Os guardas jogaram Aston para cima. O homem pensou que poderia tocar o alto teto do salão. Nunca recebeu tantas salvas. Embora possuísse um grande sorriso no rosto, estava incomodado. Não compreendia como alguém poderia entregar a ele os méritos por tal grande feito. Por que o verdadeiro responsável por pegar o assassino não se reportou direto ao rei? Ao invés disso, deixou uma carta dando todas as orientações de onde encontrar os corpos a um simples guarda.
- Como se sente sendo um herói? – Um colega o cumprimentou com um tapinha nas costas.
Aston fez um sinal para aqueles que o carregavam o colocassem no chão.
- Estou feliz, pois as damas do castelo tem de volta a sua liberdade.
- Ah, quanta humildade. Suponho que não a manterá muito tempo quando for promovido.
Aston abriu um sorriso amarelo. Se sentiu incomodado por não merecer todo aquele crédito. Contudo entendeu que quem lhe deu a dica provavelmente tinha seus motivos para não querer tal atenção. Apenas agradeceu em silêncio.
- Qual o motivo de toda essa festa? – Peder cruzou os braços ao chegar à porta do salão.
- Acho que o guarda encontrou o culpado pelos assassinatos das mulheres. – Niels saiu do meio da multidão, tocando as pernas e tomou um bom gole de cerveja.
- Bom saber. E quem era?
- Um dos que ajudavam na cozinha.
- Fico feliz em saber que a segurança voltou a esse castelo.
- Vamos comemorar, Peder! – Niels o puxou pelos braços.
- Talvez em outra hora. – O lorde Oxe se esquivou. Não estava disposto a começar a bebedeira logo pela manhã.
Balançou a cabeça em negativa. Um simples plebeu ajudante de cozinha causar todo esse reboliço? Riu ao pensar que Catherine havia avisado Peder. O nobre sabia que as vezes costumava ser cruel com as mulheres, mas jamais as machucaria fisicamente.
Deu às costas para o salão. Iria cuidar de assuntos mais importantes é que lhe renderiam mais frutos do que uma bebedeira de comemoração, como impedir que Érico se casasse com a princesa Christina, assim ganhando direito à reclamar o trono da Dinamarca.
- Catherine, coloque esse vestido para mim. Quero ver como caí em um corpo real e fazer os últimos os ajustes.
- Não seria melhor que a própria filha do duque o experimentasse? – Catherine foi para trás do biombo e começou a se despir.
- Quer me ajudar ou não?
- Está bem, Merriam! Já estou vestindo.
- Estou tão feliz por esse bárbaro ter sido pego. Por Deus! Quantas mulheres ele deve ter matado?
- Foram muitas. – Catherine se encolheu atrás do biombo para esconder seus olhos tristes.
Pobre, Diana...
- Venha, deixe-me ver o vestido em seu belo corpo.
Catherine saiu de trás do biombo ajeitando as amarras do vestido em um tom de abóbora. Merriam foi até ela e jogou os cabelos negros para trás a fim de ver melhor o vestido.
Estarrecida, a condessa parou com as mãos no ar. Seus olhos estavam arregalados e enormes como nunca e a boca aberta.
- Catherine, seu pescoço... Esses machucados roxos. Por acaso o rei... – Ela engoliu em seco.
A cortesã passou a mão pelo pescoço e os sentiu doloridos. As imagens de seu quase estrangulamento passaram por sua mente e a fizeram tremer. Era difícil descobrir de onde tirou forças para sobreviver.
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A cortesã do rei ( Degustação)
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