Blair, era óbvio que aquilo era obra dela.

-seja lá o que você fez, faça o tempo voltar ao normal!

-não, você merece!

-não, não mereço isso, tudo isso pelo fato de que eu tenho a magia da luz e você só tem trevas em seu coração?

-essa magia da luz pode fazer coisas extraordinárias, não é apenas eu que estou de olho nelas, tem gente que quer te matar para conseguir ela, mais eu tenho um jeito melhor, sem você ser morta!

-diga.

-apenas coloque o dedo indicador na palma de minha mão, aí a magia da luz virá para mim.

-o que você quer fazer com ela, por que na verdade eu não me importo com ela, apenas quero viver livre de toda essa guerra!

-quando você me passar, você saberá.

-qual o seu problema em me contar a verdade!

-você me passando a magia da luz, toda sua magia virá junto e como preço você não possuirá mais magia.

-não, não vou te dar a única coisa que pertenceu a minha mãe!

Ela fecha suas mãos que ainda estavam abertas esperando pelo meu dedo indicador.
E anda ao redor de mim até voltar a minha frente novamente.

-você vai me forçar a fazer uma coisa que eu não queria fazer.

-pode fazer!

-vou toma-la a força!

Ela ergue suas mãos e derrepente Híbridos aparecem ao seu lado, Híbridos feitos de pedra, não eram pessoas de verdade.
Ela faz com que eles corressem atrás de mim, e eu não sabia para onde ir, chego no que sobrou do Mausoléu e me escondo dentro da madeira queimada.
Tudo estava em silêncio, uma mordida de um daqueles Híbridos eu morreria em instantes e não tinha ninguém para me ajudar.
Saio de baixo das madeiras queimadas e escuro o sino da igreja balançando, olho pelo resto da janela do Mausoléu e vejo um relógio parado no muro.
Era óbvio que aquilo estava mantendo o tempo parado, só tinha que dar um jeito de chegar até lá.
Não sabia se a Blair havia deixado o Marcus congelado ou não, então não queria arriscar, mais só em pensar que podia perder meus poderes tudo vem a tona, tudo o que fiz pela minha família sendo em vão e não queria isso, então era aquela hora ou nunca.
Salto pela janela e uso a velocidade Vampiresca para chegar ao topo da torre da igreja.
Quando estava prestes a tocar no relógio a Blair lança sua magia com raios vermelhos em mim, e nossas magias se chocam, o problema agora era a força.
Tinha que ter força de vontade para continuar então penso na minha família e amigos, pessoas que eu posso salvar apenas com a força.
Logo empurro a Blair para trás e ela cai em no telhado indo para o térreo da igreja.
Felizmente me aproximo do Relógio e assim que o toco, tudo que havia acontecido depois que me acordei no tempo congelado passam por mim como flashes e então acordo com o Wesley olhando para mim.

-o que aconteceu?

-nada, apenas estava te olhando.

-por que?

-estou pensando em várias coisas agora.

-tipo?

-não sei se posso te contar, ou se devo te contar.

-Wesley pode confiar em mim.

Eu o toco e ele tira a minha mão de seu corpo e então começa a perder o controle.

-como você pode falar em confiar, sabendo que nos amamos e mesmo assim quer nos ver sofrer, tudo que acontece de ruim na sua vida você desconta nos outros como desculpa por ser a protegida de toda essa merda!

-Wesley calma, não falei aquilo por querer, estou realmente me sentindo culpada!

-sério, pois despedaçar corações deve ser com você mesmo, assim como fez com todos que você ama, você tem certeza de que não foi você que matou seus pais naquela cripta no Vilarejo!

Dou-lhe um tapa, pois não admitiria falar dos meus pais na minha ausência.
Mais ele não parava, a dor era tanto pra ele que ele falava tudo o que pensava.

-estou cansado de viver ao seu redor, assim como seus pais estavam logo depois de serem mortos pelo erro da própria...

Derrepente não escutava mais nada do que ele estava falando, tudo era o silêncio e os grilos na floresta fazendo seus sons.
Olho para minha mão e vejo-me esmagando o coração do Wesley, enquanto ele olhava em meu rosto com suas lágrimas caindo de dor e de rancor.
Eu tinha me tornado uma assassina, o único homem que eu amei era apenas um corpo sem vida no meio da floresta!

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Eu VampiraOnde histórias criam vida. Descubra agora