O Beijo da Fênix

Tempo

Após a aula de história, Jongdae separou um tempo para estudar sozinho na biblioteca. A matéria ficava cada vez mais complicada de decorar e ele queria tirar nota máxima. Adorava ver o sorriso de sua mãe quando lhe contava de suas notas perfeitas.

Ele leu e releu a matéria três vezes, e quando sentiu que a cabeça explodiria, resolveu parar e ir se deitar. Amanhã seria um novo dia, e teria mais tempo de estudar.

Abraçado aos livros, ele caminhou pelos velhos corredores de Exodus rumo ao dormitório. Ao passar em frente a sala de artes, no entanto, ele parou.

Havia escutado uns murmúrios.

Quem poderia estar ali àquela hora da noite?

Como era muito curioso e desconfiado, delicadamente se aproximou da porta, colocando o ouvido no buraco da fechadura.

A primeira voz ele logo reconheceu.

– Estou mais controlado, sim. Mas tenho medo de perder o controle e te machucar – dizia a voz de Minseok. – Vamos ficar só nos beijos.

Jongdae engoliu em seco, seu coração disparou e a luz piscou. Em sua cabeça, logo veio a imagem de Luhan.

Então era ele a inspiração de Minseok na horas "íntimas"?

– Me masturba um pouquinho, vai. Agora que me deixou excitado, tem que ir até o final.

Jongdae ficou chocado. Completamente pasmo ao reconhecer a segunda voz.

Não era Luhan.

Era Suho.

Em seguida, ouviu-se gemidos de prazer. Minseok provavelmente havia "colocado a mão na massa".

Horrorizado, o Filho do Trovão se afastou da porta e correu como se tivesse acabado de ver um fantasma. Correu tanto pelos corredores gigantescos que tropeçou em suas próprias pernas, tombando no chão e espalhando seus livros. Com medo de ser pego pelos outros dois, usou seus poderes elétricos para desligar a luz.

No completo breu, ele tateou o chão em busca de seus livros. Encontrou ali um pingo molhado. Chorava. Jongdae não sabia lidar com decepções. Seu coração era frágil, embora não aparentasse. E ele... gostava de Minseok. Agora, mais do que nunca, ele tinha certeza disso. Não havia outro motivo para doer tanto.

Por um momento desistindo de catar os livros, Jongdae sentou no chão frio, abraçou as próprias pernas, completamente desolado. Parte da decepção se devia ao fato de ele nunca imaginar que Minseok e Suho poderiam ter alguma coisa, e mais ainda por fazerem coisas promíscuas. Minseok era o menino tímido, preocupado demais com seus poderes incontroláveis, e Suho era o cara concentrado nos estudos, empenhado em aprender ao máximo para se tornar um excelente cidadão exoriano, e quem sabe conquistar um cargo político. Eram pessoas que pareciam não ter desejos carnais.

Jongdae esteve completamente equivocado nesse tempo em que estudara com os dois. A imagem que tinha de Minseok e Suho agora se quebrava à sua frente, despedaçando em milhares de fragmentos.

Ele nunca mais olharia para os dois da mesma forma.

~~ ♢ ~~

A língua se arrastava desde a clavícula até o pomo de Adão, dando algumas mordiscadas na pele ao meio do caminho. Kyungsoo arfava com cada pequeno toque de Sehun. Estava excitado. Na verdade, seu pênis – assim como o de Sehun – parecia não querer mais baixar desde que o toque envenenado ocorreu.

No fim das contas, ele até que estava gostando dos efeitos do antídoto.

– Eu quero você, Kyungsoo. Quero passar essa noite o mais grudado possível com você – dizia Sehun com uma voz sussurrante, rente a pele alva da nuca do Filho da Terra.