Jongin não saiu da enfermaria para nada, nem para comer. Estava de plantão ao lado do corpo de Baekhyun, segurando sua mãozinha fria e morta. Com ele estava Kyungsoo e uma xícara de chá calmante. Jongin não havia bebido uma gota do chá ainda. Ele não queria ficar calmo, não queria beber nem comer. Ele mal queria viver.
A família Byun e as autoridades ainda não haviam sido avisadas sobre a morte do Filho da Luz. Esperavam Nam se recuperar para então dar-lhes a notícia. Além dos que estavam na caverna, apenas Kyungsoo sabia da morte de Baekhyun.
O Filho da Terra tinha os olhos ainda vermelhos e molhados. Estava arrasado pela morte do amigo, e ver Jongin tão mal não lhe ajudava também.
– Você tem que se alimentar – disse Kyungsoo, com a voz rouca e esquisita. Alisava as costas do teleportador para lhe confortar. – Tem que estar forte numa hora dessas.
Jongin não lhe respondeu. Não conseguia parar de olhar o corpo imóvel e pensar que nunca mais escutaria a voz de Baekhyun novamente nem veria sua pele acender como uma estrela.
Estava acabado. Ele não existia mais. Nunca mais existiria. E Jongin nem lhe disse um "eu te amo", sequer um "adeus".
– Não pode ficar com ele o tempo todo. Você sabe... eles têm que preparar o corpo.
Jongin fez um movimento brusco, tirando a mão de Kyungsoo de suas costas. Não queria ser tocado.
– Ninguém vai profanar o corpo dele. Será enterrado do jeito que está.
– Isso não é escolha sua. As autoridades vão fazer uma autópsia, eles precisam preencher documentos e tudo mais. Eu sinto muito.
Jongin tapou o rosto com as mãos e tornou a chorar. Kyungsoo estava certo, não podia impedir a autópsia. Eles levariam a única coisa que sobrara de Baekhyun.
– Calma, Jongin... – Kyungsoo abraçara suas costas outra vez. Permitiu-se também alisar os braços alheios. Fazer esse carinho lhe deixou menos nervoso. Mas quanto a Jongin...
Ficaram assim, abraçados por pelo menos dez minutos. Até Jongin resolver falar alguma coisa.
– Kyung... e se o Chanyeol realmente pudesse salvá-lo?
– Nunca saberemos. – Kyungsoo já sabia de toda a história. – O Kris fez o favor de acabar com qualquer esperança.
Jongin se virou, ficando frente a frente com o pequeno de olhos amarelos. Ele sentia um frio na barriga esquisito quando o olhava demais.
– Mas você acredita no Chanyeol? Digo... confiaria nele? Acha que ele poderia ter ressuscitado o Baekhyun?
Kyungsoo deu de ombros.
– E a minha opinião importa agora? Eles já se foram.
– Eu sei. Só me responda, por favor.
O Filho da Terra sorriu de lado, daquele tipo de sorriso bem triste.
– O Chanyeol o amava. Por que enfiaria uma adaga no coração dele sem motivo? Imagina como não deve ter sido terrível ter que matar quem você ama. Por isso eu acredito que o Chanyeol poderia fazer alguma coisa. E, Jongin... – ele olhou nas profundezas purpuras daqueles olhos. Antes havia apenas dor, agora, havia um certo arrependimento. – Não acredito que o Chanyeol tenha morrido. Pelo o que o Lu me contou, ele é poderoso demais. E quando voltar... não teremos chance.
Os olhos molhados de Jongin se tornaram frios de repente.
– Que seja. Não faz diferença agora. Iriamos morrer de qualquer jeito.

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O Beijo da Fênix
General FictionChanYeol nasceu diferente. Muito diferente de qualquer um em seu planeta. Com poderes quase ilimitados, ele poderia ser considerado um Deus. No entanto, em EXO, sua natureza era considerada uma terrível ameaça. Deveriam tê-lo executado após seu nasc...