Depois do Fim [Hiatus]

Capítulo 3

Eu tinha certeza que era ela.

–Bom, eu posso te pagar outro café e talvez assim compensar um pouco. Podemos resolver o problema da blusa também. – As palavras mal conseguiam sair de minha boca, não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo. Era ela.

–Melhor não, já estava atrasada e você só piorou as coisas.

Antes que eu pudesse dizer algo, ela saiu correndo tirando o celular da bolsa e entrando em uma loja, caminhei até a porta entretanto ela não estava mais em lugar algum.

Não podia acreditar que havia perdido aquela oportunidade. Era Maya. A minha Maya. E ela estava linda, tão linda, como sempre foi.

Caminhei até minha casa com os pensamentos voltados a ela. Aos seus olhos expressivos, aos cabelos esvoaçantes e a forma como fingiu não me reconhecer.

Acho que ela ainda quer distância. Era nisso que estava pensando quando abri a porta de meu apartamento.

–É, agora sou só eu novamente – Falei para as paredes.

Joguei as chaves na mesinha onde fica o abajur e a secretaria eletrônica, que priscava freneticamente. E eu podia jurar que todas as mensagens que estavam ali eram das garotas expressando, com muitas palavras sua raiva, apertei play e ouvi a primeira.

"Você é um IDIOTA TRAÍDOR!" Próxima.

"Dá próxima vez juro que te deixo morrer do que quer que seja que esteja sentindo, seu infeliz" Próxima.

"EU ODEIO VOCÊ DAVI VASCONCELOS, e com certeza adoro essa garota por ter te deixado. Certamente ela era madura demais para você" Próxima.

"Amor, você vai deixar outra mensagem? Nós vamos nos ver na balada, e aí você vai poder expressar toda sua fúria diretamente nele – Podia ouvir Miguel.

"É o que ele fez foi horrível mesmo, podemos até segurar ele para vocês duas o socarem – Agora era o Alex – Espero que você tenha ouvido isso seu infeliz, vou te matar!" Próxima.

"Cara, as garotas quase nos mataram por sua causa, você não tem noção da fúria que se instalou nessa residência. Nós três te odiamos por isso – Alex falava baixinho provavelmente para as garotas não escutarem – Não meu amor, não faz isso, a culpa não é minha se ele resolveu fugir, não essa não, por favor, podemos negociar, se você quiser eu realmente posso segurar ele e vocês podem espancar o otário até a morte, mas essa camisa não, por favor"

Caiu

Pelo visto ferrado é muito pouco para mim.

Ainda eram três da tarde e o plano de almoçar com os amigos faliu com sucesso, peguei um pacote de biscoito recheado no armário e um macarrão instantâneo, comecei a comer os biscoitos enquanto aguardava a água ferver para começar o cozimento do macarrão. Não demorou muito para que isso acontecesse, então despejei meu alimento em um prato, e "voalá" um excepcional prato de macarrão instantâneo "alá" Davi Vasconcelos.

Comi e não conseguia parar de pensar na Maya. Algo dentro de mim insistia em dizer que minha garota estava voltando ao meu alcance.

"Não te disseram para olhar pra onde anda?"

Qualquer pessoa podia me dizer isso, mas apenas ela daquela forma tão ela de ser. Joguei-me no sofá, e mal percebi quando o sono me tomou.

"–Tira as mãos dela – Gritei jogando-me por cima daquele homem que já era um estranho para mim a muito tempo. Não conseguia entender o que minha mãe havia visto nele, tampouco a sua determinação em manter aquele traste em nossas vidas.